segunda-feira, junho 30

C'est chaud



Percorria uma estrada nacional, sob uma calina horrível onde o mero olhar para os campos ou o asfalto, ofuscava as vistinhas quando me deparei com imensos trabalhadores ao longo da estrada. Encontravam-se, e bem, a cortar as ervas secas nas bermas da estrada que poderiam originar, por descuido ou negligência, um incêndio. É uma tarefa que deve ser feita, no entanto, creio que a hora a que estava a ser feita é um massacre para os trabalhadores. Se dentro do carro faz o calor que se sabe, onde ligamos compulsivamente o ar condicionado ou “escondemos”, nas sombras vizinhas, os braços dos raios do sol que invadem incontrolavelmente o carro, o que dizer do que aqueles homens estavam a passar. Todas as profissões têm vicissitudes e elas devem tentar contorná-las de modo a obter o melhor rácio rendimento do trabalho/satisfação dos trabalhadores. Acho que, seja a poder de código de trabalho quer através de acordos dentro das empresas, devia haver alguma liberdade, estando as partes em sintonia a alterar as características laborais. Se eu pudesse, se eles quisessem, aqueles trabalhadores poderiam escolher entre fazer aquele trabalho às 14h ou a partir das 18h. Eu se fosse trabalhador agradeceria, certamente.

"Arquivamentodependentes"



Hoje fazem notícia um par de arquivamentos sobre dois processos distintos mas, de certa forma, mediáticos. O “caso da fruta” de Pinto da Costa e do uso indevido da imagem de um cidadão anónimo numa brochura da Câmara do Porto subordinada ao tema da toxicodependência. Vou-me “perder” no segundo caso do qual poderei, penso eu, fazer uma apreciação mais assertiva. O Presidente da C.M.P. tem uma revista. Num artigo sobre toxicodependência e os malefícios dessa prática, a par das ajudas aos arrumadores que acabou por eliminar, Rui Rio decidiu utilizar a imagem de um qualquer arrumador de carros que proliferam pelas ruas do Porto. Compreendo a ligação entre arrumadores e toxicodependentes já que esse foi o meio de subsistência directo do indivíduo e, indirectamente, do vício, destes durante anos. O problema é que hoje em dia não arruma só carros quem é toxicodependente. Já há “no ramo” pessoas que tinham profissões normais e que a crise levou a esse extremo depois de tudo perdido. Perdeu-se a casa, o carro, o emprego, os amigos, nalguns casos a família e apenas se achou sentido da rua e da noite ao relento, como é possível ler num artigo elucidativo do JN de ontem, que aqui deixo.
O problema de Rio surge aqui, com esta mudança social, se bem que, ao edil Portuense não se deveria olvidar que as pessoas, mesmo as mais desgraçadas, têm direitos como outra pessoa qualquer, como mesmo o próprio Rui Rio. Um lapso talvez mas um lapso marcante para o visado arrumador que se sentiu prejudicado com tal foto e que esperou, e espera até hoje, por uma desculpa do Presidente Portuense. Se o erro fosse admitido, o caso teria sido sanado e o tribunal não teria sido chamado a intervir, mal no meu entender. O tribunal decidiu não dar provimento à queixa e remeteu tudo para o monte dos arquivamentos. Haveria matéria para um processo? Não me parece, mas não havendo um pedido de desculpas para uma situação tão clara e simples o que seria pedido ao tribunal era que condenasse o autarca a repor a situação prévia. Através de outra publicação camarária? Numa publicação nacional? O que fosse mas algo que tivesse o impacto da que despoletou o sucedido. São estes episódios importantes para o país? Não, mas ajudam a dizer muito, neste caso dos autarcas e do juiz que optou pelo arquivamento. Se eu aqui colocasse a imagem de Rio ou do juiz “arquivador” com a palavra toxicodependência a “colorir” o artigo, achariam eles bem?No que toca aos arquivamentos… senhores magistrados bem sei que a pilha de papel é mais que muita e que o dia não estica mas utilizem a lei e a imaginação e não arquivem porque assim é mais fácil. Analisem e arquivem se a isso conduzirem os factos e argumentem nesse sentido, e não decidam arquivar para se esquivarem ao trabalho, não arquivem “à priori” e argumentem em função de um desfecho pretendido. Isso é mau serviço e a sua confirmação é o suficiente para deixar uma má ideia de um instrumento basilar da sociedade.

