quarta-feira, março 26

Início de campanha! Status = 1%


Comecei por achar estranho e de extremo mau gosto a peça que foi feita pela SIC há uns dias atrás. Pensei, estarão "sickes"? Dias depois, mais concretamente hoje, descobri que a doença é outra e não se apanha por mosquito como a febre-amarela. É uma doença eleitoralista que ataca de quatro em quatro anos a espécie anómala que habita nos passos perdidos da Ar, São Bento. Largo do Rato, do Caldas a Rua de São Caetano e que tem o nome de políticus sinescrúpulos.
Esperava começar a ver a bajulação eleitoralista por parte do 1.º Ministro apenas a partir do Verão, sensivelmente a um ano de eleições, mas afinal... o bom senso não tem lugar em todo o lado e ali estará mesmo proibido de entrar.
O início da sem vergonhice eleitoral começa cedo e isso é algo que os provedores deveriam atacar sem apelo nem agravo! Não é sensato ver durante ano e meio um contínuo abaixamento das vestes democráticas, principalmente no horário nobre, quando as criancinhas vêem mais televisão. É impossível poder dizer à priori que traumas e efeitos terão nos petizes e nos graúdos tamanho descaramento e desnudez de princípios, ética, alarvismo eleitoralista mas, de certo, que bons exemplos não irão ser colhidos. Quem sabe o que essas ofertas de lobo mau criarão nas jovens gerações? Cuidado, Carolina! E mais ofertas estão prometidas! O reinginheirozinho vai passar a andar nu, que alguém tenha piedade de nós.

Post scriptum1: Vou começar a designar os post scriptum por extenso para não me confundirem.
Post scriptum2: Bati o meu recorde de palavras em itálico! Guiness Book here i go!

terça-feira, março 25

"Recorte" de jornal e não só



Este vai ser um artigo exemplificativo do usualmente "do oito para o oitenta".

Escrevi no outro artigo e escrevo neste, só voltarei a escrever sobre o circo romano do vídeo da Carolina Michaëlis quando vir algum tipo de medida. Em desafío com uma amiga apostei que o rebento apenas irá apanhar uma suspensão de, no máximo, cinco dias. Se se confirmar o meu agoiro, se nada mais se passar (com os pais, a DREN, o Ministério que tutela, o Governo) considero que este não foi nem será o momento mais baixo da educação, mais e piores virão. Se nenhuma medida estrutural for tomada este terá sido o ponto sem retorno, será seguramente, o princípio do fim do "Mundo". Deixo apenas o link das sábias e elegantes palavras de um dos melhores jornalistas portugueses, para mim claro.

Perpétuo link . 1

Depois quero deixar o link de uma intervenção da ministra da educação (já não sei bem se...). Ora bem o momento Yorn passou-se numa prova de Corta Mato, inserido no Desporto Escolar em Santa Maria da Feira, que contou com a presença da Ministra da Educação. Ao ouvir umas vaias do público ali presente, constituído na sua grande maioria por alunos do ensino básico, a Ministra da Educação utilizou toda a sua pedagogia, o seu comportamento mais admirável e sensato e desafiou os petizes num concurso de… “uivos”. Se fosse correr com eles ainda entendia mas assim… É justo perguntar, no meu melhor espírito de gatinho fedorento, se será que a Ministra foi vítima de bullying ou será que foram os alunos? Peço desculpa pela qualidade do som.
Palavras para quê, isto tem, cada vez, menos sentido.
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Perpétuo link . 2

domingo, março 23

Som na caixa



Para ouvir sem dó nem piedade, Gotan Project . Época

sábado, março 22

Mais uma... cócega

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Sou adepto de boas publicidades como sabe quem vagueia por estas paragens. Recebi esta é imperdível e entra dentro da categoria "que faz cócegas cá dentro". Quero partilhá-la com vocês. Boas cócegas, aliás, publicidades.

