sábado, setembro 29

Miscelânea política



Promiscuidades…
Benditas escutas telefónicas que, aqui e ali, vão emergindo e revelam a repulsiva, asquerosa e universal classe política deste país.

“Mal tomou posse, em Março de 2005, o primeiro-ministro José Sócrates formalizou ao então Presidente da República, Jorge Sampaio, a proposta de demissão de Souto de Moura e a sua substituição por Rui Pereira. (…) As escutas em causa mostram, além disso, como o primeiro-ministro teve encontros com Paulo Portas (então líder demissionário do CDS), a quem pediu ajuda para convencer Sampaio. E como Portas aceitou e deu o seu apoio a Rui Pereira (actual ministro da Administração Interna). Este, por seu turno, tentou ajudar Portas e outro dirigente do CDS, Abel Pinheiro, a confirmar se existia um inquérito do Ministério Público (MP) envolvendo aquele partido.” Semanário Sol

Quais homossexuais políticos misturam as necessidades individuais ou partidárias, esquecendo a sua missão para que, a troco de uma carícia da outra ponta do hemiciclo, obtenham aquilo que lhes permite atalhar caminho ao propósito a alcançar. O país? Que interessa! O povo é estúpido! Preocupa-se com as contas a pagar, com os prazos que vencem, com o cedo erguer do dia seguinte, com a realidade que directamente os atinge deixando para segundo, terceiro, enésimo plano os embustes governamentais.
As pessoas não se revelam – “O povo é sereno” exclamou o Almirante Pinheiro de Azevedo mas os tempos de “é só fumaça” também já vão longe. O povo será sereno até ao dia. Até ao dia que o não for. Quando será? Não sei mas espero que aconteça. As suas vozes perderão algum dia essa mudez cada vez menos contida. Até ao dia que a coberto de um bloqueio onde “já estivemos todos” elas ganhem força e o mesmo lhes dê sentido no meio de tanta serenidade. E que tal como as ondas que, volta não volta, retornam a terra, as lembranças ouvidas de outros tempos mas também das vivências próprias e sentidas, iluminem esta minha pós-geração numa nova história impar resultante da existente desilusão. Outrora escorada a flores, hoje norteada pelo espírito crítico cultivado numa educação de massas, de informação e de imagens.
E como há uns anos largos e em jeito de dejà vu, a agitação começou por França. Promiscuidades? Sim mas na medida do possível, não lhes irei dar tréguas.

Imagem . 7


Não resisti a esta festa de cores...
A preto & branco só mesmo estas singelas letras.

sexta-feira, setembro 28

Poesia . 11



Debaixo dos caracóis dos seus cabelos

Um dia areia branca seus pés irão tocar
E vai molhar seus cabelos a água azul do mar
Janelas e portas vão se abrir prá ver você chegar
E ao se sentir em casa, sorrindo vai chorar

Debaixo dos caracóis dos seus cabelos
Uma história prá contar de um mundo tão distante
Debaixo dos caracóis dos seus cabelos
Um soluço e a vontade de ficar mais um instante

As luzes e o colorido que você vê agora
Nas ruas por onde anda, na casa onde mora
Você olha tudo e nada lhe faz ficar contente
Você só deseja agora, voltar prá sua gente

Você anda pela tarde e o seu olhar tristonho
Deixa sangrar no peito uma saudade um sonho
Um dia vou ver você chegando num sorriso
Pisando a areia branca que é seu paraíso

Cantado por Caetano Veloso

quinta-feira, setembro 27

No dia que o farol apontou para terra



Faz hoje 50 anos que as gentes do Faial viram, com gosto para uns com custos para a maior parte, um dos fenómenos mais extremos da Natureza. A ilha cresceu em tamanho mas perdeu para a imigração metade das suas gentes. 50 anos depois o Monte que se fez do Atlântico perdeu parte dimensão. Apenas se perdeu uma vida e essa foi a do vulcão passados treze meses. Deixo aqui algumas imagens em vídeo inéditas para muitos de nós mais novos.

Só pela lei não chega...


Todos nós por sermos latinos temos em nós um "quê" de juízes, de treinadores, de ministros isto é, gostamos de "meter a foice em seara alheia". Também desde há 3 anos para cá este país tem-se sobressaltado com casos mediáticos onde os protagonistas, pela pior maneira, são os pequenitos como a Joana, a Esmeralda e a Maddie para não falar nos outros não menos importante mas com menos cobertura noticiaria.

No caso de Esmeralda a história que parecia estar mais encaminhada levou agora novo volte face. Este caso é peculiar já que por pouco abriu um precedente, pelo menos a nível social, devido a diferentes interpretações de letra de Lei (não é a 1.ª nem a 2.ª...) no que concerne aos "abaixo-assinados". Sejam boa fé, de coerência de raciocínio ou de puro e simples populismo depois deste caso as pessoas talvez pensem duas vezes antes de colocarem o nome. Acredito que neste caso a coerência era o mote e desejava-se isso das instâncias reguladoras, neste caso os tribunais e os juízes. Já o aqui disse certa vez, a missão de um juiz, se for levada de modo honesto, profissional e ético é, na minha perspectiva, a de pegar na Lei e fazer a melhor leitura dela em função do caso que se lhes apresenta entre mãos. A Lei não consegue, apesar de ser esse o desejo do legislador, cobrir todas as saídas que os casos têm e é aqui que o juiz toma o papel conciliador ou assim se espera. Também seria de esperar que as pessoas não tivessem certas atitudes como "só lhe dei um pontapé", como se o acto de apenas o considerar como saída não merece-se, por si só, castigo. Resultado: uma bebé que deixou de o ser. Mas vamos aos factos da bebé (já o foi mais) Esmeralda.

Uma jovem com um comportamento imprudente e\ou leviano cruza-se certo dia com outro jovem não menos imprudente e leviano. Desse encontro resulta uma gravidez. A menina confronta o menino e o menino dispara num português rasteiro, aquele reconhecido como"curto e grosso" - eu não sei se é meu, eu sei que tu andas com todos! - e daí leva as suas mãos não querendo pelo menos aquilatar se existem, literalmente, umas células suas de verdade no assunto. Resultado: a menina emigrante, com a barriga a crescer de preocupações tenta resolver o caso. O desequilíbrio não lhe tolda o raciocínio e entre o ter e não ter o bebé, procura quem da menina se possa encarregar, possa ser pai, mãe, possa ser sinónimo de uma vida normal, com amor, conforto e com condições para ser alguém na vida.
E tudo está certo, a família é encontrada e a bebé vive feliz até que o menino (o tal que não quis saber), sabe-se-lá porquê, acorda com a vontade de uma "mini" - perdão - de ser pai. Isto após o seu animal acto, defensivo é certo, mas de qualquer modo negligente de não ter sequer considerado, e nessa linha ter decidido averiguar, se o bebé tinha mesmo o seu decisivo contributo.