domingo, junho 29

Bom som, desfrutem

Dedicatória a todos os políticos


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Dedico este vídeo a todos os políticos sem excepção. Que o sol vos faça mal durante este verão.

sábado, junho 28

Pura estatística



“talvez fosse útil excluir de correctores aqueles professores que têm repetidamente classificações muito distantes da média. Os “alunos têm direito a ter sucesso...honra o trabalho do professor é o sucesso dos alunos” by Margarida Moreira, DREN
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Lembram-se do macaco Gervásio? Aquele macaco que ao fim de 1 hora já sabia separar o lixo pelo código das cores? Pois bem acho que agora até já o macaco Gervásio começa a entender do que raio falam os professores quando dizem que existe facilitismo. Se tem quatro patas, chifres, tetas e manchas branca e negras, que bicho é este? Hipóteses:
A: Margarida Moreira, Directora da DREN;
B: Maria de Lurdes Rodrigues, Ministra da Educação (dizem... com dedicatória);
C: Um coelho;
D: Uma vaca.
Alguém arrisca? Não vale apostar em mais do que uma alínea, seria... correcto?
Ou seja, do alto do critério e da sapiência do estado (já não faço distinção, é tudo farinha podre do mesmo saco) se eu quiser ter honra no meu trabalho basta passar os meninos. Levante a mão, o professor que ainda não foi convidado, por um qualquer conselho executivo perto de si, a fazer tal. Excelência? Sim, sim excelentes parasitas que nos governam e que nós, às custas das suas ideias, ajudamos a formar nas escolas, a rodos. Estou farto disto. Estou em blackout na Educação se é que ainda assim se poderá chamar.
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PS: Perguntem aos alunos que se esforçaram durante o ano, sobre os exames? Que dirá o "João" que se esforçou como um camelo e viu o "Manel", que não via um boi das coisas, que passou o ano a apanhar ondas, passar com uma nota semelhante à dele? "Oh Stora não é justo!"

quarta-feira, junho 25

Vergaram-se? Qual é a novidade?


Cada vez que se aproxima uma pseudo Concertação Social em vias de se propagandear ou, como agora, na perspectiva de um acordo tão importante como a revisão do Código de Trabalho, existe uma imagem que me é recorrente. É o chamado colocar-se "a jeito", na língua de shakespeare o termo esconde-se atrás do "bend over" ou, ainda em alternativa mais corriqueira, "UGT" ou "João Proença".
Sim, é verdade, aproxima-se muito avidamente o dia que no dicionário, ao lado do termo "pôr-se a jeito", virá o símbolo da UGT. Como sabemos uma imagem vale mais do que mil palavras, mesmo palavras ofensivas como seria neste caso.
Também há quem diga, não eu que sou uma pessoa responsável, temente de valores morais, que acredita no inferno, ou talvez não, e que não embarca em desvarios insensatos, incessantes ou rameiros, que a UGT é como uma entidade proxeneta. Um proxeneta é aquele que lucra, através de uma posição mediadora ou intermediária, de casos amorosos. Ora o (des)Governo, na pessoa(?) do Sr. Pinto de Sousa, ama que se farta o sector do patronato. Leva-o a passar, apresenta-o a pessoa supostamente importantes como ditadores e tal... Ora se para esse amor se consumar, o patronato, que não gosta do Sr. Pinto de Sousa, apenas gosta da figura personificada, neste caso, pelo referido elemento, faz das tripas coração e concede-se à loucura, mas sempre a troco de umas coisitas pequenitas... É aqui que entra a proxenetice da UGT, que facilita amor alheio, como por altruísmo ou sentimento cupidiano. Isto, se não tivermos em conta que a UGT é do Sr. Pinto de Sousa. O conceito de ser é menos lato do que parece inicialmente. Bastaria para tal verificar as chamadas entre o "rato" e... adiante. E tudo se confunde, tudo se ama e o amor paira no ar, a Abraço não tem mãos a medir tal como segurança social que, pelo menos uma vez, recolhe o nome dos malditos cordeiros condenados por proxenetas vergados. Mas atenção, não sou eu que digo, é um Senhor que a propósito de certas situações optou por tecer determinadas considerações, em local incerto sobre este tipo de indivíduos percursores de certas ocorrências que têm tendência a acontecer em determinadas alturas do ano. O costume.
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PS: Ainda me hão-de explicar de que modo é que a mobilidade ajuda ao estabelecimento de famílias. Era uma coisa para a qual, do fundo do coração, gostava de obter uma resposta e não uma série de considerações estúpidas.

quarta-feira, junho 18

Ideias dessincronizadas...

