quinta-feira, julho 31

hmmmmm... está bem...



Sou sincero, do topo, ou fundo, dos meus trinta anos, esta comunicação do Presidente Cavaco Silva revestia-se de outro encanto. Esperava, e não por contágio mediático, mas sim por vicissitudes económicas, sociais, politicas, outra dimensão, como o resto das pessoas. A comunicação foi sobre a Lei da Autonomia dos Açores ou o Estatuto politico administrativo. Não critico, apesar de não ver a importância dramática do comunicado mas, por outro lado, critico a forma. C’um raio, seria necessária tal solenidade para um assunto que 99% dos portugueses, continentais ou não, não conhecem, não dominam e parece saído de um livrinho de banda desenhada. Aquilo não é Portugal? Porque raio tem uma Lei de Autonomia? Só porque está… longe!? Não tenho muito medo que coloquem motores nas ilhas e que as usurpem à nação, vai daí, não entendo o porquê de uma Lei específica para os Açores que tenha que ser negociada com os parlamentares insulares. Falha-me a sensação de gravidade, mas por desconhecimento, aceito.
No meio disto tudo, o que é que sobeja? A dita lei foi votada e aprovada, há quem diga que entretanto terá sido discutida, se bem que aí sou mais pessimista, por maioria absoluta no parlamento nacional. Para tal bastava o PS mas graças à intervenção do novel presidente da bancada laranja, fiquei a saber que a empreitada foi consenso de PS e PSD, pelo menos. Verificou-se “Com senso” em treze artigos onde oito são inconstitucionais. Parece-me mais do que cinquenta por cento, mas já outras vezes estive enganado... o que no meu entender, daria uma nota negativa na avaliação dos deputados. Não são alunos como no meu caso que têm vida própria, fogem, respondem, ao contrário da Constituição da República Portuguesa que deve estar imóvel, nalgum local da casa de todos nós, agredida pelo pó e com pouca vontade de nenhuns.
Guardo, para tempo de eleições como se isso ainda fosse necessário, a ideia de que os parlamentares laranjinhas e rosinhas não lêem aquilo que lhe passa de fronte das pestanas, o que os coloca ao nível dos calões, malandros e preguiçosos. Mas, sem alarmes, dá gosto confirmar que há coisas com que podemos contar, a malandrice dos políticos e parlamentares nacionais.

Pólvora seca ou bola de canhão?



Tinha-me prometido não escrever mais após o dia 28 de Julho. Tudo numa honesta tentativa de passar e de vos dar umas férias sossegadas. Só passaram três dias, o bloqueio é furado mas a situação impõe-se. O Presidente da República vai falar ao país. Será bom? Não reconheço muitas virtudes ao Presidente ou ao cargo. Tem pouco poder efectivo e o que tem é sempre visto como um correctivo mais ou menos severo sem que dele se espere pouco mais que… nada.
A comunicação é um estratagema usado, nestas paragens, por indivíduos saudosos mas de carácter duvidoso e noutros países por… por norma é usado sem sentido, para verborreias (tipo Chavez) ou para anunciar guerras ou vergonhas (Bush pai e filho, Nixon, Cliton, etc…)
Assim sendo a comunicação desta noite será, das duas uma: uma comunicação com peso efectivo, que justifique o alarme envolto num anúncio com quase 24h de antecedência, sem o prévio salpicar do teor da mesma numa situação geral conturbada; em alternativa, será uma ventosidade mais ou menos célere, consoante a velocidade do discurso, num jeito familiar e que é, de certo modo, o predilecto do nosso Presidente. Se o escolhido for este último, creio que será justo afirmar que a reeleição estará posta em causa.
Se Cavaco Silva concluir que: vai encerrar os partidos, por falta de requisitos de higiene de vários tipos (da alçada da ASAE) ou défice democrático baseado em compadrios, favorecimentos, negócios mais ou menos claros (da alçada da PJ), tudo bem. Se sugerir que se faça um concurso público para que uma empresa estrangeira venha gerir o país, muito bem. Se, em alternativa, vier cantar o fado do coitadinho – “de que temos que…tal ou devemos…tal, que os tempos são difíceis” e mais não sei que ladainha e verborreia filosófica, que pouco muda a situação de cada um e já pouco ou nada conforta quem ganha uma palmadinha nas costas por cada duzentas facturas para pagar. Que vê quotidianamente inúteis e sanguessugas sociais esvaziar, a poder de desfrute e imobilidade, o trabalho de uma sociedade. Se vier cantar esse fado Sr. Presidente, opte antes por ir esticar a toalha, deixo uma dica, para o estrangeiro (que é incompreensivelmente mais barato do que o nosso Algarve) e deixe o povo sossegado e, socorrendo-me e adaptando de Abraham Lincoln, entregues a uma casa cada vez mais divida e que só por milagre se aguenta ainda em pé, no original “A house divided against itself cannot stand”.

segunda-feira, julho 28

Priceless. Boas Férias.

