segunda-feira, junho 18

"Baralha e dá de novo."


Hoje para além da bola, o dia tinha duas eleições. Uma com resultado algo importante mas quase que previsível, pela boca dos comentadores, e a outra que tinha um peso importante para nós. Na primeira a previsão deu "Sol" e agora o presidente Francês não tem, tal como foi no caso de Sócrates e de Passos Coelho, de fazer as coisas como deve ser e mostrar se valeu a aposta ou é mais um reles político.
O segundo caso, eleições gregas, mantinha a Europa na expectativa para ver por onde iam os tiros. Os gregos manifestaram duas coisas: primeiro querem continuar na Europa mas, e em segundo, não a qualquer preço. Assim os dois partidos do arco do poder voltam à ribalta ainda que com um peso no "arco" menor do que antes desta barafunda. O partido ganhador também indicava antes da ida às urnas que o memorando que os deixava homónimos teria que ser revisto. Então e agora? Bem é aqui que entra a Europa ou a Merckel e suas merckalites. Os gregos fizeram a sua parte. Portaram-se mal no passado? Sim, mas há coisas que devem ser postas de lado porque se isso não suceder a seguir viremos nós, a Irlanda, Itália, Espanha, Bélgica e daqui a nada a Europa fede-se...
Assim este pode, deve ser um sinal que a Alemanha deve ser como um passar de bola para fazer realmente o seu papel de timoneiro e colocar todos a remar para o mesmo lado e de um modo coerente porque uma coisa é certa. Hoje os mercados irão acordar e continuaram a querer fazer sangue e dinheiro com as nossas indecisões e fraquezas. Já vi um filme inclusive onde isso é referido em jeito de brincadeira, 1.º episódio do Shameless na segunda série. Já não há sequer pejo em confirmar o que se sabe à boca cheia mas calada. Não esperemos do lado de lá do charco de ajudas de quem nos colocou neste situação. Que ninguém se esqueça de que tudo surge no Lehman Brothers e que nós europeus, provavelmente ainda com lembranças do plano Marshall, optámos por comer e calar quando deveríamos sim ter agido com outro tipo de determinação.
E que ninguém se esqueça que o problema grego nunca foi político mas sim económico e financeiro e que os gregos não são piores ou melhores que nós. Querem pagar mas justamente e num contrato que seja exequível e não um sonho húmido de um grupo de palermas que não vale o seu peso em vinténs.
Agora é esperar... os mercados amanhã vão continuar a atiçar a Espanha e a Itália. Vamos ver se a Europa se fica e o euro como ideal berra em pouco tempo (nem sei quanto tempo já que este paciente tem uma resistência digna de William Wallace) ou se alguém pega nisto como era suposto (gosto do presidente do BCE o italiano Draghi, aprecio a sua postura) e põe um rumo europeísta de novo na... estamos na Europa n'é? Pois, devia ser o rumo com os ideais europeus... parece-me mas eu tenho um pouco de astigmatismo.
Uma nota para os políticos europeus: é inqualificável, a começar pelo palerma das finanças alemãs, que tentaram por mais do que uma vez condicionar a liberdade democrática de um povo. Espero bem que a próxima colonoscopia vos seja feita, sem "pomadas", pela uretra. 

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