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A EDP a convite ou, esperemos que não, a conselho da ERSE parece estar em vias de poder taxar nos contribuintes, nos milhões de fies “à força”, os calotes daqueles que não pagam o que lhes é devido. A ERSE justifica, aparentemente parece possível justificar, que esta é uma conta que deve ser dividida por todos. Não sei se ria se chore. Vou optar pelo discurso não convencional. A partir de hoje vou abraçar um melhor estilo de vida: Vou comprar uma vivenda, plantar lá uma piscina, comprar uns bons carros, fazer umas belas viagens até cansar a Terra, isto é, tudo aquilo a que uma pessoa, inclusive um bicho “ersiano”, daqueles movidos a força de idiotice, tem direito. Quem paga? Quem não souber conjugar o verbo “Ser” no presente eu ensino, porque vai ser preciso já que pagamos todos. Porquê? Ora, porque assim custa menos, pelo menos a mim! E quando a EDP der lucro espero ver na minha conta bancária creditado o que me é devido. Para já não falar no que está em dívida. Lembrando e bem, creio eu, o enorme António Silva: “Oh seu grandessíssimo e alteradíssimo camelo! Arranjo-lhe um lugar no desemprego e dessincronizo-lhe a tromba!”

O martelar dos ponteiros



Já viveram certamente aquela situação de estarem confortavelmente deitados, refastelados no quente ou no fresco dos lençóis, consoante a época do ano, a mergulhar, querendo, sem apelo nem agravo no silêncio e no escuro da noite numa tentativa de “fazer a cama”, à primeira, ao estado de vigília quando, de repente, se houve… os ponteiros do relógio. Lá longe, no extremo do quarto, para chatear ainda mais, surge em crescente gritaria o martelar dos insípidos ponteiros. “Mas nem lhe mudei as pilhas? Será o seu grito do Ipiranga?” Conjecturam-se tácticas evasivas que minimizem o som, o movimento e maximizem o sono. Puro engano, a realidade é outra. Vais-te mexer para um lado e para o outro, serves-te da almofada, lençóis, do cabelo, das mãos mas nada acalma o desconforto que já não se sabe se vem do extremo do quarto, se ganhou raízes dentro da cabeça. Muda-se de táctica, abraça-se a ofensiva. Voa a almofada, uma t-shirt e o que houver à mão. Acena-se a cor branca e, contra vontade, “cai-se” da cama chega-se ao sujeito e… coloca-se no raio da gaveta. Pensamos: “amanhã não me posso esquecer de fazer disto”. Voltamos para a cama e… uma noite a olhar em vão.
Não, não deixei de dormir na última noite devido ao relógio.Durante a vigilância de um exame tem-se tempo para tudo, não se podendo fazer nada a não ser algumas funções vitais e espantar a trapaça. É então que o nosso maior inimigo se apresenta com um mero, incessante e agitado “risco” de metal vestido numa couraça vidrada que, como qualquer inimigo, acaba por estar sempre mais perto do que pensamos. Foram 14h58, o soalho estalava do calor, a atmosfera foi ficando mais pesada, os vidros escorriam o calor como água, a colega rezava descontrolada mas discretamente pela filha em exame em parte incerta, para mim é claro. Eu cá lutava com o raio do ponteiro que não parava quieto ou, em alternativa, acelerava o passo, sempre pensando mentalmente e em desatino seguro com os alunos: “O sacana do tempo que não anda”. E ainda esta foi a primeira…

sábado, junho 14

Amigos, bons fim de semana.

A noite já vai alta... A música não quer parar... Hmmmm... "mai uma" para o caminho...

... e agora?



Eles não sabem, muito por culpa de não quererem e de pouco saberem.

