Corre imensa tinta, saliva e ainda vai fazer correr mais. As palavras de António Borges, o iluminado ministro sombra, vieram dar mais uma volta ao intrincado novelo que são as medidas do governo no sentido de repor a soberania económica e financeira nacional - como se isso fosse possível...
Bem, e então quais são as ideias desta obscura personalidade, na foto governamental entenda-se. A ideia passa por fechar o único canal de verdadeiro serviço público, a rtp2, e concessionar por décadas a exploração da rtp1. Se a minha opinião contasse, fechava-se a rtp1 e deixava-se estar a rtp2 quase como está - mudava para lá a bola que também é serviço público, o cinco para a meia noite e, em virtude do envelhecimento da população e na perspectiva de evitar uma revolução, o preço certo.
A rtp como é óbvio faz nota dessa pretensão diariamente sob um ponto de vista curioso, explico: dizem que dão lucro uma vez que o passivo foi reduzido substancialmente, o que é verdade mas tudo a poder de cheques do pagode, sendo que o lucro se explica porque o seu custo é de 180 milhões de euros mas os seus lucros são de 200 milhões. Mas deste lucro há algo que eu... digamos, estou contra, fundamentalmente contra. Recebem 50 milhões de publicidade, até aqui... e 150 milhões da taxa de audiovisual. Pois é nesta parcela que a porca torce o rabo, ainda mais, para mim. É que esses 150 milhões são puramente extorquidos na factura da electricidade. Até os contadores da rega num cemitério pagam taxa, para conforto e bem estar dos seus utentes. Assim sendo, para mim, o grupo rtp não dá lucro mas continua sim a ser deficitário em 150 milhões de euros, o que é muito.
É também agradável saber, e vão-se sabendo, quais os vencimentos pagos a certas personalidades do grupo que detêm inclusive outras fontes de rendimento, das benesses dos seus quadros dirigentes e daquela bela, recente e limpinha sede que o grupo detém na capital.
Dito isto convém escrever sobre se existe necessidade de manter um canal público. Parece-me que sim. Somos latinos e a única forma de conseguir, ainda que isso não aconteça na plenitude, de manter a concorrência e a pluralidade, a liberdade de expressão, um jornalismo livre, responsável e socialmente interventivo e de controlo das instituições públicas e privadas é através da manutenção de uma rede de meios de comunicação de base pública. É que o privado não tem tendência para cumprir uma linha socialmente responsável. Mais cedo ou mais tarde, descambam. Deve manter-se a rtp2, as antenas e isto tudo sem a taxa audiovisual que o pagode já paga impostos que chegue. E revejam o negócio da televisão digital, já que andam com a mão no meio. Que apenas mantém um adjectivo transversal ao negócio, ao sinal e à universalidade: péssimo!
É também agradável saber, e vão-se sabendo, quais os vencimentos pagos a certas personalidades do grupo que detêm inclusive outras fontes de rendimento, das benesses dos seus quadros dirigentes e daquela bela, recente e limpinha sede que o grupo detém na capital.
Dito isto convém escrever sobre se existe necessidade de manter um canal público. Parece-me que sim. Somos latinos e a única forma de conseguir, ainda que isso não aconteça na plenitude, de manter a concorrência e a pluralidade, a liberdade de expressão, um jornalismo livre, responsável e socialmente interventivo e de controlo das instituições públicas e privadas é através da manutenção de uma rede de meios de comunicação de base pública. É que o privado não tem tendência para cumprir uma linha socialmente responsável. Mais cedo ou mais tarde, descambam. Deve manter-se a rtp2, as antenas e isto tudo sem a taxa audiovisual que o pagode já paga impostos que chegue. E revejam o negócio da televisão digital, já que andam com a mão no meio. Que apenas mantém um adjectivo transversal ao negócio, ao sinal e à universalidade: péssimo!
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