segunda-feira, fevereiro 11

Uns são filhos, os outros enteados



E, de repente, as queixas dos utentes nas urgências calaram-se. Se o primeiro-ministro não é adepto de remodelações, a opção por ela, ainda que a medo, foi benéfica para oxigenar algumas áreas cronicamente sujeitas a críticas. Durante mais de uma semana não se ouviu nada, nicles, zerinho sobre a saúde mas as boas graças não duram sempre e… A ministra da saúde pegou no “lápis”, aproveitou a disponibilização ética de Cunha Ribeiro e despachou para parte incerta o presidente do INEM. Certo mesmo é que foi demitido. Ideias a guardar: a ministra é que deu o primeiro passo para quebrar com o esquecimento, algo que creio não lhe irá dar muitos dividendos e em segundo lugar o ex-presidente do INEM saiu calado mas algo me diz que a história não fica por aqui.
Noutra área (Justiça) o director-geral da polícia judiciária andou ligeiro nas declarações e deu uma gafe forte e feia, principalmente para quem tem que olhar, olhos nos olhos, nos seus agentes. Comparativamente ao seu ex-colega do INEM, também este devia ser “convidado a sair” mas a quantidade e principalmente a qualidade das amizades seguram uma pessoa cuja presença no cargo irá apodrecendo até cair ao chão, arrastando mais umas quantas “frutas” dessa casta. E se não recordo mal, o ainda director-geral da polícia judiciária deixou o lugar de juiz conselheiro do conselho superior da magistratura para ir para a polícia judiciária. Dá que pensar…
Outra situação incompreensível, mas que se estende no tempo e acaba por nunca se alterar, é a duração dos processos. No dia de hoje o apito deu entrada e logo se finou. “Esquecimento de uma assinatura”, alegam e bem os advogados que, aparentemente são os únicos, a par dos os seus representados, a ganhar com a situação. A Justiça diz-se cega mas é cada vez mais lenta e a cegueira move-se, aos olhos de todos, de formas particularmente misteriosas.

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