E o Tratado bateu na trave… Teria travado em seco em mais países não fosse a sobranceria política de não dar sequer o benefício da dúvida aos seus eleitores. Os políticos trataram os Europeus como bebés e agora vão ter que mudar a fralda, vinte e tal para ser “mais preciso”, mesmo depois de terem lavado as mãos como Pilatos.
Gostaria de dizer que fiquei satisfeito, mas estaria a mentir. Estaria igualmente a mentir se afirmasse que queria que o contrário acontecesse. Estamos constantemente num tempo de mudança mas a velocidade a que essa mudança é feita pode ser controlada. A Europa descontrolou-se porque quem guia os seus destinos e os dos seus países não tem a carta de "pesados". Estimar que a mera decisão parlamentar é suficiente para aprovar um documento com a importância que se lhe atribuí, acaba por ser um insulto a todo e qualquer cidadão deste continente. Tudo o que é importante merece ser cabalmente esclarecido e, posteriormente de modo claro e honesto, colocado aos cidadãos para que estes digam de sua justiça. A Europa somos todos e não apenas uns quantos, tal como os seus fundadores o assim determinaram. Assim sendo, estou num imbróglio intelectual considerável nesta matéria, talvez imerso num nó tão retorcido como os juristas que tentam ler o que apenas parece ser legível por políticos europeus de segunda categoria. O que é o mesmo que dizer que o Tratado é ilegível. Fiz o download e isso pode ser o princípio da desistência.
O ideal Europeu nasceu com o fundamento de criar nesta plataforma continental um pólo de decisão, de decisão comprometida com valores de equidade, igualdade, democracia, algo que, em certa medida, não era possível encontrar a Este e a Oeste. Entretanto a placa giratória foi mudando, a Europa cresceu e modificou-se, tal como os seus líderes. É aqui que entram as reformas... O modo como o Tratado foi tratado por uns e por outros mostra que as intenções de uns apenas estão de acordo com agendas pessoais, nacionais e nada de acordo com o espírito dos fundadores da causa Europeia. Vivem-se tempos de crise, de muitas e quiçá a mais grave é de falta de timoneiros para um barco que está desmedido para a velocidade a que é possível sustentá-lo. Não, eles não parecem saber nada do que andam a fazer.
"Olhe, se faz favor, uma dúzia de políticos ali para a mesa do canto"

Decisão pró galhete



Quando foi criada, numa fusão de algumas entidades do estado com o intuito de melhorar a performance, a ASAE depressa surgiu como um lobo numa capoeira. Com a quantidade de incumprimento que existia “à solta” por esse país fora em tudo o que era estabelecimento, foi fácil realizar uma tarefa, inicialmente bem vista por todos menos os visados, mas paulatinamente as pessoas verificaram que havia muita falta de sensibilidade. É que ele há coisas em que a legislar bem, custa, e nalguns factos sob a alçada a ASAE isso foi mais que visível. Um dos casos mais caricatos foi o dos galheteiros. Peças de verdadeiro museu que preencheram muitos dos estabelecimentos por esse país fora. É certo que alguns só Deus saberá porque ainda andavam por ali, mais parecem berloques de candeeiros “da avó”, que o tempo não cuidou e que, depois de libertos doutras tarefas, ganharam nova vida nas mesas por onde aterraram. Rachados, partidos, opacos do tempo ou de uma sujidade que nem o tempo, nem o Fary conseguem fazer esconder, foram arredados por uma determinação do legislador. Foi ontem noticiado que os galheteiros, quando em devidas condições, podem de novo voltar ao local do crime e ainda bem. Primeiro porque dá um ar mais nobre às refeições, mesmo aquelas tomadas no pico do verão, no meio duma calina daquelas, numa tasca típica qualquer, com um cicerone de barriga farta, suor em catadupa, barba rala como a salada e com os modos do Diabo da Tasmânia. É que ele há coisas assim destas, que só dão gozo assim.

quarta-feira, junho 11

última hora


Os jogos Olímpicos foram cancelados! É impossível aos participantes baterem os sucessivos, imparáveis records atingidos pelos... combustíveis.
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craziness it's seems to be my everyday...

