segunda-feira, junho 30

C'est chaud



Percorria uma estrada nacional, sob uma calina horrível onde o mero olhar para os campos ou o asfalto, ofuscava as vistinhas quando me deparei com imensos trabalhadores ao longo da estrada. Encontravam-se, e bem, a cortar as ervas secas nas bermas da estrada que poderiam originar, por descuido ou negligência, um incêndio. É uma tarefa que deve ser feita, no entanto, creio que a hora a que estava a ser feita é um massacre para os trabalhadores. Se dentro do carro faz o calor que se sabe, onde ligamos compulsivamente o ar condicionado ou “escondemos”, nas sombras vizinhas, os braços dos raios do sol que invadem incontrolavelmente o carro, o que dizer do que aqueles homens estavam a passar. Todas as profissões têm vicissitudes e elas devem tentar contorná-las de modo a obter o melhor rácio rendimento do trabalho/satisfação dos trabalhadores. Acho que, seja a poder de código de trabalho quer através de acordos dentro das empresas, devia haver alguma liberdade, estando as partes em sintonia a alterar as características laborais. Se eu pudesse, se eles quisessem, aqueles trabalhadores poderiam escolher entre fazer aquele trabalho às 14h ou a partir das 18h. Eu se fosse trabalhador agradeceria, certamente.

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