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Diz a nossa posição geográfica (Hemisfério Norte) que as férias, a pausa redentora, purificante, humanizante, seja gozada nesta época do calendário. As "férias grandes" que sonhava vezes sem conta ao longo do tempo de escola. Pois bem deixo um vídeo que acho que ilustra bem o conceito, pelo menos o meu.
Quando dou por mim a pensar se existe razão para gastar 2 euros no euromilhões semanalmente, este video relembra-me o porquê. Este (Matt Harding) é que a leva direita e eu vou ver se o imito. Não temam e façam figuras destas, onde quer que o tempo vos leve. Boas férias.

domingo, julho 27

Extremo, seguro.



Ontem fui fazer um curso de condução defensiva. Uma iniciativa promovida pela Renault, em parceria com a empresa ECP – Escola de formação da condução e prevenção rodoviária, com o patrocínio da Michelin, entre outros. Foi uma iniciativa muito interessante e proveitosa. Eu já tinha tido a vontade de entrar numa iniciativa destas e gostei bastante. Houve quatro percursos com quatro carros diferentes nos quais foram testados os sistemas mais comuns, como o ABS, ou os mais inovadores como o ASR ou o ESP. Tudo sempre após uma aula teórica. Escusado será dizer que, mesmo após 11 anos de carta de condução ele há coisas que ainda não tinham sido experimentadas até ontem. E foram bem praticadas. O que mais me surpreendeu foi o ASR ou controlo de tracção. Entrei numa curva apertadíssima a 60 km/h, o que escudado será dizer ia muito acima do normal, e o Laguna não se moveu um cabelo da trajectória. No meu bote aquilo teria sido derrapagem tão certa como a morte.
Uma ideia que trouxe: por muitos que sejam os sistemas de segurança, activa ou passiva, a ideia é continuar a utilizar o Código de Estrada como até aqui e não pensar na bolha de segurança que os mesmos nos dão e esticar, a coberto deles, um pouco mais a corda, isto é, o carro. A curva a 40km/h deve continuar a ser feita do mesmo modo, apesar dos ABS’s, ASR’s ou demais S‘s. Aconselho e todos. Também acredito ser de todo útil que as marcas oferecessem este tipo de cursos a quem comprasse um novo veículo.

Acabou de cai um mito



Como sabem, o meu clube é o Sporting. Provavelmente seria o único clube desportivo ao qual dedicaria o meu tempo se isso fosse realizável. Adiante. Como também sabem, e apesar de adorar o género futebolístico, fiz-me uma promessa de poucas ou raras vezes cair neste assunto banal mas hoje não posso fugir dele.
O meu Sporting este ano parece que finalmente terá condições para qualquer coisa. Tem bons jogadores, um plantel equilibrado, uma equipa técnica que deu provas e que este ano irá fortalecer-se com as responsabilidades inerentes e uma estabilidade rara em clubes latinos. Gosto, sinto-me sossegado e satisfeito, até porque sou daqueles que apoia o tipo de gestão efectuada. Adiante, parte dois.
Ontem fui surpreendido, sou sincero, com as declarações de João Moutinho. O capitão do Sporting afirmou que queria sair do clube para o Everton. Fiquei desiludido por muitas coisas: um – Bem sei que o Sporting é um clube que, em termos financeiros, não tem poder para fazer frente às libras e aos dinheiros dos maiores campeonatos europeus. Nisso estou sossegado e aceito-o. Dois – o que me custa é que aos jogadores são-lhes oferecidos contratos com cláusulas que, quer uma parte quer a outra, devem respeitar. Por norma quem começa a desrespeitar são os jogadores. Três – custa-me que as afirmações tenham sido proferidas pelo jogador que é. Se fosse o Miguel Veloso… esse já espero uma novela de três e três meses mas do João… Quatro – compreenderia se o clube em causa fosse um Chelsea, um Liverpool, um Bayern, isto é, um clube renomeado e que se pensasse “não há nada a fazer, desportivamente e economicamente tem outra dimensão, o Sporting é grande mas…” o que não é o caso já que se discute, com toda o respeito que me merece, o Everton. Cinco – parece que aos olhos destes meninos, porque o são, a história nada ensina e apenas o dinheiro os faz mover.
Quem ou quantos foram os jogadores vaivém: Simão, Quaresma, Postiga, etc. Jogadores que optaram mas que andam aos tombos… Tiago, Ricardo Rocha, Zé Castro, Maniche, etc. Ou seja, os que se afirmaram são jogadores que saíram depois de um período de amadurecimento normal, que não correram atrás dos dinheiros fáceis. Mas vale, penso eu sair em grande e por lá singrar do que querer apenas encher os bolsos, não sei se dos próprios se dos empresários. Aqui o Sporting devia fazer algo quer na formação, quer na representação.
Esperava mais de um miúdo que mostrou em campo ser de outra fibra. Fiquei desiludido.