Sem luz ao fundo



...não sei bem que diga. Gostava de escrever algo com tino, mesmo "à capella" como estou a fazer mas a incredulidade é mais que muita. A história mostra que, em Portugal, nunca tudo corre mal. O presente oferece o contrário, como as boas excepções "à regra". Sempre houve algo que emendou as coisas mas, nos tempos que correm, e sem qualquer espécie de liderança, o caminho parece estar a fugir dos pés das pessoas que se revoltam qualquer que seja a profissão, a localidade, a simpatia política. É como se fosse o caos geral, como se o país estivesse à beira do saque, aliás o saque intelectual já foi feito.
O Governo é uma fraude, são uns fantoches, uns fala-barato porque, das duas uma, ou dão porrada nos camionistas (os condutos de diligências do farwest dos nossos tempos), fazem desaparecer os piquetes e restabelecem a normalidade ou então pegam o touro pelos ditos e resolvem o assunto. Isto já se arrasta desde Domingo e o Governo não faz nada, aliás alguns andam em férias. Por menos, outro Presidente teve cojones para colocar na rua quem não merecia e estes já merecem ir para a rua e o Presidente podia acompanhá-los, o primeiro da história, e vou agoirar aqui e agora, a não repetir mandato. Os protestos espontâneos de variadas classes sociais mostram-se cada vez mais à revelia das supostas organizações que as representam. Dá que pensar: primeiro, sobre o que ou quem representam essas organizações; segundo: que as pessoas começam a sentir que este tipo de maniestações parecem ser a única arma contra a insensibilidade, incompetência política.

Já agora, por muito que goste de futebol e da selecção e da vitória de hoje, que vibrei como todos, acho perfeitamente lamentável que se coloque a selecção à frente de todos os acontecimentos que se vivem neste preciso momento. Os meios de comunicação, mais concretamente, metem asco.

segunda-feira, junho 9

Para rir . 10


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domingo, junho 8

Pagas ou... pagas.


Ponto prévio: Se existem pessoas que eu gosto de ouvir e, de certa forma admiro, uma delas é Manuel Carvalho da Silva. Não confundo este senhor com o resto.
Os sindicatos, conta o DN aqui, querem cobrar taxas aos trabalhadores não cotizados. “Não é sindicalizado? Incha na mesma!” Qualquer semelhança com a realidade é pura certeza. Os sindicatos alegam que os trabalhadores não sindicalizados, como eu, beneficiam (?) das concertações tal como os colegas sindicalizados. Não sei o que se passa noutros domínios sindicais que não seja o dos professores mas passo já a comunicar que o consenso alcançado entre os sindicatos e o Ministério da Educação foi conseguido à revelia de muitos professores, nem que seja, os sete mil contratados. E os outros professores a esse ponto chegarão no próximo ano quando a sua avaliação foi avante e tiverem que abrir a pestana de novo. Se os sindicatos não têm a capacidade para agregar sócios como antes era possível só tenho uma palavra… azar. Façam-se à vida ou então, se isso é tão mau, deixem de ser delegados sindicais. Como foi possível verificar em Lisboa na manifestação de professores, a sociedade não carece de uma força sindical forte mas sim de uma classe, seja de professores ou enfermeiros ou maquinistas, forte. Não desdenho a máquina montada que os sindicatos têm para este tipo de eventos mas isso só não chega e não é só isso que se pede a entidades com o peso moral destas. Deixo aqui um repúdio desmedido à UGT que por norma lambe as botas a tudo o que é político. Reles, fraca entidade sindical que se conluia sempre que pode com o Governo. Ou então aos sindicalistas que iam forçando a que a AutoEuropa fechasse pelo simples facto de não quererem alcançar um acordo com a administração no sentido de, pelo menos e bem, conseguir manter todos ou quase todos os postos de trabalho. Grande comissão de trabalhadores e grande administração tem aquela empresa. Dois exemplos de como a atitude das entidades sindicais carecem de… actualização. Se entrarem por aí, creio que será o princípio do fim para não falar, não sendo eu advogado, que esta… vontade pode colidir com a liberdade das pessoas. Se é para pertencer e pagar em conformidade, que se crie uma ordem, no caso dos professores.

Está-lhes no sangue, a incompetência está claro.