É d'época


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Boa Páscoa

UE generalizada



Nas histórias que conhecemos, relatadas na primeira pessoa ou não, pelos nossos emigrantes existia uma característica transversal a todas: a necessidade obrigava a trabalhar no que surgisse. Essa situação originava alguns abusos e eles também faziam parte dos relatos mas felizmente não de todos os que ouvi em directo. Os tempos mudaram mas as más práticas, longe de se esbaterem, permaneceram mesmo contra a maré dos novos conceitos sociais muitas vezes, senão todas, publicitados pela golden era da EU.
Quem anda atento aos noticiários lembra dos relatos do jornalista António Esteves Martins sobre o que emigrantes portugueses sofriam e sofrem em países fundadores de bons costumes, ou talvez não, como é o caso da Holanda. Também eles emigrantes, os jornalistas portugueses têm feito mais pelos nossos que se encontram espalhados (e que li algures que rondam já os cinco milhões!) do que as embaixadas, por vezes à custa de convites, não para jantar, mas para se sossegarem. Bom adiante…
Escrevo porque a EU vai tornar-se verdadeira união não tarda, isto porque Confederação Intersindical Galega fez saber que irá desenvolver acções de luta duras se os seus direitos não se alargarem aos seus colegas portugueses. Como é sabido o país só, e digo só com aquela pitada lusitana de ironia, tem quase 8% de desemprego porque o desenrascanso genético do ser luso fez com que a necessidade os levasse para lá da fronteira buscar o que o país cá não oferece, principalmente na área da construção civil. Pois bem os nuestros hermanos que não advogam, e ainda bem, pelo lusitano dizer “de Espanha nem bons ventos nem bons casamentos” comportam-se como verdadeiros manos mais velhos e ajudam os picolinos nesta contenda de direitos. Também lhes interessa é claro porque qualquer dia o patronato espanhol enevoado e mal habituado por tanta facilidade no confronto com o portuga, iria lançar-se aos seus, algo que os trabalhadores espanhóis estarão a prever e querem combater.
Em qualquer dos casos a posição tomada é de louvar, de trazer ao blogue e abrirá um novo e meritório pragmatismo dentro da união, ou assim penso eu “o idealista”. Trabalhadores somos todos, tal como os direitos a todos pertencem. Esta posição devia fazer escola dentro do nosso Portugal mas… ainda tem muito que aprender esta nação com quase novecentos anos de história (diz-se rápido…) e que, supostamente ou talvez não, fez em Lagos o primeiro comércio de escravos.

"Não é a primeira vez que denunciamos a situação dos portugueses que estão a trabalhar em Espanha, sobretudo na Galiza, em condições inferiores às exigidas pelo Convénio Colectivo. E as autoridades portuguesas e espanholas nada fizeram para alterar a situação, o que não pode continuar a acontecer", Xoan Melon da Confederação pela imigração ao DN.

PS: Li algures que actualmente por cada 100 portugueses que saiem, entram 15 estrangeiros. Pareceu-me descabido mas...

sexta-feira, março 21

Poesia . 17



Porque a vida é como um oscilador harmónico, vamos recolocar o perpétuo na crista da onda. Hoje é o dia Mundial da Poesia e dizer isso é dizer pouco. Bom mesmo é parar para se deixar levar pela onda de uma qualquer poesia perto de si sem olhar a nomes, a prefácios ou a vendas. Poeta é todo aquele que consegue, recombinando letras, criar frases que consigam retratar, deixando a nossa respiração em suspenso, sentimentos, vivências, momentos ou instante marcantes da viagem. Hoje é dia deles e, por sorte, é nosso dia também. Deixo um que não me é anónimo.

Divagando

Uma a uma, as onda vão rolando,
rugidoras, soberbas e alterosas.
Das cristas, branca espuma vai chispando,
que o sol faceta em vibrações radiosas.

Mas à medida que elas vão chegando
à vastidão das praias arenosas,
uma a uma se vão esfrangalhando,
como farrapos de canções saudosas.

Também as ilusões da mocidade,
vão rolando em liberdade,
carregadas de luz e branca espuma.

Chega a velhice. E as ilusões, coitadas!
Vão, como as ondas, morrer esfarrapadas,
neste sinistro areal, uma a uma!

Nuno Gonçalo . Noites de Solidão

quinta-feira, março 20

Obviamente...