quinta-feira, julho 24

Excelente



Desloquei o horário nobre noticioso um hora de modo a poder ter um excelente anfitrião. Algo mensurável nos actos, nas palavras, na escrita e é nessa última que encontro o seu registo vintage. Mais uma vez e todas as que apetecer: Crónica de Mário Crespo.

"Limpeza étnica - 2008-07-21

O homem, jovem, movimentava-se num desespero agitado entre um grupo de mulheres vestidas de negro que ululavam lamentos. "Perdi tudo!" "O que é que perdeu?" perguntou-lhe um repórter. "Entraram-me em casa, espatifaram tudo. Levaram o plasma, o DVD a aparelhagem..." Esta foi uma das esclarecedoras declarações dos autodesalojados da Quinta da Fonte. A imagem do absurdo em que a assistência social se tornou em Portugal fica clara quando é complementada com as informações do presidente da Câmara de Loures: uma elevadíssima percentagem da população do bairro recebe rendimento de inserção social e paga "quatro ou cinco euros de renda mensal" pelas habitações camarárias. Dias depois, noutra reportagem outro jovem adulto mostrava a sua casa vandalizada, apontando a sala de onde tinham levado a TV e os DVD. A seguir, transtornadíssimo, ia ao que tinha sido o quarto dos filhos dizendo que "até a TV e a playstation das crianças" lhe tinham roubado. Neste país, tão cheio de dificuldades para quem tem rendimentos declarados, dinheiro público não pode continuar a ser desviado para sustentar predadores profissionais dos fundos constituídos em boa fé para atender a situações excepcionais de carência. A culpa não é só de quem usufrui desses dinheiros. A principal responsabilidade destes desvios cai sobre os oportunismos políticos que à custa destas bizarras benesses, compraram votos de Norte a Sul. É inexplicável num país de economias domésticas esfrangalhadas por uma Euribor com freio nos dentes que há famílias que pagam "quatro ou cinco Euros de renda" à câmara de Loures e no fim do mês recebem o rendimento social de inserção que, se habilmente requerido por um grupo familiar de cinco ou seis pessoas, atinge quantias muito acima do ordenado mínimo. É inaceitável que estes beneficiários de tudo e mais alguma coisa ainda querem que os seus T2 e T3 a "quatro ou cinco euros mensais" lhes sejam dados em zonas "onde não haja pretos". Não é o sistema em Portugal que marginaliza comunidades. O sistema é que se tem vindo a alhear da realidade e da decência e agora é confrontado por elas em plena rua com manifestações de índole intoleravelmente racista e saraivadas de balas de grande calibre disparadas com impunidade. O país inteiro viu uma dezena de homens armados a fazer fogo na via pública.
Não foram detidos embora sejam facilmente identificáveis. Pelo contrário. Do silêncio cúmplice do grupo de marginais sai eloquente uma mensagem de ameaça de contorno criminoso - "ou nos dão uma zona etnicamente limpa ou matamos." A resposta do Estado veio numa patética distribuição de flores a cabecilhas de gangs de traficantes e autodenominados representantes comunitários, entre os sorrisos da resignação embaraçada dos responsáveis autárquicos e do governo civil. Cá fora, no terreno, o único elemento que ainda nos separa da barbárie e da anarquia mantém na Quinta da Fonte uma guarda de 24 horas por dia com metralhadoras e coletes à prova de bala. Provavelmente, enquanto arriscam a vida neste parque temático de incongruências socio-políticas, os defensores do que nos resta de ordem pensam que ganham menos que um desses agregados familiares de profissionais da extorsão e que o ordenado da PSP deste mês de Julho se vai ressentir outra vez da subida da Euribor. "

Acto segundo, de três.