Nos diários da semana que hoje finda surgir a notícia, indesmentida, que dos maiores partidos políticos apenas o PCP não deve dinheiro à banca e/ou fornecedores. Isso não faz do PCP uma entidade económica deste país. Para quem não sabe e segundo julgo que ainda se mantém, existe uma norma interna do PCP que faz com os deputados comunistas da Assembleia da República recebam apenas o valor correspondente ao seu trabalho anterior à ida para a AR e não o salário porreiro que faz muitos correr para lá. Para onde vai então o dinheirinho sobrante? Vai para o PCP e talvez seja isso, a cotização o juízo nos gastos que possibilite essa saúde financeira. Mas não era sobre o PCP que eu queria escrever. É algo estranho que, pelo menos em dois casos – o PS e o PSD – os partidos políticos não tenham controlo sobre os seus gastos. Convém lembrar que são estes os senhores que os Portugueses teimam em colocar no poleiro a gerir os impostos e demais recursos que o Governo tem ao seu dispor. Por exemplo o PSD já tentou vender a sua sede para pagar as dívidas. Votamos em pessoas que não sabem gerir um partido, não saberiam gerir provavelmente uma casa sem ser com as benesses políticas (salários de deputados, ajudas de custo, ajudas de representação, ajudas para pagar as rendas quando não se é de Lisboa, etc etc…) ou com os salários mais comuns de todos nós. Elegemos fracassados, falidos a muitos níveis. Muitos deles receberam os seus cursos durante e o pós 25 de Abril, altura em que as passagens administrativas eram o pão nosso de cada dia. É vê-los agora de barriga e bolsos cheios de dinheiros, compadrios e favores pedidos, outros por cobrar, não sei se a discutir mas certamente a determinar, com o ar mais intelectual possível, os destinos do país e de todos nós. E depois ainda queremos que o país esteja bem…

quinta-feira, junho 5

(a)Fundamentalismos



Ponto prévio: Gosto de política mas esse gosto não se estende aos políticos. Assim sendo nada me move a favor de algum partido seja de esquerda, direita, centro, cima ou abaixo. Manuel Alegre optou por participar numa festa organizada para pessoas de esquerda para debater questões basilares da nossa sociedade. Tenho para mim que se Paulo Portas quisesse ter assistido, não teria havido nenhum problema, a notícia seria grande mas apenas isso. A posição do PM não a comento primeiro porque ele mesmo se absteve a qualquer comentário e segundo porque esse senhor aqui não lhe é dado muito crédito. Já o secretário-geral comunista disse que não tinha sido convidado e como tal agiu em conformidade. A não ser que nos meados podres da democracia tivesse havido qualquer tipo de coação para a sua não participação, Jerónimo de Sousa fez mal em não aparecer e a desculpa parece surgida de uma vinheta do Mordillo.
Se existe algo que o nosso estilo de vida guarda bem é a nossa facilidade para nos sentarmos a conversar, seja numa esplanada ou num café, seja o tema banal seja este algo de importante. Temos o hábito de nos reunirmos publicamente e nem precisamos de motivo para que tal aconteça – deve ser algo latino com raízes na Grécia antiga.
A tertúlia com consciência social é um vício que se perdeu e se houve algo que eu reconheci nesta festa, foi a tentativa de reavivar essa posição socialmente presente e actuante longe de uma Assembleia cada vez mais longe da República. Terá tido outros motivos mas esses, só o tempo dirá, um tempo quiçá breve onde o desgosto pelo PS aumenta e se estabelece, onde a certeza pelo PSD é pouca ou nenhuma, mesmo com a recente eleição, com um CDS cadavérico apesar da insistência louvável daquela bancada. Sobre a esquerda, que se diz estar a crescer em número de futuros votantes, as sondagens indicam que pode alcançar os 20% e isso parece ser um sinal suficiente para muitos receios, como os do rico Presidente Mário Soares.
Acredito que tempos novos se aproximam ou deviam, não sei se melhores ou piores mas olhando, e principalmente ouvindo lapas ou aves de repetição pseudo-políticas como Vitalino Canas ou Augusto Santos Silva, acredito que para melhor também não será muito difícil.
Ser militante não implica que se deixe ter consciência própria nem opinião formada mesmo que essa vá contra o partido. A grande maioria não entende isso, os partidos são vistos como centros acerebrais de uma verdade absoluta cultivada nos mais variados interesses longe da consciência social. Zombies partidários e associais.