É aqui que a história ganha fundo mediático e a opinião pública se apaixona ou critica, consoante a sua preferência, sobre os acontecimentos e as personagens. Com meses, férias (como se a menina a isso se devesse, pudesse sujeitar ou se a sua idade com isso se compadecesse) e outros casos pelo meio lá vem o Tribunal da Relação de Coimbra dar a sua achega ao caso ao entregar o poder paternal ao progenitor (e não pai) ausente deixando inconformados os que são os seus pais (sim apesar de não o serem geneticamente são-no nos actos) desde os três meses de vida. Globalmente é isto que o acórdão parece transpirar ainda antes das obrigatórias e oficiais notificações (mais uma vez o sistema no seu melhor).
No meio de tudo a que foi bebé e agora já é menina, que o sistema judicial permite que passe de mãos em mãos como se um bife se tratasse. E não me digam que ela não irá sofrer já que terá acompanhamento pedo-psiquiátrico que isso ainda me faz rir e isto é um assunto sério.

Absens heres non erit - "Não há ausentes sem culpa, nem presentes sem desculpa"

Atitude correcta

Não me vou alongar... Os directores de informações (presumo que sejam eles quem decide a linha de um noticiário) parecem malabaristas já que, a poder de guerras de audiências, jogam a seu belo prazer e necessidade com os telespectadores e mesmo com os convidados aos noticiários. O que ontem sucedeu no jornal da noite da SIC notícias (noticiário que aprecio) foi o milésimo exemplo desse tipo de atitude pouco coerente e ilógica. Esteve bem Pedro Santana Lopes e espero que a sua atitude faça escola para ver se a outra encerra por "falta de alunos" Não se fica apenas pela SIC mas estende-se a todos os canais sendo que cada um deles tem o seu "quê" de irritante - por exemplo ver o José Rodrigues dos Santos, que até parece escrever livros, tentar com um jeito sempre muito pateta indicar o nome de alguém com uma pronúncia "British". Hoje em dia a função de pivot televisivo ultrapassa (e muitas vezes mal) a mera acção de ler o teleponto. Não estou contra mas então sugiro que se orientem por pivots com "p" maiúsculo - Mário Crespo na televisão ou Fernando Correia na Rádio.
E por falar em rádio... Uma das virtudes de Fernando Correia e dos bons profissionais é de manterem a compostura mesmo quando o que relatam lhes diz sentimental respeito. Na noite de ontem o repórter e não comentador (há diferenças) da Rádio Renascença deu pena pela maneira pouco isenta e profissional com que berrava os golos ora do SL Benfica e os do Estrela da Amadora. Fraquinho e desprovido de algum carácter já que nuns ficava literalmente sem voz e nos outros murmurava "golo..." Triste serviço e espero que as audiências o demonstrem.

domingo, setembro 23

Não sei se vá se fique


Parece estar cada vez mais claro que para o povo Português a honra e a honestidade conta pouco. Somos os primeiros a exigir castigo, tal qual numa arena romana, sobre os casos mais mediáticos e sobre as personalidades hertezianas. Somos os primeiros a escolher como salvador do futuro um ditador do passado mas quando, no dia a dia, podemos fazer o tal "bem" que muitos já ouviram, que muitos verborreiam em alturas de aperto para outros o que é que se faz? Olha-se para o lado e finge-se que "não é connosco". Esta é parte da matéria negra que perfaz o nosso código genético.

Os políticos ou os "projectos a" acenam com intenções límpidas, carregados qual mulas de carga de honestidade, tementes de Deus (aliás de todos eles para não deixar pontas soltas) durante as tournées pré-eleitorais mas quando as mesmas se findam o que temos, o que resta? Normais, vulgares, enganadores, dissimulados e ordinários portugueses que quais Brutus apunhalam a honestidade pelas costas ou à moda política "se esquecem ou não sabem que" tinham, tal como o Zé-povinho desprovido de cargo público, de exercer os seus deveres entre eles os fiscais.
Faz manchete em dois diários que: "Ex-ministros enriquecem com a política" e "Há 43 autarcas em risco de perderem os mandatos". Vamos ao primeiro - Fazem questão lá para os lados de São Bento, e ainda esta semana isso foi patente no debate da Assembleia da República a propósito das interpelações de Francisco Louçã ao "roadrunner", de afirmarem que não existe falta de clareza nas nomeações exercidas pela Governo para cargos de confiança política. Que interessa se o homem que decide o que as criancinhas comem nas escolinhas é da Nestlé!? "Antes da Nestlé do que da Secção de adubos da Bayer!" dirão muitos. Desculpem se sou algo intransigente mas este tipo de compadrios não me sabem bem nem quando os mesmos são patrocinados pela Nestlé. Já o aqui escrevi "à mulher de César não lhe basta ser séria" e se há coisa que ela nesta foto não lhe acontece é, sequer, parecer ser séria. E é nesta onda de compadrios que eu pego para "ler" a noticia de que a política enriquece.
Todos nós sabemos que os conhecimentos abrem portas, desempatam candidatos, quando não estão empatados empatam-nos e depois o empurrão democrático empurra-os para a dianteira a coberto das supostas "entrevistas" no processo de selecção. É a vergonha geral a qual a poder de uma qualquer passagem medíocre e fugaz por uma gabinete ministerial perpetua a tradição e a promiscuidade público/privado e semipúblico ou semiprivado (semidivino?) fazendo com que as habilitações não sejam obstáculo às mais variadas e incoerentes funções.
- "Então o meu amigo é Engenheiro de Minas?! Arranja-se já algo no Ministério das Pescas ou prefere outro? Justiça?" E depois cá fora quando o Sol ilumina os outros "meninos" e a sombra das minas promete ameaçar a existência do "boi" vai daí e surge um grande amigo na PT! Até daqui a quatro anos...
Quando lá as obrigações terrenas passam ao lado até do esquecimento - "Sabe o que a mim me esquece há minha secretária também não se lhe lembra. Mas o senhor nem tem secretária? Exacto!" E depois vêem com a posição de que "não sabia" e de que "desconhecia" ou de que "ninguém na assembleia me avisou? Juro pelo que é mais santinho!" Onde andará o direito há indignação? Suicidou-se? Entrou no programa de apoio às testemunhas? Será que foi apadrinhado também?
Parece pescadinha de rabo na boca - se estás dentro afina pela mesma música, se não estás... estivesses! Fala-se mal mas hipocritamente todos querem e se não der, esquece o nevoeiro "à moda" de Dom Sebastião. Mas muitos clamam antes alto e bom som "volta Salazar estás perdoado!"

quarta-feira, setembro 19

Em modo mais ligeiro


Nos últimos tempos não tenho, por motivos profissionais, sido tão assíduo como gostaria para com o blogue bem como para todos os que dispensam 2/3 minutos do seu dia para por aqui passar. Não posso prometer mudar nos tempos mais breves mas posso prometer que quando aqui vier serei "implacável e suficiente" :) Para me redimir deixo aqui uma curiosidade histórica ligeira.