“…pede-se o descanso por curto que seja
apagam-se duvidas num mar de cerveja
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida…”

Escrevo de véspera (já passa da meia noite… lá se foi a véspera) numa tentativa de cruzar o presente e o futuro próximo. Falo do livro do ex-Inspector Gonçalo Amaral sobre o caso dos Mc Cann. Contam os meios informativos que com o livro de amanhã será dada mais luz aos acontecimentos de Vila que vive no escuro, vai para quinze meses. Um dia é tempo de mais, uma hora sequer é tempo que não tem fim. É a segunda vez que escrevo sobre o caso e ao relê-lo vejo que apenas uma das teorias ganha força, apesar de recém arquivamento: a teoria da morte em contraponto há do rapto. Ao reler verifico também que, por aquele então, já não encontrava muita credibilidade à versão dos progenitores. O futuro ditaria a entrada em cena dos cães do nariz de ouro, a retirada estratégica dos pais, a assumpção das ligações privilegiadíssimas do casal ao, à época, Primeiro-ministro Tony Blair e o aparecimento do técnico ou facilitador de Comunicação Social de quem não guardo o nome, apenas a face marmórea e imperturbável; um tipo estranho mas talvez seja esse o seu encanto.
Acredito que muitas coisas falharam. Acredito que muitas outras foram conduzidas subliminarmente para ir dar ao vazio. O vazio mais penoso encontro-o nos olhos da menina, destilados de vida. Conclusões, minhas: Um - a menina morreu por negligência e quando os pais deram por isso optaram pela ocultação do cadáver; Dois – sem corpo não é possível verificar a hora da morte, logo não se sabe concretamente a hora do sucesso; Terceiro – não se sabendo a hora só se pode concretizar/conjecturar através de depoimentos sendo que, para mim, o dado mais relevante é a chamada ao local dos meios informativos ingleses antes mesmo das autoridades (acho este dado… massivo); Quatro – uma questão de coerência, se eu quiser sabotar, por exemplo um carro, sem dar nas vistas, contrato um mecânico. Junte-se-lhe a frigidez do ofício, da nacionalidade e do aperto et voilá! Que melhor para fazer desaparecer uma corpo que dois médicos e os seus amigos com a mesma arte? Cinco – a menina terá falecido no quarto onde se encontravam os seus irmãos. Com eles, um dia, ganhar-se-á um pouco de lucidez do sucedido e pegando na sabedoria popular: “zangam-se as comadres, sabem-se as verdades”, isto é, talvez o livro, o tempo, a vergonha e uma “pata na poça” devolva luz à Vila que pende na escuridão.

“…e vem-nos à memória uma frase batida, hoje é o primeiro dia do resto da tua vida”

terça-feira, julho 22

Óbvio



Recebi via email um texto que é atribuido ao Primeiro-ministro Australiano, John Howard. Optei por transcrevê-lo na integra já que me parece que está bastante apropriado.
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Os imigrantes não-australianos, devem adaptar-se. É pegar ou largar! Estou cansado de saber que esta nação se inquieta ao ofendermos certos indivíduos ou a sua cultura. Desde os ataques terroristas em Bali, assistimos a uma subida de patriotismo na maioria do Australianos. A nossa cultura está desenvolvida desde há mais de dois séculos de lutas, de habilidade e de vitórias de milhões de homens e mulheres que procuraram a liberdade. A nossa língua oficial é o Inglês, não é o Espanhol, o Libanês, o Árabe, o Chinês, o Japonês, ou qualquer outra língua. Por conseguinte, se desejam fazer parte da nossa sociedade, aprendam a nossa língua! A maior parte do Australianos crê em Deus. Não se trata de uma obrigação cristã, de influência da direita ou pressão política, mas é um facto, porque homens e mulheres fundaram esta nação sobre princípios cristãos, e isso é ensinado oficialmente. É perfeitamente adequado afixá-lo sobre os muros das nossas escolas. Se Deus vos ofende, sugiro-vos então que encarem outra parte do mundo como o vosso país de acolhimento, porque Deus faz parte da nossa cultura. Nós aceitaremos as vossas crenças sem fazer perguntas. Tudo o que vos pedimos é que aceitem as nossas e vivam em harmonia e em paz connosco. Este é o nosso país, a nossa terra, e o nosso estilo de vida. E oferecemos-vos a oportunidade de aproveitar tudo isto. Mas se vocês têem muitas razões de queixa, se estão fartos da nossa bandeira, do nosso compromisso, das nossas crenças cristãs, ou do nosso estilo de vida, incentivo-os fortemente a tirarem partido de uma outra grande liberdade autraliana: o direito de partir. Se não são felizes aqui, então partam. Não vos forçamos a vir para aqui. Vocês pediram para vir para cá. Então, aceitem o país que vos aceitou.'

