Caracterizemos Portugal. É um país com fraca indústria ao nível tradicional devido às imensas deslocalizações, o mar foi abandonado há muito e a agricultura encontra-se, salvo raras excepções como o vinho, em sincero declínio. Assim sendo, que raio somos nós, como força produtiva? Aqui temos que nos distinguir entre o fora e o dentro. Lá fora vamos a todas, mostramos competência, empenho, honestidade e produtividade o que é reconhecido e acaba por valer as mais variadas subidas salariais ou de posto. Esses somos nós lá fora e estamos em toda a parte. E cá dentro? Portugal hoje em dia é um país de serviços e de turismo muito raquítico e sazonal. Também existe o mercado da construção que durante anos esteve fortalecido internamente, sabe-se lá a coberto de que compadrios e com que custos para todos. Agora chegou a crise, a sua crise e então vê-se a real pujança das construtoras, migalhando cada obrinha e potenciando com o seu loby de anos umas obras pagas pelo Zé-povinho. Aqui tiro o chapéu a Constâncio que disse que “este tipo” de exercícios não deviam ser promovidos. Os serviços como sabemos, requerem uns postos mais estáveis do que outros e, vai daí, a incerteza desse tipo de postos é mais que muita. À data do término do contrato é bomconsultar o boletim trimestral do BP para ver se as exportações, o desemprego, a confiança e demais indicadores estão positivos porque, de contrário, o caminho será o da rua. Já o turismo vive da sazonalidade, ou seja, quando o Dr.º Anthímio Azevedo, eminente Meteorologista, perspectiva que exista Sol para muito tempo as empresas contratam, quando assim não é, elas sossegam-se contratando o mínimo necessário.
Isto tudo para dizer o quê? O INE veio dizer que o desemprego baixou mas explicou porquê e é isso que, de uma vez por todas é, de louvar. Baixou porque a sazonalidade turística vai começar e depois porque, quem passou pelo IEFP constata, as inscrições nos centros de emprego baixaram. As pessoas não vêem utilidade em estarem inscritos num sítio em que nada acontece. Os centros de emprego são meras… paragens de autocarro colocadas em nenhures, ou seja, não nos dão nada a não ser alguma cobertura (se se tiver direito a ela) enquanto procuramos por algum autocarro lá longe. Em vez disso inscrevem-se nos centros de trabalho temporário, a maior chulice que já se viu. Baixou? Sim senhor Zé porque as pessoas estão desistentes. Gostaria imenso que todos os que não estão inscritos corressem lá para dar uma imagem real do problema. Não esqueço também quem anda para fora e desistiu do país. Era bom que lhes questionassem a causa da ida para o “novo mundo”. A candidatura a um novo emprego parece história saída de um filme, só um pode ser o herói, o escolhido, "the chosen one".
Vou agoirar: não tarda o desemprego vai subir devido aos professores que vão acabar o contrato e devido à crise do sector construtor Espanhol. Lá para Setembro irá tudo ao IEFP. Eu vou!
Vou agoirar: não tarda o desemprego vai subir devido aos professores que vão acabar o contrato e devido à crise do sector construtor Espanhol. Lá para Setembro irá tudo ao IEFP. Eu vou!
1 comentário:
Caro Adamastor, quando vi esta notícia tinha imaginado ainda outro cenário :)
Pensei que seria a época de início dos cursos no IEFP, aqueles que na prática não servem para mais nada que não tirar números da lista de desemprego. Onde as pessoas vão por obrigação e não por vocação!! Mas enfim...
Porque alguns saem pra fora?? Citando alguém que li ao vaguear pela blogosfera:
"...as nossas características-tipo, irão manter-nos eternamente neste limbo já apelidado de "nacional porreirísmo" que não nos deixa avançar, progredir humana e socialmente e nos impele para o facilitismo, o compadrio, a malícia, a intriga, a mentira, em suma, a inércia, coberta por uma capa de moralismo que até enjoa."
Saudações
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