Ao menino que se serviu das novas oportunidades que as tecnologias oferecem, agradeço do fundo do coração visto que aos professores, este tipo de documentação, está vetada legalmente.
Fico na expectativa também para verificar quais serão as desculpas congeminadas para justificar o injustificável. E não pensem as pessoas que isto é caso único, muito pelo contrário. O dado novo resulta de que esta não é uma escola qualquer, dizem os rankings, mas adiante lá iremos. Depois do vídeo não haverá azo à proliferação das maiores palermices, sejam as da tutela que são muitas, sejam elas confapianas. O bem que fazia àquele rebento uma “correcção manual”.
Faço questão de salientar também que, segundo os magníficos rankings, a escola em causa é uma das escolas que lideram a popular tabela o que não deixa de ser curioso. E deixo o raciocínio: Se esta é uma escola referência, o que será que se vive por esse tresmalhado Portugal fora?
Aqui sentado, confortável esperarei por ver que medidas, acções e repercussões irá dar este vídeo amador para o mal formado rebento, os seus papás e por arrasto para todos os rebentos e papás que vivem no país, os mesmos que pedem a cabeça e a correcção dos professores malandros. O mais certo é servir apenas para gastar latim...

terça-feira, março 18

Simbolismos



Mais de cinquenta anos após as atrocidades da WWII a Alemanha decidiu dar os passos que provavelmente ainda faltavam por dar não para esquecer mas para nunca mais desaprender e sossegar de vez o espírito nacional. Tal como um responsável estatal afirmou, a Alemanha é a primeira nação a erigir monumentos que simbolizam a vergonha que o seu povo sente pelas atitudes tomadas noutros tempos em contraponto com os conhecidos os monumentos (Soldado Desconhecido) erigidos em honra dos soldados mortos em combate. A segunda nota prende-se com a ida da Chanceler alemã Angela Merkel ao parlamento Israelita. Tal como no nosso parlamento em que deputados optaram por vetar o gesto simbólico daquela câmara para com a Família Real Portuguesa no último aniversário do regicídio também no parlamento Israelita ouve deputados, cinco apenas, que preferiram se ausentar no momento solene da recepção da Chanceler Alemã. Na vida há umas dores mais fortes que outras mas o tempo parece não ser cura para nenhuma delas.

Para rir . 9



Tenho pena que os incorrigíveis tenham terminado. Eram uma fonte inesgotável de humor...

sábado, março 15

Línguas à solta



Estou indignado.
Deparei-me há instantes na Tv. com as imagens do plenário do PS e contemplei, estupefacto, como o pavilhão estava cheio da espécie lambe-botas! E sem controlo! Depois desta manifestação, contida, é certo que o ministro da agricultura estará em maus lençóis e por horas, depois das suas afirmações para acabar com as raças potencialmente perigosas. Não é justo para o comum cidadão não poder ter o seu animal de estimação, enquanto outros, os exibem às claras em plena luz do dia.
O lambe-botas é uma espécie que surge onde menos se espera. Desde a sua descoberta que o seu número tem vindo a aumentar o que tem colocado em causa a fauna e a flora no território português, uma situação que só tem paralelo sempre que os gafanhotos africanos atacam, sem o aviso que a lei estipula, as plantações algarvias e alentejanas. O lambe-botas não é uma espécie requintada e é possível encontrá-los nas planícies coloridas das hostes partidárias escondendo-se e atacando com poder bajulador, com sucessivo “roçamento língual” sobre a vítima levando-a, conforme enumerado pelos peritos, a um profundo estado afirmativo e catatónico.
E que dizer do governo? Coitados! O primeiro-ministro e demais ministros foram completamente lambuzados, acariciados, afagados a tal ponto que a QUERCUS e a SOS Animal estarão a considerar fazer queixa às autoridades competentes, às não competentes e ao Rei de Espanha para que a ordem seja reposta. Sabe-se que as profissionais libertinas e liberais do canal 18, depois de tal deboche público, enviaram uma queixa formal para a Autoridade da Concorrência por o que dizem ser uma “conduta pública e desleal para a classe que merece mais respeito e melhores salários, compatíveis com os que os lambe-botas auferem por quilómetro em cada exposição pública”.
Nota:
O Tony Carreira teve no atlântico 17 mil pessoas. Acho isso, uma afronta ao PS! Esse senhor devia ser disciplinado e imediatamente enviado para a longe… para professor numa escola em vinhais! O PS indicou que estiveram presentes 10 mil pessoas, falta agora saber o número da PSP e do governo…

quarta-feira, março 12

Imagem . 14


. clique para aumentar .