Lei da bala 2



Dizia uma senhora de etnia cigana “eles não dão casas, são racistas” O poiso mudou-se desta feita das imediações da Câmara de Loures para uma ponte em Frielas. Dá gosto ver, nas imagens televisivas, pessoas a quem lhes foram dadas casas, com rendas de 1uatro, oito euros, em bons veículos de todo-o-terreno, repletos de plasmas e outras aparelhos de indubitável bom gosto e ao alcance de certas carteiras. A polícia bateu “à porta” às 6h da manhã e já foram tarde. Só tenho pena que as insinuações de que iriam fazer uma manifestação nacional, não se tenha concretizado. Tinha sido bonito de ver. Os ciganos são cidadãos portugueses no papel, está na hora de que os deveres a doer, lhes sejam pedidos. Termino com outra frase iluminada: “ eu não quero uma casa ao pé dos pretos!” Racismo? Qual racismo?
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PS: Continuem os BURROS dos tugas a comprar em feiras.

Ciência (made in Portugal)



É evidente que existem situações de maior urgência e, como tal, com maior relevo nos meios informativos. O crédito mal parado, a situação da Quinta da Fonte, o caso Mc Cann entre outras. É aqui, na minha opinião, que mostramos o que somos. Vivemos uma crise económica permanente e só a cunhagem, no Zimbabué, de notas de milhões de dólares locais terão um maior ridículo do que o motor económico deste país. Quando penso “como será ele? O motor económico, claro” lembro-me de um hamster na roda estático do seu exercício diário. É assim que o vejo e porque falo nisto?
O jornal Público de hoje traz um artigo sobre a criação ou o desenvolvimento, por um grupo da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, de transístores em papel! Se houve material revolucionário do século XX um deles foi, sem dúvida, o transístor. Permitiu e permite o mundo como hoje o temos, na palma da mão por exemplo. O que tem de revolucionário este trabalho científico de ponta no nosso país? Logo, à partida, permite uma diminuição dos custos o que leva a que tudo o que se reja por códigos binários veja substancialmente reduzido o seu custo de fabricação. É evidente, penso eu ou talvez não, que os computadores não serão feitos de papel mas poderemos comprar um dia um jornal digital e receber, invariavelmente, dia após dia, as notícias fresquinha como se o jornal se renovasse na hora. Isto é só uma aplicação e talvez a mais insignificante. Sendo descartáveis poderão ter um impacte decisivo na indústria dos cuidados de saúde. Isto sim, para mim e não desmerecendo as outras, é uma notícia digna de registo.

sábado, julho 19

A frase do... ano?



"Os Estados Unidos não têm inimigos permanentes."

Condoleezza Rice, num encontro com representantes do Irão.

Hipocrisias, como tal, deixo de criticar o nosso Primeiro por se encontrar com pessoas de duvidoso carácter. Força Zé, vai-te a eles e traz o "marfim".

