segunda-feira, maio 4

A arte de pensar, pouco... em política.


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Portugal está nuns domínios, e parece estar noutros, a saque. Internacionalmente gostaria muito de avaliar este país de fora, um país bipolar em diversas dimensões. Bipolar porque saltamos entre estados de euforia e depressão com a maior facilidade, bipolar politicamente onde se milita eleitoralmente entre o mau e o pior sabendo que o refugo que sobeja é o que é, vale o que vale... Numa altura que distamos apenas um mês das primeiras eleições do ano, em quatro anos, as quais deveriam estar a ocupar o espaço de debate, o que observamos? Conversa sobre umas eleições que virão em Outubro ou Novembro, nem sei bem e por que não sei? Porque ainda não é altura para isso. Fará sentido? Sim o país está mal, mas já antes estava e não será certamente agora que tudo mudará a propósito de divagações do momento. Não será mais importante discutir sobre as eleições europeias? Por muito, ou pouco, que elas representem para o dia-a-dia português.
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Acordámos hoje, e por isso também escrevo, com as palavras do ex-Presidente Jorge Sampaio, um homem de esquerda dentro do PS, como o poeta Alegre, em que este aceita com relativa facilidade a questão de uma aliança entre PS e PSD, o tal bloco central, com a desculpa que o país só assim se tornará governável. Digo desculpa porque os parlamentares de todas as cores quando querem entendem-se. Senão veja-se que ainda na passada semana foram capazes de se entenderam relativamente à alteração da lei do financiamento partidário - como era para encher mais os bolsos lá se entenderam "a custo", nosso. Assim sendo não será fácil se entenderem em matérias sobejamente mais importantes? Sem limianos, ´com a barriga vazia e pelo amor ou dever à causa ou coisa pública. É a dureza da estupidez que tal não permite. Os partidos parecem afectados pelo objectivo dos clubes de futebol, onde o que importa é os títulos e não a categoria dos "artistas" ou do jogo jogado - importa é ganhar nem que para tal utilizem jogadores de Rugby e com eles limpem "à pazada" os adversários do campo.
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É a tal perpetuação do poder que é mais forte do que eles, que os torna acéfalos e os convence que a estupidez se espalhará pelo eleitorado numa dinâmica "tem que ser assim uma vez que o país ficará ingovernável" como o calor do Sol num dia de Verão la para os lados da Amareleja. Desde já candidato-me a fazer parte de um governo caso a matilha instalada nos diferentes aparelhos chupistas, perdão, partidários queira afastar-se por vergonha de trinta e cinco anos de "ingovernação", saque e incapacidade. O que nos tem distinguido dos parceiros europeus é a fraquíssima classe política, nada mais. Somos um país diversificadamente rico, não acreditam? Pensem, só um país como este poderia aguentar tanta incompetência, durante tanto tempo.
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Ah, já agora, o primeiro e último bloco central que Portugal conheceu emergiu de uma conjuntura política extrema onde o país, para além de economicamente estar perto da bancarrota, se debatia com uma fragilidade conjuntural imensa como resultado ainda de certas posições e decisões do pós-Abril de '74. Para já não falar que o próprio conceito de bloco central vai contra todo ideário democrático de discussão crítica e sã, retórica e disputa de ideias, de pontos de vista e de consensos óptimos para as nações, maiores que os interesses partidários. Eu não sou muito versado em Filosofia mas muita gente dos quadros dos partidos políticos têm valores muito questionáveis e cuja iliteracia acerca destas, e doutras (todas!) questões é, no mínimo embaraçosa e gritante.
Bem, agora que toca QOSA - go with the flow, apanho a deixa e vou continuar a "picar o boi"...

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