Andamos nós a estudar tanto para, certo dia, vir a descobrir que tudo ou quase tudo foi decidido já há muito tempo e de um modo nada científico. A bitola dos caminhos-de-ferro (distância entre os 2 trilhos) dos EUA é de 4 pés e 8,5 polegadas mas... porquê este valor? (duvido que alguma vez se terão questionado sobre isto).
Porque era esta a bitola dos caminhos-de-ferro ingleses e como os caminhos-de-ferro americanos foram construídos pelos ingleses, esta foi a medida usada. E porque é que os ingleses usavam esta medida? (já se estarão a aperceber de que volta levará a história) Porque as empresas inglesas que construíam os vagões eram as mesmas que construíam as carroças antes dos caminhos-de-ferro e utilizaram as mesmas bitolas das carroças.
E porque era usada a medida (4 pés e 8,5 polegadas) para as carroças? Porque a distância entre as rodas das carroças deveria caber nas estradas antigas da Europa que tinham esta medida.
E por que tinham as estradas esta medida? Porque estas estradas foram abertas pelo antigo império romano aquando das suas conquistas, e estas medidas eram baseadas nos carros romanos puxados por 2 cavalos.
E porque é que as medidas dos carros romanos foram definidas assim? Porque foram feitas para acomodar 2 traseiros de cavalo!

E Finalmente... O vaivém espacial americano (sim o vaivém... já vão ver porquê), o Space Shuttle, utiliza 2 tanques de combustível (SRB - Solid Rocket Booster) que são fabricados pela Thiokol no Utah. Os engenheiros que projectaram estes tanques queriam fazê-lo mais largos, porém tinham a limitação dos túneis ferroviários por onde eles seriam transportados, que tinham as suas medidas baseadas na bitolada linha, que estava limitada ao tamanho das carroças inglesas que tinham a largura das estradas europeias da época do império Romano, que tinham a largura do "rearend" de 2 cavalos.

Conclusão: O exemplo mais avançado da engenharia mundial em design e tecnologia é baseado no tamanho do "fundo das costas" dos cavalos romanos. Interessante não é?

de ouro negro a futuro negro


O que mais irrita dos EUA? Desde há umas décadas atrás que fazem das suas crises as crises de toda a gente. O camponês Italiano, os pescadores da Noruega, o camionista Português e muita outra gente não entende por que razão "às duas por três" o seu negócio vê reduzidas as suas margens porque pura e simplesmente algum cow"boi" decidiu mandar tropas para a outra ponta do mundo. Desde meado dos anos 50, 60 do século passado que em Washington se decidem os Presidentes de países fracos de fortes recursos sendo que tudo começou na América Latina e os casos são bem conhecidos.
O pior verifica-se sempre que os cow"bois" se decidem a saltar o "charco" com o intuito de martirizar países do médio oriente repletos de petróleo para que, de um modo ou de outro, consigam deitar as mãos a esse bem precioso. E o que mais revolta é que a sua necessidade provém de um consumo desmesurado de combustíveis fosseis. Carros que mais parecem banheiras que gastam 25 litros aos 100km/h, casas de madeira que necessitam de perpétuo aquecimento e um sem número de traquitanas que não dispensam de vastos consumos de energia enquanto que do lado de cá andamos sempre preocupados com o nosso consumo.
Que terá que se passar para que aquela gente muito egoísta, mal formada e convencida mude de atitudes? Deixe de invadir outros países? A meu ver cada país é soberano e se não o é, como nós um dia o não fomos, devia ele próprio lutar por isso porque até essa luta, quando ganha, forma as bases de uma sociedade mais justa. Que eu me lembre eles viam, antes de 74, este povo a sofrer com algumas malvadezas suficientes para merecer uma mãozinha e no entanto o que recebemos foi... macdonalds uns anos depois.
Quanta gente ainda terá que morrer em guerras de petróleo? Quantas torres terão que ruir? Quanto tempo vai precisar a comunidade internacional para perceber que, tal como a um menino refilão, às vezes um estoiro bem dado atalha muitos problemas? Faz confusão a inerte posição europeia, faz confusão o seguidismo que os lideres europeus fazem desse povo mimado como foi feito pelo nosso Manso Barroso. Até em termos económicos é possível observar essa subserviência e para tal basta ver o movimento das taxas de juro da FED americana e do BEC europeu. Parecem um harmónico sendo que nós vamos sempre a reboque.
Acho que vai sendo hora de colocar a cow no estábulo e o boi no programa de novas oportinudades. Se isso não for feito virá um dia alguém o fará forçadamente em tons de vermelho.

sábado, setembro 15

Priceless



E no final foram apenas 90 pontos que separaram a melhor equipa amadora do Mundo com a melhor profissional do Universo. Excelente!