segunda-feira, julho 14

Lei da bala


Não era para escrever sobre o caso, apesar da violência e, no meu caso, o insólito da situação. As imagens de quinta ou sexta-feira em Loures, ou no bairro em questão, se fossem colocadas no meio de uma reportagem sobre o Iraque ou o Afeganistão, muito pouca gente daria pelo truque. A não ser aqueles “linces televisivos” que descobriram o leopardo no anúncio do VW Passat cc e que neste caso leriam as matrículas dos veículos (situariam a história) como uma rapidez que faria corar a cobrança de impostos.
Então se não era para escrever porque escrevo? Muito simples, vinha na estrada ouvindo o Fórum da TSF e periodicamente a locutora, e bem, há que ser realista, calava as vozes mais acaloradas sobre o caso, sempre que o destrato passava a questões de índole xenófoba ou racista.
Pois bem, aqui não há locutora e, não sendo eu xenófobo ou racista, creio que muitos dos testemunhos silenciados têm fundamento. Não quereria generalizar mas é incontornável que, seja qual for a cidade, vila ou aldeia, toda a gente tem algo, ou muito, contra a comunidade cigana. Lembro-me bem de reportagens televisivas onde o medo ou a paz era reabilitada, em certos pontos do paí,s só a poder de ameaças e confrontos fortes entre os populares e os ciganos ali “residentes” tendo este que fugir "a sete pés". É uma comunidade segregada porque ela própria se coloca nessa posição. Existem poucos que se adaptaram aos bons hábitos. Eu cá só me lembro do da trivela e esse até está a meio termo.
Portugal tem sido, nos últimos anos e não só, uma porta de entrada de cidadãos africanos, brasileiros, indianos, chineses e um porto seguro para ucranianos e outros cidadãos do continente europeu, vitimas de sucessivas guerras civis.
Essas comunidades integraram-se e tirando casos pontuais e muito ligados a factores sociais, particularmente no que toca a certas gerações na comunidade africana, não se registam grandes problemas sociais (tirando o arrastão numa praia, em Oeiras creio). Nota-se mais na comunidade africana de 3.ª ou 4.ª geração porque, a par das situações sociais como o desemprego e alguma desconfiança sobre eles, são eles, tal como os jovens lusos de gema, que se encontram mais susceptíveis à crise de valores e geracional que atravessamos.
Depois surge o termo “inclusão social”. Todos temos que trabalhar para termos as nossas coisas. Esta “rapaziada” não faz nenhum, atiraram “areia para os olhos” das autoridades ao vender, pontualmente em feiras, uns sapatitos e tretas dessas, arranjam umas facturazinhas e a vida continua já que o “estado”, esse bicho sem rosto, sem corpo, sem cheiro ou gosto, acéfalo como uma rocha, gosta quando as o “faz de conta” se institui. Eu, por princípio, desconfio há brava dessa gente e como tal as feirolas ou acabavam ou eram passadas a pente fino, tal como as suas casas, carros e tudo. Há direitos para os meninos? Haja deveres e responsabilidades!
Recebem patrocínios estatais sobre a forma de subsídios de inserção, umas casas municipais sujeitas a rendas baratas, que não são pagas, e assim vão fazendo a sua vidinha. Se recebem esses subsídios, porque razão não trabalham meia jornada na limpeza de ruas ou matas?
Também há quem diga que são os maiores no tráfico de drogas. Olhando para os “artistas” da minha cidade, isso não é sequer tido em conta tal é a certeza que eu tenho nesse aspecto. (Por esta altura já não falava na TSF há 5 minutos, praticamente desde a segunda linha do texto…)Por isso, como pagador de impostos, não temente de Deus mas cumpridor dos códigos gerais que, mal, governam este país acredito ser necessário colocar-se essa gente na linha. Há bairros onde a polícia não entra e isso é tido como normal. Se fosse eu saia era tudo pelas janelas tal era a força com que se entrava pelas portas. Sim, não tenho este gente em boa conta. Sim, por mim... No entanto dou o beneficio da dúvida e por isso investigue-se.
Outra coisa que me mete repúdio é as birras e os assentamentos que fazem em certos locais como hospitais. No tempo de Salazar, não "o saudoso", só por vezes, nessas vezes, essa gente era corrida à pancada se não desmontasse a tenda e se não fizesse pouco barulho. O estado tem receio de ser mal interpretado? Por quem? Creio que nesse aspecto os portugueses em peso estariam de acordo com a ideia simples da paridade: Se há para uns, há para todos. E que sabe se não ajudava a garantir mais umas simpatias autárquicas ou legislativas. Pensem nisso.

sexta-feira, julho 11

Em jeito... horizontal


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Um
Ontem à noite iniciou-se a venda de um revolucionário aparelho pessoal de comunicação (não lhe chamo telefone porque era o mesmo que chamar a uma navalha Suiça uma faca de pelar batatas) - o iphone da Apple. Diz-se que para além do preço, o dito aparelho carece de uma renda mensal entre 50 e 65 euros. E houve fila para comprar! Para variar a crise fica... rouca nestes momentos e Portugal fica no topo dos países em que, governar um bicho destes, é mais dispendioso. Não seremos um país rico?
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Dois
O debate do Estado da Nação foi ontem. O que valeu a pena? A poesia de Paulo Porta. Muito actual e com um travo de estilo "castiço" que é refrescante no local bafiento em questão e onde os espectadores são tão exigentes e descontrolado (até quando têm que trabalhar. Por onde andará Santana Lopes que, diz-se, não vai trabalhar há semanas? Não há faltas?). Quem era a senhora em roxo (perdoem-me as senhoras mas só reconheço as cores do arco-íris. Não é implicância, é defeito do sistema, não sei se meu ou vosso) da bancada do PS que estava tão... indisposta com Francisco Louçã. Até um perdigoto me veio parar à mão e, da qual acredito, ter visto parte do sistema arterial e venoso, que liga o corpo à cabeça, pelo pescoço portanto. Senhora controle-se, a seguir virá de novo o menino Portas ou então o Primeiro irá consolá-la com um beijinho.
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Três
Taxa Robin dos Bosques. O grande momento do Primeiro-ministro foi a introdução da taxa Robin dos Bosques. Haverá coisa mais gay? Não, não tenho nada contra os gays e juro não ser familiar de Manuela Ferreira Leite. Mas ele há personagens e personagens. Porque não a taxa Batman? Pois... esse também andava com um fato justinho. Talvez os super-heróis sejam má opção. E que tal a taxa "Zé-povinho"? Aquele do manguito e que sova e bebe a torto e a direito? E é Português! Já temos... é o Ministro da Finanças.
A melhor proposta de Sócrates é um tipo em collants verdes, com uma pena num chapéu algo folgazão, sempre rodeado de homens, todos escondidos numa floresta com muito tempo para matar, que rouba a poder de inteligência (veja-se, será isso é másculo) os senhores ricos do condado e que em vez de um pistolão (de macho, tipo Clint Eastwood) usa um arco e umas flechas. "Aí, aí vou roubar o Sheriff, com os meus colans verde bosque e as minhas setas de penas de pato!"
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Quatro
Ainda a propósito da taxa. Façam as contas. A Galp ganha mais valias no valor de 400 milhões de euros. Tudo devido à subida, especulativa ou não, dos combustíveis. A Galp compra a "1" e vende, posteriormente, a 401 milhões. É um negócio doce, não? Amargo para nós mas... mas esperem! Temos o nosso Robin... de collants. Pois bem o nosso Robin, perdão o nosso Primeiro-ministro, munido dos seus... colans verde musgo (apeteceu-lhe mudar, coisas de super-herói) vai e diz: "Ha ha, apanhei-te! Dá para cá hmmmmm... 25% dos 400 milhões que é para aprenderes!" 25%? Porque não 24 ou 26 ou 100!? Ora bem este Robin é mesmo camarada. Fica lá com 300 milhões e dá para cá 100 milhões. Afinal este Robin de colans rouba ou deixa-se enganar? Põe de quatro ou coloca-se a jeito? Ou será que vai rodando? Isto parece-me muito suspeito? E os colegas de armas: "Hmmmm isso é normal. Ele de semana para semana gosta de variar. Umas vezes é com o João Pequeno e na outra já está numa cela do sheriff de Notthigham. Sabe, isto aqui entre nós, ele também usa collants!"