Democracia sem sentidos



Se tivéssemos que classificar a democracia portuguesa poderíamos dizer que a mesma está na puberdade, quer quase temporalmente quer, principalmente, no humor. A nossa democracia está assente nalgumas verdades absolutas: o sistema político é quase um sistema tri-partidário. Temos, por enquanto, o PS, o PSD e o maior deles todos, a abstenção. Este último é desde há uma mão-cheia de anos, o principal, o sistemático vencedor das eleições sejam elas quais forem.
Vivemos uma altura complicada. Uma maioria deu em autismo, prepotência e a uma oposição de estimação que, com ela se dá numa lógica de alterne, a qual se encontra imersa num vórtice extremamente confuso. Crises internas resolvidas, como sempre que a pequena oposição carece, na praça pública. Não digo que é bom ou mau apenas constato esse facto.
Numa das alturas mais rasteiras do governo, o PSD dedica-se a brincar aos partidos políticos o que é mau mas torna-se pior visto que os barões se desmarcaram e, quer de um lado quer do outro, não existe nenhum, ninguém, zero personalidades com carisma para pegar nos barcos. É como a nossa filha se quisesse casar mas a casa apenas levava pelintras. Ser pelintra não é automaticamente uma característica indesejável, para a filha do vizinho. Mas aqui não se esgotam as forças partidárias ainda temos o PCP, o BE e o PP. Ora bem… sou adepto dos debates mensais e políticos em geral e é minha opinião que o PCP parece um doente comatoso, isto é, às vezes dá sinais de vida mas… O PP é outro caso complicado já que as suas intervenções são por vezes interessantes mas, mal nos descuidamos, encontramos logo uma nódoa. O BE tem sido a lufada de ar fresco ao parlamento seja pelas tiradas de Francisco Louça ou pela dinâmica do partido, são “novos” e isso nota-se.
Não faço aqui um manifesto político bloqueano apenas quero chegar ao seguinte ponto. Se Sócrates é mau, se Menezes não tem ou demonstra o necessário savoir fare, se Portas já mostrou não ser de confiança sobram dois: o PCP e o BE. Pois bem daqui não vai resultar nada de bom e o mais caminho mais certo será um de três: Saramago-nos-emos, ou seja, mandamos os boletins de votos às malvas e aproveitamos o sol, no dia assinalado, aumentado o tal partido vencedor; ou caímos no erro de votar Sócrates (ainda há pessoas que votam na mãozinha porque sim, aqueles que eu chamo alinhados) ou caímos noutro erro e votamos Menezes.
É um sinal dramático para um país quando os salvadores são cegos ou surdos ou mudos ou tudo junto, o que parece ser cada vez mais o caso.

domingo, março 9

Não quis ver Lisboa por um “canudo”



Hoje (ontem) não quis ver Lisboa por um “canudo” e foi a melhor opção que fiz. Quem lê este blogue e me conhece sabe que não sou exagerado ou faço “fitas” por isso… Trago muitas sensações daquelas horas que Lisboa parou um pouquinho para que um tsunami de professores pudesse entrar pelas “avenidas novas” (do Marquês) e por todo o lado. Uma dessas sensações é a de que este foi um acontecimento que traduz o dizer “uma imagem vale mais que mil palavras”, neste caso oitenta mil. É descritível mas seria um exercício, pelo menos para a minha escrita, terrível e, por certo, incompleto. Não sei se o exagero que trago no espírito se deve a que foi a primeira manifestação em que participei isto apesar de, como é visível por aqui, os artigos do blogue serem assíduos em temas de política interna.
Não sou adepto de nenhum partido e os sindicatos não me dão confiança a tal ponto de que hoje teria ido com o meu carro não fosse o previsível e comprovado STOP às viaturas particulares e a prioridade aos autocarros da organização. Ressalvo também que, apesar desta ter sido a maior mobilização de uma classe de que há memória em Portugal (para cima de 50% da classe), as pessoas não teriam boa vontade suficiente para, em tempo útil, organizar os meios e as necessidades que uma demonstração destas requer.
Guardo também o apoio que fomos recebendo de viaturas que connosco se cruzaram na A1, Professores? Cidadãos em geral? Nunca saberei mas foi bom receber os polegares levantados, as buzinadelas, os “quatro piscas”. Nas ruas pessoas anónimas bateram palmas e deram força. Para quem atrapalhou a vida de muitos Lisboetas em resposta à trapalhada que têm provocado na sua, foi bom de ver, de sentir. De qualquer modo a maior imagem que trago é a saudação que uns se fizeram aos outros, professores para professores. A Ministra realmente alcançou um facto digno de registo, colocou a maioria dos professores norteados pelos mesmos objectivos e isso parecia impossível há pouco mais de… dois, um ano?
O autocarro onde seguia foi deixar-nos (e não “despejar-nos” como ouvi na TSF) mesmo no local e, logo aí, foi impressionante o número de pessoas que saíram de todos os lugares, portas, escadarias e becos adereçados, prontos e que acenavam à nossa passagem, se alegravam de ver o grupo engrossar, não augurando “um dia que viverá para a infâmia” como disse certa vez Roosevelt mas sim um dia que perdurará na memória pessoal e colectiva.
Não vou comentar as palavras da Ministra. Eu sou da opinião de que a sua troca não ia alterar os objectivos do Primeiro-Ministro (porque é ele que decide) e, ao cabo de três anos, dever-se-ia aproveitar o que a Ministra por esta altura deve saber de educação se a mesma se lembrasse que, antes dela, está uma imensa percentagem de docentes que saberão algo do assunto. A prepotência de uma reforma que ou se faz comigo ou contra mim é pura… poderá ser suicídio, político de uma Ministra de um tal Engenheiro e de um partido e isso sim seria um facto relevante. A democracia Portuguesa poderá viver algo que só tem precedente com o Maio de ’68 e se isso acontecer não sei bem qual será a vantagem que todos retiraremos disso. O povo talvez tire já que a confiança na classe política é diminuta e o aproveitamento dos mesmos tem sido descarado.