sexta-feira, setembro 14

O "Bingo" Governamental



Em jeito jocoso podia dizer que as iniciativas do governo se assemelham ao Bingo e podia dizê-lo porquê? Quando vejo os jornais, os noticiários, a rádio e ouço as novidades legislativas ou as medidas oriundas de Belém, assalta-me sempre o espírito a imagem de um saco negro repleto com umas bolinhas resgatadas periodicamente da sombra, por uma mão insuspeita, revelando o assunto a "desgraçar" na semana que se aproxima. A bolinha que diz "professores" já saiu muito, até está meio gasta por esta altura, meio amassada mas as outras não se podem rir apesar do seu aspecto lustroso e ainda cintilante. Ontem foi dia de... baralha, agita... - Justiça!!.
Hoje o Ministro da Justiça, que já poucas saudades tinha deixado há uns anos, fez uma declaração que me fez "florir no local do aro celestial", tal qual um cartoon, um ponto de exclamação. Ao ser questionado por uma situação que junta TODOS os agentes do edifício judiciário numa exclamação de aflição relativamente ao pouco tempo que os mesmos têm para estudar e até sobre as implicações temporais que o novo Código do Processo Penal impõe aos presentes casos o Ministro replicou: A assembleia é que estabeleceu os prazos e só a assembleia é que os poderá alterar. Ora bem a primeira coisa que me ocorreu foi: "O que estarás lá a fazer?" Essa ideia ainda Persiste. É fácil passar as culpas para os outros. Que eu saiba não houve o tal acordo alargado que o PR pedia, como tal a culpa é dos "amiguinhos cor-de-rosa de patuscadas" ou seja por arrasto do ministro. Persiste...
Depois pensei nas palavras do Procurador-geral da República que assumiu, ontem, que "a escassez de meios tecnológicos e humanos", bem como o curto espaço de tempo para a entrada em vigor do novo Código de Processo Penal, "torna difícil a aplicação de algumas das suas normas inovadoras". Ou seja o Procurador pediu investimento em pessoal (Magistrados do MP, juízes, novas tecnologias etc) e o que é que o ministro fez? Bem, o ministro garantiu hoje que o programa de modernização prossegue, com um investimento de meio milhão de euros em sistemas de vídeo-vigilância para garantir a segurança dos tribunais, com mais 2200 computadores, 700 impressoras, 600 equipamentos de vídeo-conferência, 5000 telefones de sistema "VoIP" e 300 equipamentos para gravação digital.
Passado umas horas a mão inocente voltou "às suas" e desta vez saiu a... Saúde. Ainda esta semana tinha ouvido dizer o ministro da tutela dizer que era necessário aumentar as vagas para medicina, que se avizinha uma falta de Médicos em algumas especialidades. Que se faz? Como se cura a maleita? Se vão faltar Médicos então que "não falte só para alguns, que falte para todos!" terá pensado o ministro "do campo" e vai daí reduz a despesa com pessoal da Saúde. Para atingir este objectivo, irá ser proposta já uma quota máxima de 6000 contratos a prazo em 2007 e 2008. Poderá abranger os actuais contratos envolvidos na prestação directa dos cuidados de saúde, mediante análise da satisfação das necessidades permanentes. Para perfazer o bolo total ainda há que contar com mais de 3000 enfermeiros, 181 médicos, 528 técnicos de diagnóstico e terapêutica e 211 auxiliares de acção médica.
No que toca a avenças, a intenção do Governo passa por “analisar à lupa” os mais de 2000 casos de prestadores de serviços da Saúde, sendo este o universo alvo de não renovação dos milhares de profissionais. Contas feitas, a redução de pessoal ao nível de contratos a prazo e avenças poderá ascender a 7000, número que irá aumentar com as reduções de pessoal previstas para os hospitais do SNS. Estas medidas seguem a orientação de se fixar um tecto máximo de 25% para as funções de suporte (administrativas e outras) em relação ao pessoal total. Os números concretos ainda não são conhecidos, o levantamento ainda está a ser feito, mas os dados apontam já para casos em que 40% do quadro de pessoal dos hospitais que desempenha funções de suporte. Chamem o Scolari!

Imagem . 6


Poesia . 10


Trovas antigas

O que mais me prende à vida
Não é amor de ninguém.
É que a morte de esquecida
Deixa o mal e leva o bem.

Olha a triste viuvinha
que anda na roca a fiar
É bem feito, é bem feito
que não tem com quem casar

Quem se vai casar ao longe
Ao perto tendo com quem
Alva flor da laranjeira
Não a dará a ninguém

No cimo daquela serra
Está um lenço de mil cores
Está dizendo Viva, Viva
Morra quem não tem amores

José "Zeca" Afonso

quinta-feira, setembro 13

Povo pacato?


Os Portugueses, para além de outras características, são conhecidos por serem um povo pacato mas também têm tendência a entrar de cabeça em juízos extremistas. No dia de ontem o seleccionador de futebol tentou socar um jogador adversário. Com razão? Ele diz que sim as imagens pouco corroboram a sua versão mas também sabemos como são feitas as transmissões neste país, no máximo com quatro câmaras e isso é já com sorte.
O seu gesto está profundamente errado mas acho que se está a entrar no nosso extremismo típico. O jogo correu mal, a pressão tem sido grande, a época está no início e verdade seja dita, quem somos nós em futebol para criticar quem quer que seja. Pensemos... Zequinha nos EUA, o caso Saltilho, o balneário em Clairefontaine, a cena de pugilato de Sá Pinto, o murro de João Pinto no Japão, as meias finais no europeu de 2000. Os casos são muitos. É evidente que existe algo de errado na nossa fervorosa de ver o jogo quer para bem quer para o mal. Guardamos na retina estes casos negativos mas o Euro-2004 e a dedicação do povo Português foi um exemplo para todo o mundo. No entanto não seria de todo injusto que as punições a nível interno fossem mais rígidas, para que a disciplina fosse conseguida desde o início e até como uma prática modelo isto apesar de Scolari (um dos melhores treinadores de sempre da Selecção) até ser "mano" Brasileiro é campeão do Mundo ("Aportuguesou-se").
Castigo? Sim. Mau exemplo? Muito bem mas não se crucifique o homem. Errou e pronto. Se todos se "olhassem ao espelho" talvez o tom fosse outro por que nós somos uns tipos pacatos mas como todos, cheios de defeitos uns mais (Rui Santos - profundamente desagradável que perde sistematicamente a oportunidade de estar calado e que "respinga" os meios de comunicação por onde aparece) do que outros.
É verdade - a selecção joga mal Senhor Scolari e às vezes até as estrelas merecem banco mas a qualificação não irá estar em causa. Força Portugal.
PS: Já me mete arrepio ouvir o hino cantado por um estado cheio mas ver os bravos lusitanos do râguebi cantar até a voz lhes doer e inclusive chorar foi demais. Já ganharam! Força a todos os que defendem as minhas cores por esse Mundo fora.

