Como eu sei que a minha mãe, principalmente, não gosta que eu pragueje, a não ser quando ando mais triste que tudo é menos importante que isso para ela, eu tentarei não usar vernáculo no que se segue. Ora vinha hoje de viagem quando ouvi que a presidência da república conseguiu fazer a quadratura do circulo, entenda-se, deu como o rato da lei da limitação de mandatos. Um "e" no sítio de um "a" no texto legislativo parece ser o cerne da questão. Para mim não é. O que as minhas palavras contam? Nada, nicles mas vou deixá-las aqui na mesma.
Primeio: os asnos que estiveram na base da redacção da lei não se entendiam nas suas convicções do que se teria passado à data. Aquilo que se chama o espírito, não santo que isto é política, mas da lei. Ora a diário estes contradiziam-se a cada serviço informativo. Conclusão: paparam uma taxada a esses abortos para redigirem um parágrafo mas nem isso conseguiram. Pergunta: estiveram mesmo lá ou aquilo veio cozinhado de algum lado?
Segundo: após a lei ser publicada ninguém teve a capacidade ou o descernimento de dar com o erro!? Parece que só fora do parlamento é que a letra da lei é lida a diário e com oslhos de lince. E ainda quer o ministro da educação colocar a rapaziada nova a ler rápido! Para quê!? É preciso é saber ler e isso parece, ainda que eu já desconfiasse, que as bestas políticas só sabem consumir o ar que, pelo menos a mim, me faz falta. Era matá-los e falo a sério.
Terceiro: o presidente da república não consegue dar com nada da rés pública, a não ser tudo o que se refere à raça bovina e a sua capacidade de sorrir no verde prado, mas teve... engenho!? arte!? Para conseguir identificar tal mácula? Estou abismado com esse nível de aprumo. Se pelo menos o tivesse tido para o acordo ortográfico...
Quarto: não deixa de ser estranho que não tenha sido feito um esforço político para que a lei voltasse de novo à base no sentido de clarificar a mesma. Assim o interesse político é mais do faz-de-conta uma vez que deixa a ideia de que a redacção da lei seguia uma ideia farmacológica: lei de espectro largo, isto é, para servir tudo e todos conforme os interesses destes filhos de meretrizes de baixo orçamento.
Quinto: Não deixa de ser suspeito ou interessante que isto tudo tenha começado com a ideia de que se devia acabar com os caciquismos e compadrios camarários que transformaram muitas cidades em verdadeiras coutadas partidárias para completa ruína local, regional, nacional. O espírito era o de limitar o cargo e não a região em que o indivíduo actua.
Sexto (e último): Não deixa igualmente de ser curioso que o debate sobre esta situação só tenha sido resolvido após uma decisão judicial proferida pelo tribunal constitucional em que um presidente de câmara, no caso um cacique do PSD, foi acusado, condenado e confirmada a sentença pela dita instância a perda de mandato quando este já não se encontra na câmara onde ficou provada a prevaricação. Ou seja, o tribunal e quero crer o sistema judicial e bem, condena o indivíduo pelo acto que este fez independentemente de se este foi feito na câmara a que pertence no momento ou não. O tribunal leu o cargo e não a geografia. O tribunal leu a violação legal e diga-se, a moral ou a falta desta, do cacique e não do cacique em função da câmara onde foi cometido o ilícito ou ilícitos. Ora se espiríto se mantiver, todas as acções interpostas para contestar as candidaturas dos caciques paraquedistas poderiam esbarrar no mesmo fim, certo? Certo. Vai dai cai do céu este achado. Mãe desculpa agora...
Que diferença faz chamar filhos DA puta ou filhos DE puta a esta gente? Nenhuma porque o meu espírito continua a perseguir o mesmo fim, classificar estes seres no que realmente são. Aliás são isto e muito mais mas é tarde...
Se fosse lider do PS juro que não deixaria que isto fosse alterado. É lei eleitoral e necessita de 2/3 dos votos e se a sua redacção não é consensual, ou volta à base ou teria que se manter conforme ficou redigida. Haverá tomates para isso? Não me parece porque esses, tais como os anteriores, também são filhos DA ou DE puta, como quiser entender.
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