A propósito disso quero dedicar as últimas palavras a dois deles, o primeiro ao Ministro(?) Mário Lino. Mário Lino, não sei se por escolha de alguém ou por língua tresloucada, veio defender a Ministra. O que tem de mal? Nada a não ser que este é o Ministro mais mentiroso do Governo. Este sénior mente na rua, em conferências de imprensa, em encontros e inclusive na Assembleia da República. Não se que raio de sinal será este, mas ser ele a defender a Ministra da Educação parece algo saído de uma das melhores rábulas dos Monty Python. O segundo é o Ministro Augusto Santos Silva, outrora Ministro da Educação, que disse que a liberdade deste país não se devia a pessoas como o falecido Álvaro Cunhal. Ora bem o lendário líder do PCP antes de mais está FALECIDO e como tal a oportunidade da sua intervenção é, no mínimo, questionável mas por certo de extremo, fascista mau gosto. Acresce também que este ministro também não tem muita “área” para poder reclamar para si qualquer luta anti-fascista. Por último e pegando nas suas palavras “o que disse foi uma apreciação política pessoal”. Pois bem se pessoalmente, em política, tudo vale e se políticos somos todos, eu expresso aqui a minha ideia política sobre Angusto Santos Silva. É uma Besta. Disse.

quinta-feira, março 6

Curta de mau gosto



É mais um caso de vergonha. Vergonha que se estende a políticos, administradores públicos, Polícia Judiciária, Procuradoria-Geral da República e muitos outros. Depois de ter sido feita referência em Jornais de Coimbra e de este caso ser público ninguém mexeu uma palha. Veio o novo Bastonário que, graças à providência, não tem muitas pápas na língua e fez-se luz. Lá se iniciaram as investigações ao caso dos imóveis de Coimbra. Que miserável país este onde os iluminados magistrados e directores da PJ não têm dois dedos de testa para, por si sós, iniciarem a investigação sobre o que tem indícios de ilícito.
Outra situação miserável acontece com os familiares das pessoas que perderam a vida na ponte de Entre-os-rios em 2001. Optaram por matar o processo de modo a obter descanso. Que merda de país este onde tudo o que é contra o pobre, pequeno e privado é levado às últimas consequências e tudo o que mexe com interesses públicos ou instalados cai no esquecimento dos tribunais e na prescrição ou no arquivamento que parece ser o sujo truque judicial para compactuar com as injustiças. Justiça vadia.

Para rir. 8



Tinha esta sensação com alguns professores. Se eu me tenho lembrado disto...

A ver vamos...