terça-feira, setembro 11

Amargas efemérides


Hoje é um daqueles dias que marca "...a date which will live in infamy", segundo Franklin D. Roosevelt. É o sexto aniversário da queda das torres. Muito se escreveu, se filmou, se teorizou, se invadiu e ao fim de seis anos acho que o mundo andou para trás. E só num país como os EUA é que um candidato com mais votos não seria o vencedor, deixando à frente dos seus destinos uma pessoa sem valores ou inteligência suficientes para desempenhar qualquer tipo de função organizativa. O povo em si não mostra grande inteligência já que lhe facilitou o segundo mandato algo que só veio piorar a situação.
Provavelmente se não fosse filho de um antigo (e ruim também) Presidente dos EUA, este senhor seria um desgraçado como a ordem natural da evolução humana o determina.
É mais do que conhecia a apetência dos EUA de "investirem" numa guerra em tempos de recessão. É conhecida a intromissão dos EUA, quer por incentivos encapuçados a golpes de estado quer por necessidades internas de recursos, na política interna de países do Médio Oriente, da América Central e do Sul. Resultado: o ódio visível e invisível do resto do mundo para com tudo o que é americano vai em crescendo e não se vê uma melhoria nos próximos anos. O melhor de tudo: as eleições americanas aproximam-se e Bush não se pode candidatar. De qualquer modo, tal como Pearl Harbor, Hiroshima, Darfur e muitos outros locais conhecidos pelos piores motivos, que nos envergonham a nós que não podemos nada mas que deixam serenos os que podem mas não querem, não deixemos que os mesmo caiam no esquecimento. O princípio do esquecimento é o início da replicação.
Deixo aqui o ajuste de contas possível com esse senhor.

Leituras...


O dia de ontem, pela hora do almoço, ofereceu-nos mais uma "especialidade da casa" deste Governo - o chamado "encher chouriços" ou, numa versão mais educada, a propaganda à volta da educação. Com a mesa dos anfitriões bem composta de frente para uma plateia representante de 22 escolas, lá começou a charada desinformativa ou manipuladora de números e por conseguinte de verdades. Divaguemos...
José (Sócrates) Pinto de Sousa alinhou pelo discurso gabarola, isto é, e citando "...ensino do país está a ganhar eficiência e, actualmente, há menos professores e mais alunos, assim como menos desperdício de dinheiro. Uma das provas do resultado da política educativa do Governo é a subida em dez por cento da taxa de sucesso escolar no ensino secundário." Só me ocorre uma palavra - Brutal! Será que consegue transformar Chumbo em Ouro? É um verdadeiro Midas faria corar Arquimedes ou será que é ele um Midas mas da leitura transviada dos números? Vejamos...
Este (des)Governo está em funções há mais de dois anos e diz ter conseguido com os mesmos (um pouco menos) professores, os mesmos alunos nalguns casos e as mesmas condições escolares e dos materiais aumentar o sucesso do Secundário em 10%! Fez isto sobrecarregando horários, turmas, salas de aula e escolas. Contra senso penso eu, ou será que não?
Ou seja a maneira mais eficiente de ir até Marrocos, segundo o raciocínio deste Governo, é investir pouco no carro, sobrecarregá-lo de gente e malas, escolher a gasolina mais barata (isso já era graças à liberalização ou melhor ao compadrio ou anarquia por eles fomentada) colocar uma velinha em Fátima e iniciar viagem... em Algeciras. Aos iluminados e às suas criaturas amestradas gostaria de fazer a seguinte questão: Como explicam então as notas dos exames? O secundário que falam não é o mesmo? Ahhh já sei é o seu Secundário, o de fantasia. Serão de esperar no futuro excelentes resultados nos exames nacionais, isto se tivermos fé nas parangonas do Senhor Pinto de Sousa.
Mas os números estarão errados? Relembro que no último ano foi feito um esforço (não estou a ser irónico) por resgatar às escolas os desistentes e muitos deles acederam. Até aqui positivo certo? Bem mas "uma vez desistente, sempre desistente" a não ser que, como aconteceu, lhe fosse oferecido outro tipo de negócio tipo "da china".
Estes alunos foram inseridos num Plano Integrado de Educação Formação (PIEF) que consiste em, por outro caminho pedagógico diferenciado, oferecer a possibilidade de terminar o Secundário. A palavra "oferecer" irá ser importante daqui para a frente. Este plano, da parte do Ministério, consiste em dizer pouco ou nada sobre as linhas que o orientam, pouco ou nenhum apoio documental para as escolas e os professores mas, com a certeza, de que estes outrora náufragos do ensino deveriam chegar "à costa" custe o que custar. Faltas? Nenhumas. Testes? Nem pensar! Avaliação? Tem que ser daria muito nas vistas, deixa pensar... por trabalhos! E então andaram e andam os professores a "encher chouriços" durante o ano para depois de estarem bem cheios como as estatísticas (principalmente as da UNESCO) o Governo poder vir para a praça pública vender os tais "chouriços". Brilhante não é? Parece concorrência desleal. Shhhh! que ninguém se vai aperceber...

domingo, setembro 9

Horas, dias... meses


Creio que neste espaço nunca discorri sobre a pequena Maddie. Já lá vão muitas mãos cheias de dias aliás não tardará muito a fazer-se a contagem em meses o que significa que apenas restará a esperança para dar vida a uma situação que se encontra órfã de tudo o resto. Certezas? Não as há a não ser que a história surge-nos (muito) mal contada. Desenvolvimentos recentes levam a que todos por cá questionem tudo enquanto que os Ingleses do alto da sua soberba continuem a apontar o "mordomo" como o mais provável. Por acaso não conheço nenhum Inglês mas se conhecesse aí estaria um bom tópico de conversa. Relembro que se assassinaram prostitutas há não muito tempo pelas terras de Shakespeare e que dessa situação se sabe nada, rien, niente, nothing...
Certo, pelo menos para mim e até devido a situações anteriores e posteriores, é que apesar de este ser um país de brandos costumes o mesmo se encontra sujeito a que estes casos existam. Surge-me como óbvio que deviam existir os tais cães pisteiros com diferentes especialidades, devia existir um laboratório que se dedica-se apenas a questões forenses e as polícias deviam ter na sua posse uma "artilharia" tal que nem um grão de pó poderia fugir da cena do crime durante as primeiras 48 horas. Se houve alguma falha imputável à nossa polícia acho que ela se alicerça por aqui.
No entanto a menina continua em parte incerta apesar de existirem poucos que ainda suponham sobre que tipo de desfecho teve a Maddie. Espero que não, apesar de tudo. Faço os mesmos votos que Moita Flores fez hoje - a história irá ter o final feliz, possível. E já agora que a PJ esfregue na cara dos ingleses resultados sem margem para dúvidas. Outra coisa que surge por detrás da "cerca" a espreitar é a política, principalmente a Inglesa. Aqui e ali devido a existir uma proximidade entre um "boy" do ainda 1.º Ministro Inglês e os pais da menina, verificou-se uma predisposição a comentar e a opinar de modo estranho e muito... disponível. É mau porque apenas distrai do objectivo que é a verdade sobre o paradeiro da menina.
Noutro registo foi agradável verificar que as polícias colaboram entre elas (situação que devia ser modelo para muitos organismos) e que quer dum lado quer do outro as polícias se deixaram ficar à margem de insensatezes mediáticas. Também surgem do país vizinho palavras de confiança e de profundo respeito pelo profissionalismo, dedicação e competência da PJ. Não era preciso mas agradece-se. Que com serenidade e determinação se chegue ao fundo da questão, doa a quem doer, haja o que houver.

