sábado, junho 14

... e agora?



Eles não sabem, muito por culpa de não quererem e de pouco saberem.

E o Tratado bateu na trave… Teria travado em seco em mais países não fosse a sobranceria política de não dar sequer o benefício da dúvida aos seus eleitores. Os políticos trataram os Europeus como bebés e agora vão ter que mudar a fralda, vinte e tal para ser “mais preciso”, mesmo depois de terem lavado as mãos como Pilatos.
Gostaria de dizer que fiquei satisfeito, mas estaria a mentir. Estaria igualmente a mentir se afirmasse que queria que o contrário acontecesse. Estamos constantemente num tempo de mudança mas a velocidade a que essa mudança é feita pode ser controlada. A Europa descontrolou-se porque quem guia os seus destinos e os dos seus países não tem a carta de "pesados". Estimar que a mera decisão parlamentar é suficiente para aprovar um documento com a importância que se lhe atribuí, acaba por ser um insulto a todo e qualquer cidadão deste continente. Tudo o que é importante merece ser cabalmente esclarecido e, posteriormente de modo claro e honesto, colocado aos cidadãos para que estes digam de sua justiça. A Europa somos todos e não apenas uns quantos, tal como os seus fundadores o assim determinaram. Assim sendo, estou num imbróglio intelectual considerável nesta matéria, talvez imerso num nó tão retorcido como os juristas que tentam ler o que apenas parece ser legível por políticos europeus de segunda categoria. O que é o mesmo que dizer que o Tratado é ilegível. Fiz o download e isso pode ser o princípio da desistência.
O ideal Europeu nasceu com o fundamento de criar nesta plataforma continental um pólo de decisão, de decisão comprometida com valores de equidade, igualdade, democracia, algo que, em certa medida, não era possível encontrar a Este e a Oeste. Entretanto a placa giratória foi mudando, a Europa cresceu e modificou-se, tal como os seus líderes. É aqui que entram as reformas... O modo como o Tratado foi tratado por uns e por outros mostra que as intenções de uns apenas estão de acordo com agendas pessoais, nacionais e nada de acordo com o espírito dos fundadores da causa Europeia. Vivem-se tempos de crise, de muitas e quiçá a mais grave é de falta de timoneiros para um barco que está desmedido para a velocidade a que é possível sustentá-lo. Não, eles não parecem saber nada do que andam a fazer.
"Olhe, se faz favor, uma dúzia de políticos ali para a mesa do canto"

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