Como é normal sendo eu professor tenho prestado suficiente atenção às opiniões emitidas pelos mais variados programas dedicados ao movimento tertuliano. Pois bem estou neste preciso momento a ouvir o Jorge Coelho, uma espécie de mobiliário antigo o Largo do Rato. É incrível como as pessoas não conseguem ter capacidade de pensar pela sua cabeça. É incrível como o autismo percorre o âmago dos principais partidos políticos como o ar que ora invade, ora abala dos meus pulmões. É costume chamar cassete aos comunistas mas cassetes parecem ser todos. O discurso de todos aqueles que se encontram casados vitaliciamente mais com os partidos do que com os respectivos cônjuges. A democracia vive uma época de desmoronamento de alguns ideais e existem pessoas que em vez de descerem das varandas para ajudar a reconstruir o que ainda merece o suor de todos, preferem deixar-se estar como gargolas de suportes desses mesmos varandins em derrocada lutando contra tudo e todos. Mesma contra a gravidade, seja ela a da Terra seja a da situação presente.
Guardo as palavras, estas sim sábias, de António Lobo Antunes ou de Vilaverde Cabral no Prós e Contras desta semana. O primeiro por dizer uma verdade insofismável - “A escola fácil não prepara para a vida difícil”; o segundo porque a ideia do livro branco da educação parece ser uma grande ideia. É sempre preferível dar um passo para trás para dar dois ou três para a frente e aqui Portugal poderia deixar de ser seguidor a ser seguido, explico. O mal da escola é um mal Europeu, quiçá, global. Pois bem, em vez de irmos copiar modelos específicos e talvez irrealizáveis, porque as especificidades são muitas, porque não, através do tal Livro Branco da Educação criar um modelo educativo de raiz e centrado em nós e não na… Finlândia.
Os professores vão sair à rua, eu vou sair à rua. Não tenho noção ainda com três dias de distância se a manifestação vai ser decisiva, sinceramente não creio mas de uma coisa estou certo: Portugal irá ver sem dúvida a maior manifestação de uma única classe, de sempre. A manifestação pode mostrar muitas coisas díspares mas uma será universal: é necessário parar e dar ouvido a quem se encontra nas escolas, a quem nunca se manifestou e desta vez optou por fazê-lo, em desânimo, com agastamento entre a espada e a parede porque em situações extremas nunca se sabe a “força” de um indivíduo e, muito menos, a de uma multidão.
“Nota dez!? Já não é mau” Jorge Coelho na Quadratura do Círculo.
É o tipo de políticos lamentáveis que temos.

quarta-feira, março 5

Imagens . 13



Provavelmente esta imagem irá ficar para a história. A NASA, mais concretamente o Jet Propulsion Laboratory, conseguiu captar uma imagem marciana insólita até aos dias de hoje. Do topo de um declive de 700 metros de altura soltou-se uma quantidade de pedras, pedregulhos, terra e gelo que se precipitaram para o vale e percorreram perto de 190 metros. Na fotografia captada pela Sonda da NASA que orbita Marte, vê-se uma escarpa com socalcos que se situa no pólo Norte do planeta vermelho. Uma explicação para o sucedido? Ao certo nunca se saberá (um sismo, a queda de um meteorito ou contracções das superfícies geladas causadas pelo aquecimento sazonal) mas uma certeza temos: Marte é um planeta e como tal terá actividade igual ou parecida à da Terra e apenas a quietude das imagens recebidas faz pensar o contrário.

Poesia . 16



De volta à poesia …
Ganhei um gosto especial por este poema e isto apesar do mesmo se vestir com um inglês rebuscado e entrelaçado, como que a querer dizer “não me leiam!”. Uma confusão para uma mente com raízes linguísticas procedentes mais das narrativas da terra do Tio Sam e do que da pátria de Shakespeare. Até o modo como o poema se me surge é curiosa já que resulta da magnífica, admirável, estrondosa série dos Simpsons, o que acho que lhe deu um toque especial, essencial e permita talvez ver neste o que não consigo ver em outros escritos do género e época. Basta de conversa, deixo uma parte e uns links do poema, da tradução do Mestre Pessoa e da animação que originou tudo.