Em todas


Neste momento estou a ver a Selecção Nacional de Basquetebol a ganhar à sua congénere de Israel. A diferença por esta ainda, prematura no jogo, cifra-se em 13 pontos. Isto serve de mote para o que vou escrever e que resulta de ouvir o Ministro da Presidência comentar que o Governo deliberou investimento de modo a dotar muitas modalidades de instalações que promovam e sustentem os bons resultados bem como que chamem jovens para essas modalidades. Apoio e dou fé às suas palavras que se irão materializar em tempo útil e com qualidade, pelo menos assim espero, e numa altura de euforia pelo ouro de Nélson Évora.
É justo no entanto dizer que muitos outros feitos foram atingidos e até em maior quantidade e nada foi feito. É de sublinhar também que, muito atento e sempre disponível para resgatar dividendos de acções de propaganda, o Governo se predispôs a tal numas das muitas vagas temporais em que o país se encontra deliciado e em apoio acérrimo dos desportistas Lusos. E é bom para o loby da construção que ansiava de modo sufocante por uma das típicas pujanças políticas nas suas particulares economias de mercearia. (Nota: E os prédios continuam a aparecer como cogumelos apesar de não haver quem os habite! Coisas de quem não deve ter mais com que ocupar o tempo...) Onde ia?
Assim sendo o Ministro da Presidência anunciou que até vão ser construídos muitos Centros de Alto Rendimento até para o Badmington. Agora não (des)esperem é que as medalhas sejam todas nossas porque os outros países já nos levam 10, 20 30 anos, nalguns casos, de avanço. Já agora deixo uma questão: Esquecerem dos enormes atletas Para-Olímpicos portugueses?

Não deixo passar o PÉSSIMO SERVIÇO PÚBLICO que a RTP fez no caso da Selecção Nacional de Râguebi. Isto porque lhes foi oferecida a retransmissão do Campeonato do Mundo, como até acedeu a fazer no caso do Basquetebol, mas devido a considerar o fraco retorno de audiências optou por deixar ir os mesmos para a Sporttv. E faço notar estas palavras muito verdadeiras de um dirigente da FNR sobre o caso as quais mostram que ainda subsistem vacas sagradas apesar do que teimam em contra-informar para o exterior - "Quando temos um canal público que cobra os meios de produção para passar jogos do Campeonato Nacional...”

quinta-feira, setembro 6

Theire Way



Sempre escondido no meu inconsciente de menino guardei a ideia de que existem pessoas que nunca vão morrer, que irão permanecer sempre vivas como qualquer outra coisa diária que tomamos por garantida. Tal como o Sol. E só me apercebo disso, não sei vocês, quando a sua presença nos foge repentinamente de casa porque a certa altura de tanto nos invadirem a sala entram numa descrição familiar. Pessoas tão diferentes e de ocupações tão variadas como o Papa João Paulo II, Carlos Paredes de entre muitas outras tal como Luciano Pavarotti o qual me apercebi, durante as férias e após a sua hospitalização, que também entrava nesse grupo.
Sempre tive para mim que existem certas pessoas que se deviam ver ao vivo porque sim, porque íamos sentir uma montanha russa de bons arrepios, porque a sua trajectória dizia mais do que a nossa tenra idade podia perceber e que o futuro colocaria tudo no devido sítio. Frank Sinatra, Amália Rodrigues, o Mestre Carlos Paredes, Freddy Mercury e Pavarotti entravam nesse grupo. Infelizmente já não terei o seguríssimo prazer de os ver/ouvir ao vivo e não terei oportunidade de ouvir algumas canções que, passem os anos que passem ou passem nelas as vozes que passarem e que até as mereçam, as mesmas só me farão sentido quando as ouvir nas vozes deles. Deixo aqui algumas delas que não as percebo longe deles e onde é a música humildemente que parece suplicar pela sua voz ou saber.

quarta-feira, setembro 5

À moda americana



Que se sabia que acontecia acho que ninguém duvidava (veja-se que os mesmos não deixam de espancar pelo mero facto de estarem na via pública parente os olhos de quem passa). A existência de um vídeo só dá valor às mil e uma palavras vociferadas por inúmeras pessoas que tinham surgido maltratadas diante das câmaras de televisão e cuja explicação parece sempre morrer solteira. Não conheço um único caso em que um polícia tenha sido sujeito a processo disciplinar e/ou crime devido ao seu "excesso de zelo" e que por ele tenha sido punido. É sabido que por vezes a sua acção é complicada e ainda estando por provar a veracidade das mesmas, haverá pouco que justifique tamanho desfecho. Já diz a expressão uma imagem vale mais que mil palavras. Neste vídeo "berram milhões delas".

Curtas


1. Hélder Rodrigues
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Acompanho invariavelmente os Portugueses na aventura do Dakar talvez porque gostaria de um dia entrar nessa aventura. O Hélder creio que estreante no ano passado fez uma prova bastante boa e em mim ficou a grande curiosidade de ver o que ele iria conseguir fazes este ano, talvez com melhores condições. Muito provavelmente não irá participar este ano em virtude de uma queda no dia de ontem que o deixou muito maltratado. Dakar's há muitos o mais importante será o restabelecimento do Hélder. Uma força para ele.
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2. Assaltos
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Deparámo-nos nos noticiários com dois assaltos à mão armada no dia de ontem. Inicialmente a polícia conseguiu andar no encalço dos meliantes mas depois parece que a terra os comeu. No outro os assaltantes fugiram a pé! Terá sido para evitar uma terrível hora de ponta? Nem por isso, Alfena não é conhecida pelo imenso trânsito. Certo é que nem num caso nem no outro a polícia consegui capturar os assaltantes. No primeiro assalto depois de conseguirem o mais difícil deixaram que eles desaparecessem e é aqui que coloco a pergunta: Se isto fosse em Espanha eles teriam fugido? Atenção que não estou a colocar a culpa na polícia mas acredito que por falta de meios dois assaltantes conseguiram fugir a imensa gente (perto de 100 agentes) fardada. Se fosse nos Estados Unidos os mesmos teriam levado chumbo mas como cá o polícia arrisca-se a ir a tribunal, a pagar as balas e no extremo a ficar preso os mesmo não devem evitar pensar "calmex que já alguém lhe deita a mão".
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3. Ainda o jogo do Dragão
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Ontem ao cair do dia a Comissão Arbitral da Liga veio fazer um "esclarecimento técnico" que versava do seguinte modo e que facilito aqui.
Após ler o comunicado apenas posso dizer que esses senhores são uns cobardes repletos de incompetência a mesma que despejam no lombo dos seus árbitros, que estes adquirem por osmose e falta de inteligência. A decisão versa assim e passo a citar "competirá ao árbitro decidir se um defesa quando entra em tackle por detrás sobre um adversário que conduz a bola, conseguindo desarmar o adversário, indo a bola na direcção do guarda-redes (...) de a bola foi atirada deliberadamente em direcção ao guarda-redes para que este a possa agarrar e punir se o fizer". Ou seja se é passe e o árbitro apita está certo, se não é passe e o árbitro apita está correcto! Está sempre certo! Haja ignorância! Nem com a lei encostada ao nariz estes senhores a percebem e o que é mais grave é que o admitem em público e por escrito algo a que não fico indiferente e que me leva a, mentalmente, conjecturar sobre a iliteracia e analfabetismo desta comissão. Avaliação para eles também.