terça-feira, julho 8

"Velho do Restelo" ou "Homem do Leme"?



Sou sincero, aprendi a gostar de política mas os actores políticos deste país metem dó. No entanto existe um que, não sei se por descrença patológica minha, se por coerente reacção às políticas(?) realizadas, em que eu reconheço frontalidade. Ele é o professor Henrique Medina Carreira. É directo, frontal, propõe coisas e, quando faz intervenções conta as coisas tal como o zé povinho as sente. Fala da realidade que todos sentimos no dia-a-dia e explica-a de modo simples e, parece-me, honesto. Sem dúvida uma daquelas pessoas que ou se ama ou se detesta. Deixo à vossa consideração num link do último "Negócios da Semana"
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PS: Medina Carreira, como ministro das finanças de um governo de Mário Soares em finais dos anos 70, e perante o aumento brutal dos combustíveis, disse em directo no telejornal que “os portugueses deveriam voltar a andar de burro”. Priceless

No dia que a casa (uma delas) veio abaixo


O passado intimidou a noite lisboeta durante o início da semana. Um incêndio numa das avenidas principais e mais emblemáticas do “monopólio” da capital do país ameaçou reduzir a cinzas mais do que um prédio, num instante dejá-vu, com mais de quinze anos. Concordo com as palavras do arquitecto paisagista Ribeiro Telles, que afirma há anos, que a construção selvagem da periferia da cidade de Lisboa era um erro bestial só possível devido ao altíssimo patrocínio de bestas políticas e empresários de ocasião.
4600 Habitações livres, no seio da maior cidade de Portugal, é algo que me faz relembrar duas coisas. Primeiro, quem for a uma qualquer cidade europeia verá que os edifícios semelhantes aos que estão ao abandono em Lisboa são os mais acarinhados e os mais reluzentes. Segundo, relembro uma reportagem sobre o vereador bloquista da câmara em questão da cadeia Al-Jazeera, que na sua introdução dizia que a capital Portuguesa, outrora famosa pela sua construção vanguardista (pós 1755) e pela pujança proveniente dos tempos dos Descobrimentos, revelava, sem muita dificuldade, o passo dos anos e a decadência de uma ida potência mundial.
Curiosas também não deixam de ser as declarações de um tal representante de uma Associação de Proprietários Imobiliários de Lisboa, salvo erro que a verificar-se, no nome e não na substância, eu me penitencio. Dizia o senhor que se o Governo ou a Câmara quiser que os prédios não se degradem, o Governo “terá que dar subsídios”. A gargalhada espontânea, com alguma mágoa, apoderou-se de mim. Vou tentar metaforar, sobre a estúpida tirado do senhor, em prol da minha pessoa. Eu tenho um mini de 1974 e ele está a necessitar de um trabalhito de bate-chapas. Eu vou abandoná-lo na estrada e se o governo ou a câmara, que eu não sou esquisito, quiser que o retire ou arranje, que me patrocinem a empreitada.
Um conselho ao governo de quem quer uma casa daquelas, não tem como uma comprar mas que arrendaria de bom grado: Criem um Decreto-lei que exija que imóveis desses, existentes pelo país fora, sejam reparados ou, na impossibilidade monetária de que isso suceda, que os proprietários sejam forçados a vendê-los ou a arrendá-los. Quem não quiser vender que se sujeite ao cumprimento da Lei (limpeza, emparedamento, etc) e fique obrigado, no exercício voluntário dessa opção, a satisfazer esse sua vontade a poder de impostos obscenos, em virtude de magnificência dos edifícios em questão. Algo me diria que essas casas não ficariam ao abandono por muito tempo.

