sexta-feira, janeiro 4

Entre-ajuda



Noticia de hoje do diário Público: “Joe Berardo e aliados compraram acções do BCP com crédito da Caixa”.
E assim se perde alguma credibilidade ou será que não!? Sr. Berardo, a família Moniz da Maia (Sogema), Manuel Fino, Pedro Teixeira Duarte e José Goes Ferreira, todos accionista de referência do BCP, obtiveram empréstimos da CGD para adquirirem acções do BCP. Se é certo que nada disto é ilegal, a não ser que exista algum favorecimento que apenas os contratos permitam concluir, já a situação moral deixa algo a desejar, principalmente numa altura em que, para Presidente do Conselho de Administração do BCP se pretendem escolher “os pais” dos “tais” empréstimos.
Poder-se-ia pensar que esta foi uma situação fortuita mas… estamos em Portugal e o “acaso bom” nunca acontece por acaso, ou sem que alguém empurre nesse sentido. Torna-se evidente que a posição destes beneficiários de uma “relação estreita” com a administração cessante da CGD é fulcral no sentido de impedir, ou dar fé, para que Carlos Santos Ferreira, e o grosso dos elementos que leva consigo para o BCP, consiga chegar ao topo do maior banco privado português
Também é evidente que esta é, ou pode vir a ser, a típica situação de “um mão lava a outra”, ou seja, seria uma “falta de consideração extrema” não ajudar quem os ajudou em tempos. Assim sendo os empresários portugueses não jogam o futuro nos dados, tal como disse um dia Einstein de Deus, só o fazem quando os mesmos estão viciados.
O empréstimo (500 milhões de euros) apenas foi decisivo na obtenção de 5% das acções do BCP, talvez uma situação irrisória quando comparada com a trapaça protagonizada pela administração cessante presidida por Filipe Pinhal, em investigação (tardia, diga-se) pelas entidades reguladoras do sector. Quer se queira, quer não, a ideia de cumplicidade será sempre a que irá sobejar. Acabo com esta frase que gosto e vem muito a propósito: “À mulher de César, não basta sê-lo [séria], é preciso parecê-lo.”

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