Europa e as "mil velocidades"



Numa sessão do Parlamento Europeu o PR Cavaco Silva proferiu talvez as palavras mais correctas, na minha perspectiva, desde o início do seu mandato. Curioso é que as mesmas foram feitas em Bruxelas para os parlamentários Europeus e não para os Portugueses em Portugal. Sinal dos novos tempos que adoptámos no dia da entrada na Europa, mais propriamente no dia que abraçamos o Euro e ele invadiu, de entre outras, as ruas Lusitanas. Porque esse abraço aparentemente inofensivo deu azo a muitas mudanças por toda a Europa mas principalmente neste adolescente país ainda pouco habituado a seguir regras internas quanto mais exteriores.
Como por cá vivemos numa mentalidade provinciana de "cada um por si" a reacção foi de pouca atenção e fiscalização aos preços. Com isso o bolso ressentiu-se sendo que ainda não entendo o que raio fazia o Instituto Português do Consumidor ou como se designa agora Direcção-geral do Consumidor (um belo tachinho na certa). E assim em tempos de "vacas gordas" andou tudo a ser levado com o duplicar, em muitos casos, dos preços sendo que institucionalmente a resposta sob a forma de reformas e demais funções governamentais foi zero, desaproveitando o vento favorável levando-nos ao ponto de ruptura presente.
Na sua intervenção o PR fez questão de alertar para algo que é objectivamente dramático e do meu ponto de vista incoerente e incompreensível que se vê bem com números: 75% é a percentagem de europeus com rendimento inferior a 60% do rendimento mediano do próprio país; a taxa de pobreza anda nos 16%; 20% dos mais ricos auferiam rendimentos 5 vezes superiores aos 20% mais pobres em 2005 numa Europa a 25. Algo vai mal nesta suposta União Europeia e por arrasto em Portugal num tempo que a macroeconomia se finou por cá. Ganha-se menos, pagam-se mais impostos e o resultado parece ser óbvio: Quando vierem as eleições vamos receber uns caramelos comprados em Espanha, porque por cá a fábrica encerrou, e até os professores irão ser bajulados pela bruxa má.
Com a declaração, o PR para além de alertar para uma realidade preocupante, tenta ganhar consciência, tempo e quiçá umas ajudas para a Lusitânia visto que Portugal será um dos países em que a tal média e as suas percentagens puxam o barco ao fundo como uma pesada âncora. Duvido é que o consiga. Isto é claro é uma leitura minha quer a teoria quer a reacção mas só o futuro dirá.
No "Nobel absurdo" estou de acordo com o nosso Chefe de Estado. Se fizéssemos o que nos era devido não teríamos que sequer considerar isso já que acredito que querendo somos excepcionais mas teimamos em seguir uma ideia que diz: Quando queremos somos excelentes mas quando nos distraímos também somos péssimos. E distraímo-nos tanto...

terça-feira, setembro 4

Imagem . 5


Poesia . 9



É urgente o amor.
É urgente um barco no mar.

É urgente destruir certas palavras,
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos,muitas espadas.

É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.

Cai o silêncio nos ombros e a luz
impura, até doer.
É urgente o amor, é urgente
permanecer.

Eugénio de Andrade

Avaliações



A maior parte senão mesmo todos os que lêem este blogue conhecem-me pessoalmente e como tal sabem o que faço (quando me deixam) na vida. Para quem não sabe, sou com muito gosto Professor (é logo aqui que desatino com o poder instalado). O poder instalado diz que é Professor apenas quem está na carreira o que é o mesmo que dizer que o é apenas quem está quadro. Por aqui começo alertando que isto vai servir como uma sessão de autopsicanálise e que estão livres de terminar por aqui a leitura, no entanto agradeço a deferência e persistência que mostraram até este ponto.
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Ontem (dia 3) foi o que costumo chamar o pior dia do ano. Não o é quando sei que fico sem trabalho, não o é quando fico sem bola, não o é quando a Fujiko não aparece. É-o quando tenho que ir mendigar para o Centro de Emprego ou como carinhosamente as pessoas dizem "o desemprego". Digo mendigar porque é isso que parece senão vejamos. Sou de uma geração super avaliada já fiz referência disso aqui, desde a primária até ao último dia de escola como aluno passando pela obrigatória, pela não obrigatória, por uma Licenciatura e finalmente uma Pós-Graduação. Tudo isto em 29 anos e falo só no estudo daí eu achar que merecia um pouco mais do que me confundir com pessoas (não serão todas... mas) que não querem fazer nenhum quer por não terem aspirações, quer por abraçarem simplesmente o "xico-espertismo".
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Gosto de ser Professor e acho que tenho algum jeito. Já o faço à 5 anos e continuo a pensar que foi uma boa decisão porque segui aquilo que queria de coração. É evidente que serei capaz de fazer outras coisas no entanto sempre acreditei que uma pessoa deve fazer aquilo que lhe agrada porque o que mais me revoltaria era chegar ao fim de 10, 15 anos e pensar "mas que raio estou eu aqui a fazer todos os dias?". Não acho, sei, que a pior coisa é não ter vontade de sair à rua para ir trabalhar para um sítio que pouco ou nada nos diz. Também sei, e já o afirmei aqui, que existem muitos Professores e "candidatos a". Reminiscências de uma revolução escolar do pós 25 de Abril, da falta de meios humanos para responder a tal procura naquele então e de uma quebra da natalidade. Acrescento que as turmas são realmente grandes (falo porque as tive todos os anos sem excepção), que não entendo que raio de números anda a bradar a ministra com os seus lacaios amestrados e que as mudanças nos horários e nos currículos fizeram descer de modo concreto o número de Professores necessários.
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Agora vêm lá as avaliações que consistem 3 provas, a saber: um exame de Português, um exame oral que mostre o "à vontade" do candidato bem como a aptidão específica da sua disciplina e um de raciocínio mental. Pensava sinceramente que já tinha passado por isto mas... Adiante
1.º Ponto: Avaliação é necessária, e isso, não contesto;
2.º Ponto: A fazer-se é de inteira justiça que seja para todos e não apenas para quem ainda não tem 5 anos completos de ensino;
3.º Ponto: Porquê 5 anos? Porque não 1 ou 2 ou 3 ou 4 ou 10? Aposto que, tal como eu, anda aí muito boa gente a dar erros, algo a que ninguém está livre;
4.º Ponto: Haverá material para processos em tribunal? Digo isto porque se alguém sair com boa nota da universidade e der de caras com um chumbo nos 3 testes creio existir aqui uma falha algures que é inimputável ao "mexilhão";
5.º Ponto: A partir desse momento a profissão de Professor será a mais exigente de todas neste país o que irá implicar o afastar de candidatos com o consequente facilitar mais cedo ou mais tarde das regras para colmatar falhas e assim violar a regra de igualdade que a constituição ainda creio que prevê. Sei que é rebuscado mas estamos em Portugal e isso tem peso na desconfiança;
6.º Ponto: Espero que se verifique o consentâneo aumento salarial porque a este nível não estarão muitas profissões tal como não estarão, certamente, muitos ministros deste Governo a começar pelo cabecilha.
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Hoje não peço desculpa. Desta sensação de injustiça ninguém me esvazia.