10 Junho: Dia de assentar "ferro"



Aproxima-se o 10 de Junho e, como todos já se habituaram, é dia de assentar ferro. Todos reconhecem que, durante o magistério de Jorge Sampaio, essa prática se tornou uma actividade tresloucada digna do Guiness, seja o livro ou a cerveja, as duas concorrem de modo positivo para explicar tamanha empreitada. Já houve quem dissesse, e bem, que no auge da cegueira condecorativa, Jorge Sampaio entregou mais medalhas que o todo o Comité Olímpico Internacional! Quem condecora assim com tanto prazer e alegria devia ter lugar cativo na tribuna “operária” em Pequim, mas isso são opiniões… para já não falar em quem foi agraciado…
Falo nisto porquê? Concretamente pela última alusão feita. Jorge Sampaio entregou muitas medalhas, tantas que completar a caderneta foi coisa simples para muitos e quando digo muitos não falo em bués, ou infinitos, infinito elevado infinito, a ou malas de senhora, muitos mesmo, do tipo muito obsceno. Se na altura tivesse blogue ter-me-ia insurgido, depois de obviamente “ferrado”, contra a banalização do acto. Insurjo-me agora. O 10 de Junho está à porta e o Presidente da República, Cavaco Silva, prepara-se para distinguir mais umas quantas pessoas o que não deixa de ser uma coisa curiosa - ainda existem pessoas que chegaram à idade adulta sem serem condecoradas! Devem ser aqueles imigrantes de leste que dormem ao relento perto da residência oficial. Não? Não, esses passaram pelo prego, compraram o bilhete de regresso e foram embora, este ano é mesmo o Marques Mendes. O Marques Mendes… (pausa para que o desalento invada à moda Napoleónica). Que serviços relevantes terá prestado Marques Mendes, eu não vi mas também não tenho o poder da ubiquidade, que sugerissem tal reconhecimento? Alguém que me explique, o que é de todo improvável até mesmo para o cada vez menos respeitado por mim, Presidente. Ou sou que eu sou muito exigente ou o meu nome é Torsten, sou um sueco amnésico perdido no extremo ocidental da Europa. Hjälp!

terça-feira, junho 3

Novidades? Só no....



Hoje era o dia assinalado para a confirmação ou a decepção. Como estamos em Portugal as guitarras carpiram, as vozes choraram como normal e a normal decepção instalou-se. É normal. Como todos afirmam, o resultado alcançado é o esperado, isto é, a Autoridade da Concorrência (AC) não encontrou nada e nem devia. Sinceramente o que me surpreenderia era que encontrassem algo. Não acredito que as cúpulas destes gigantes que são as petrolíferas deixassem migalhas para que a AC tivesse o trabalho facilitado. Sim, acredito que há concertação, manipulação e todos e quaisquer “ãos” mas os caros advogados que as representam não deixariam que tal acontecesse a montante, na constituição da lei, nem a jusante, quando se verificasse alguma dúvida provável. Porque é que então a AC não descobriu nada? Primeiro porque conforme disse atrás, as petrolíferas não iam deixar pistas; Segundo porque o modo de prova de concertação estará, certamente, organizado legalmente de um modo tão intrincado que é mais possível se provar que existe manipulação de preços por parte dos automobilistas do que cartelização por parte das petrolíferas.
E com isto consegue-se o seguinte: o (des)governo lava daí as suas mãos, mesmo com a confirmação de que os impostos só não são mais por questões humanitárias, a ONU não deixa. Depois porque expõe a uma suposta face mais humana (inexistente na minha opinião) dizendo “nós pedimos aos meninos em que não mandamos e eles mostraram que não existe batota”.
Já agora perguntem-se o seguinte: se existe concorrência, porque raio a Repsol ou a Galp ou a BP, só para falar naquela onde não gasto um tusto que seja em combustíveis, não conseguem desviar, aliciar clientes entre si? Será que existe algum pacto de não agressão? Esta é uma de muitas questões que em Portugal se arquivam sine die.

segunda-feira, junho 2

Jogo de 11? Antes de dez milhões!