segunda-feira, julho 7

Erosão educacional



Neste período pré-férias tenho tido, durante algumas destas tardes mais sossegadas, um primito meu que, por esta altura, goza as férias tendo como horizonte o segundo ano a partir de Setembro. Pois bem, até aqui tudo normal. Temos jogado futebol, viste BD e outras coisas normais, próprias da idade dele e ainda um pouco da minha, penso eu.
Ele trouxe consigo uns trabalhos, e bem, para as férias e vai daí, sabendo eu disso, disse-lhe para trazer as coisas para ir “matando o borrego” aos poucos durante estas tardes. Sem pressas, sem stress, sem moléstia. De soslaio observei se as coisas permanecem como eu as tenho na minha cabeça, dos tempos em que eu próprio frequentava a 2.ª classe, menos fashion mas de igual valor. Verifiquei que se pinta, se recorta muito mais do que quando eu por lá andava. Parece mais “pintar e recortar” e, pelo meio, aprender umas contas ou umas letras. Soube-me estranho mas… “eles saberão, eu sei mais dos níveis e disciplinas”. No entanto surgiu uma dúvida no trabalho que versava assim: “Quantos alunos tem a turma? Quantos meninos existem? E meninas?” Pois bem a primeira foi feita sem dificuldade, tal como a segunda, mas no momento de responder a terceira, o ritmo alterou-se e ele ficou estático sem saber o que fazer e já a sentir algum nervosismo disparou com 16!? “Mauuuuuuuuu…” Pensei eu. “Desde o início”, disse-lhe e foi com algum custo dele e com alguma confusão minha que a resposta surgiu. Escusado será dizer que, desde esse dia até hoje, tenho feito uma revisão com eles dos conceitos matemáticos mais simples: algarismos, classes de algarismos, contas de somar e subtrair. O emperramento tem sido algum e isso é algo que me tem sabido mal. Que raio andou este miúdo a aprender durante o ano que terminou?
Na semana que passou o Público publicou um artigo extenso de M.ª Filomena Mónica intitulado “Os testes de Português podiam ser substituídos por uns papeluchos como os do Totobola”. Li e concordo com as suas palavras, Surpreendi-me porque, apesar do seu nome não me ser estranho, a curiosidade ainda não tinha sido suficiente para me ter arrastado para saber mais sobre ela. É Socióloga, e disso eu não esperava. Já escrevi aqui algures que a Sociologia terá a sua importância mas eu não a reconheço devido a que: primeiro – aqui para os meus lados, há quem tire sociologia durante o mesmo tempo que eu demoro a vestir uma camisa e com menor dificuldade; segundo: a Ministra da Educação, sendo socióloga, criou-me um desconforto, um bloqueio permanente e de dimensão desmedida em relação a tal disciplina, que apenas reconheço António Barreto como alguém merecer da minha atenção aquando das suas intervenções.
M.ª F. Mónica também o é, é casada com António Barreto (parece novela onde surgem coincidências daquelas que dão cócegas dentro do “miolo”). Adiante… das suas palavras, guardei o seguinte: “Qualquer dia até o meu neto, de seis anos, é capaz de responder satisfatoriamente às provas do final da escolaridade. Uma vez que já sabe escrever o seu nome e que responde prontamente a quem lhe pergunta quanto são dois mais dois, penso que não vale a pena matriculá-lo na 1ª classe, deixando-o no recreio até aos 15 anos, altura em que se poderá apresentar a exame como aluno externo.” Esperemos que não.

quarta-feira, julho 2

Filhos de um Deus... capitalista



Deus aderiu às leis do mercado, ao capitalismo. Não tenho muito a dizer em relação a isto, a situação descreve-se e classifica-se por si só (33% de aumento). Numa época de grande aperto social e quando a ida a uma igreja é um dos consolos diários, ou semanais, dos portugueses com idade superior aos 50 anos, é estranha a opção de uma igreja em decadência nítida. Os mais novos só participam em certas cerimónias religiosas, como casamentos ou baptizados, por mera obrigação social. Se a igreja taxa os mais fiéis o resultado será um maior afastamento dos mais novos e uma desistência, significativa ou não, forçada ou espontanêa, dos primeiros. Mais um tiro no pé.