Confirmou-se...



Ia alta, a noite, mas confirmou-se e apenas me surgiu (confessável) isto na cabeça - O verdadeiro cego é aquele que não quer ver. Na realização deste artigo o animal da foto não foi maltratado. Dedicado ao comentador/paineleiro do artigo anterior.

domingo, setembro 2

De raiva...



Desculpem a futilidade deste artigo mas quem me conhece sabe que me faço reger também pela ética e pela justiça. Faz hoje uma semana estava eu em grande discussão devido ao golo do FC Porto contra o meu Sporting. Considerei, e assim continuo a pensar, que o lance que origina o lance do golo não é atraso mas sim corte. Também que me conhece sabe que eu não acredito em Deus ou forma superiores de existência mas por vezes surgem situações que me fazem duvidar, hoje foi o caso. Quase como por desígnio divino no jogo do Sporting contra "Os Belenenses" dá-se uma jogada em tudo idêntica, atrevo-me a dizer que até é um lance mais simples para o defesa e, como tal, mais questionável que o da semana anterior.
Os que falaram na semana passada calaram-se hoje. Só estou à espera de ouvir o "inteligente" do comentador/paineleiro da TVI, João Querido Manha, no fraco programa da mesma estação relativo à jornada deste fim-de-semana para ver que verborreia justificativa irá proferir relativamente a esse lance.
Sou do Sporting mas sempre com a camisola vestida sei ver os lances e sei ser isento já este senhor deixa muito a desejar mesmo afirmando despir-se de todas as cores. Deviam colocar os olhos no Senhor Fernando Correia esse sim um entidade no mundo da rádio e do relato/comentário desportivo. Desculpem esta minha reacção vulgar mas antes "morrer de pé que viver de joelhos"

Curtas


1. Triatlo
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Já aqui dediquei um artigo à modalidade e em particular à Vanessa. Voltou a fazer um brilharete algo a que nos tem habituado. Na sua carreira já só há a esperar a repetição dos feitos alcançados e um ouro olímpico o qual poderá vir no próximo ano. Assim o desejamos todos certamente. Felicitemos a atleta nas vitórias que elevam a fasquia numa modalidade que com ela só terá agora dois caminhos: Ver, deliciar-se enquanto ela não parar (muito à moda de Federer ou Tiger Woods) ou então o elevar da fasquia fará surgir novos atletas com melhorado potencial. De qualquer forma os seus feitos jamais serão esquecidos mesmo se algum dia não subir ao pódio (que agora lhe parece pequeno para tamanha categoria). Força para a Vanessa e para os demais atletas portuguesas.
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2. História
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Deparei-me, no sossego, com um programa que falava de grandes personalidades da história. Todas elas fizeram o seu culto num orgulho desmedido o que as levava a erigir majestosos mas despropositados e excessivos edifícios num sentido muito narcisista. Apenas uma, notava o programa, se tinha cingido a um e esse foi Napoleão ao mandar construir o Arco do Triunfo. Apenas...
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3. Educação
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É claro que o Ministério da Educação não é nenhum Centro de Emprego. É claro que a natalidade em Portugal diminui a cada ano que passa. É claro que existem professores a mais. Já não é tão claro como é que o governo permite que os jovens continuem a entrar para as universidades para os cursos de ensino. Já não é tão claro (ou até é... dinheirinhos) qual é o motivo de empilhar 28 alunos numa sala de aula e que a um professor, nessa e nas outras 5 ou 6 ou 7 turmas, seja pedido o milagre da multiplicação do sucesso escolar. Já não é claro que exista mais vontade de algumas juntas de freguesia, do que do Governo, no que respeita ao apoio aos jovens para constituírem família ou inclusive para que não se desloquem para outras zonas à procura de trabalho. Números: 55 365 candidatos; 48 958 sem colocação; 44 725 candidatos à contratação. Acabo com um agoiro: daqui a uns anos vai acontecer o que já se verifica pela Europa, isto é, a prepotência das acções deu lugar à falta do docentes e agora não há quem ensine por lá.
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4. BCP
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Não percebo nada de mercados de capitais ou instituições bancárias mas a saída de Paulo Teixeira Pinto ainda vai fazer arrepender muita gente a começar pelo velho do Restelo.
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5. Medicina
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A retirada do duodeno (parte superior do intestino delgado) que consiste num dos tratamentos de perda de peso contribui de modo decisivo para a redução e eliminação dos diabetes. Justificação: ao retirar o duodeno beneficia-se o organismo já que se reduz a absorção dos alimentos ingeridos e as calorias dos mesmos por arrasto.