THE RAVEN

Once upon a midnight dreary, while I pondered, weak and weary,
Over many a quaint and curious volume of forgotten lore,
While I nodded, nearly napping, suddenly there came a tapping,
As of someone gently rapping, rapping at my chamber door.
" 'Tis some visitor," I muttered, "tapping at my chamber door;
Only this, and nothing more."
(…)

Open here I flung the shutter, when, with many a flirt and flutter,
In there stepped a stately raven, of the saintly days of yore.
Not the least obeisance made he; not a minute stopped or stayed he;
But with mien of lord or lady, perched above my chamber door.
Perched upon a bust of Pallas, just above my chamber door,
Perched, and sat, and nothing more.

Then this ebony bird beguiling my sad fancy into smiling,
By the grave and stern decorum of the countenance it wore,
"Though thy crest be shorn and shaven thou," I said, "art sure no craven,
Ghastly, grim, and ancient raven, wandering from the nightly shore.
Tell me what the lordly name is on the Night's Plutonian shore."
Quoth the raven, "Nevermore."
(…)
"Be that word our sign of parting, bird or fiend!" I shrieked, upstarting--
"Get thee back into the tempest and the Night's Plutonian shore!
Leave no black plume as a token of that lie thy soul spoken!
Leave my loneliness unbroken! -- quit the bust above my door!
Take thy beak from out my heart, and take thy form from off my door!"
Quoth the raven, "Nevermore."

And the raven, never flitting, still is sitting, still is sitting
On the pallid bust of Pallas just above my chamber door;
And his eyes have all the seeming of a demon's that is dreaming.
And the lamplight o'er him streaming throws his shadow on the floor;
And my soul from out that shadow that lies floating on the floor
Shall be lifted--- nevermore!

Edgar Allan Poe


Link1 . versão original
Link2 . versão traduzida (Fernando Pessoa)
Link3 . versão imperdível

sábado, março 1

Decisions decisions...


Faz hoje manchete electrónica no Público que o Presidente da República fez um apelo veemente à serenidade por parte dos agentes educativos. Ora como escrevi há pouco tempo atrás, Cavaco Silva arriscava-se a ser o primeiro Presidente, salvo erro, a cumprir apenas um mandato e para lá parece continuar a caminhar. Apesar de todos os apelos feitos em discursos comemorativos para que houvesse “uma maior atenção às questões educativas”, certo é que a sua posição foi sempre “estratégica”. O desgoverno sempre aproveitou esses discursos para abençoar a sua estratégia e o Presidente sempre transpareceu a ideia de que “para bom entendedor meia palavra basta”, não sendo directo no que afirmava desde o seu remanso gabinete. Agora que a contestação é espontânea, atingiu características “de bola de neve”, de “gota que transbordou o copo” a sua posição é de “serenidade”? A serenidade perdeu-se por entre actos descabidos de quem pode e pela estratégica cooperação de quem devia, pode mas se remeteu a intenções codificadas. Nunca quis sair do cimo do “muro” e ser claro.
É certo é que aqui não existe lado, o que existem são alunos que merecem ter um ensino de qualidade, com um carácter geral ou técnico ou profissional honesto e apropriado, com condições, diferenciado em certos aspectos mas onde se lhes possa exigir a excelência. O que acontece hoje está algo longe disso. Um jovem professor na passada segunda-feira fez afirmações polémicas que têm por base esse ruir do sistema. Já se veio retractar não porque o que disse, ou o espírito do que disse, seja falso, mentira ou uma inverdade (palavra muito utilizada pela classe política e pelas pessoas que gravitam nesse meio mas que não existe) mas sim porque a distância entre o que se ouve e sabe e o que se pode provar é muito, demasiado grande. Sempre a aprender caro colega… Quem não viveu situações dessas que atire a primeira pedra. Essa política facilitista pode não estar descriminada de modo claro em decreto mas a realidade, importada para a escola por quem se cruza com os decisores, é essa.
Para acabar: acredito piamente que as famílias têm um papel preponderante para a escola na educação em falta que deveria ser dada em casaaos meninos. Tenho jovens que andam na rua até à 1h da manhã e depois vão cair de sono dentro da sala de aula. O tempo de antena que um certo senhor, representante e “projecto a político” tem é exagerado. E o que digo é tão mais verdade quanto as afirmações, posições e exaltações que esse senhor propala para a comunicação social. Se esse senhor é o modelo tipo de encarregado de educação eu serei certamente a Madre Teresa de Calcutá. Caro senhor primeiro os deveres e depois os direitos, não subverta o raciocínio escudando-se na juventude e passe a palavra: eduquem os meninos.