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Não faz muito sentido a cobertura dada pelos meios informativos, e não só, à selecção de futebol. Passa-se uma borracha sobre os assuntos importantes e dá-se destaque a algo que o merece mas na altura correcta e não na abertura, no decorrer e no final dos noticiários. Eu gosto muito de desporto em geral e de futebol em particular mas acho que tudo o que foi feito foi um exagero principalmente porque não somos a Noruega, não ganhamos os seus sete mil euros mensais e não temos toda a sua qualidade de vida. Por isso, valendo isto o que vale, sejam mais ajuizados no alinhamento dos espaços informativos. Se não souberem parem e prestem atenção ao noticiário das nove de Mário Crespo e façam dele o ponto de partida.
Já agora. Muitos Portugueses, Viseenses e não só, queixaram-se de que a selecção não lhes deu a atenção que eles mereciam. Pois bem eles ganham 750 euros dia por isso eu espero, como contribuinte que esses 750 euros sejam bem empregues e isso implica menos mimos “à malta” e mais sofrimento, entrega, querer, “sangue” suor e lágrimas, das boas e depois haja o que houver! Para espelhar a vontade "da gente" deixo um dos meus hinos geracionais que até condiz. Força meninos se der tragam o caneco que a gente precisa.
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PS: Deixo um link delicioso.

Política D'Emmental?



Certo dia questionei um muito querido familiar meu sobre a questão da regionalização. Como militante activo do PS sempre pensei obter uma resposta ao nível da minha dúvida. Aproximava-se um referendo que, sabemos, vale o que vale, e dando eu importância a toda q qualquer participação popular, queria optar em consciência. Pois bem qual não foi o meu espanto quando a resposta que obtive foi: 0, zero, nada, nicles. Contrapus dizendo: então mas porque diz que vai votar assim? Resposta: Porque sim porque é assim a concepção do partido.
Bom, escusado será dizer que logo ali a minha ideia de partidos políticos e democracia ruiu, o PS revelou-se um imenso ponto de interrogação, posteriormente repleto de buracos, como um queijo Emmental, e de um desmérito e insipiência continuamente mascarada, dia após dia até hoje. O mesmo se estendeu ao longo dos anos às restantes forças políticas sendo que hoje considero que política é uma disciplina importantíssima mas muito mal tratada por quem a representa. É o que dá o, suposto, profissionalismo e não o vestir de uma camisola. Falo nisto porque?
Manuela Ferreira Leite lá ganhou as “primárias” sociais-democratas portuguesas mas com uma margem bem magrinha. Considero inclusive que se a campanha se alargasse por mais uma ou duas semanas a desfecho seria outro. Peguei no exemplo por mim vivido e liguei-o às eleições laranjas porque Marcelo Rebelo de Sousa notou algo interessante mas completamente (a)normal para quem acompanha estas coisas: Os representantes de concelhia ao decidirem publicamente o seu voto decidiram igualmente o voto da massa que o seu conselho ou região carrega. Não era por acaso que Santana Lopes divagava dizendo não o programa mas contando pelos dedos os apoiantes concelhios que tinha. Ou seja o voto acaba por não ser livre, é condicionado, pelo menos assim o mostra os resultados e a aparente, fraca capacidade decisória do eleitorado laranja que, qual zombies, ovelhas ou pombas amestradas, correm atrás do seu “líder” de proximidade. São curiosas as semelhanças entre este e o processo norte-americano onde valem mais, em última análise os votos de alguns (delegados) do que o de todo o eleitorado.
Curioso é também o seguinte exercício: se houvesse segunda volta, nada descabido a não ser na letra dos estatutos do PSD (Dr.ª Ferreira Leite não obteve maioria), o resultado seria provavelmente outro. O que isto representa? Uma dor de cabeça grande para a vencedora porque não tem consigo uma massa alargada do partido. Depois porque, pelo menos, o edil de Gaia e ex-presidente já prometeu vezes sem conta que se calaria mas a posição que adopta é a contrária, numa atitude muito compreensível mas muito imatura, típica do campo da bola num qualquer pátio de escola. Depois porque pelo dito e devido ao resultado, a sua posição está fragiliza também junto da oposição e “lá vai Manela, lá vai ela, de boca em boca, em magoadela” – o que me custou este verso. A seguir cenas dos próximos capítulos.