sexta-feira, dezembro 28

Reformar



A reforma da saúde vai de vento em popa, ou assim deve pensar o ministro porque as populações... O governo vai encerrar 56 serviços de atendimento à população (SAP), mais umas quantas urgências que fecham às quais se juntam mais uma dezena de maternidades. Isto tudo a juntar aos SAP's, às maternidades e às urgências que já fecharam. É a contensão obrigatória dirão uns, é a organização dos meios que muitas vezes se encontra mal feita e, como tal, é preciso actuar dirão outros. Não duvido que houvesse casos que devessem ser repensados mas o que esta reforma tráz é uma rasia do sossego médico de muitas populações. O bem estar mental é a melhor medicina que uma pessoa pode ter numa situação de crise e o que esta reforma cria é a crise em altura de saúde. Para sossego das populações deveria arranjar-se uma solução mais universal. Depois existe a questão de que se pretende um estado cada vez menos centralizado mas é exactamente o contrário que esta reforma patrocina.
A par de todos os cortes e encerramentos o governo apresenta com pompa a contrução do hospital de todos os santos para a cidade de Lisboa. A minha cidade não será afectada com estas reformas, pelo menos que se saiba, mas se eu morasse numa dos locais que estão a ser alvo de redução de meios eu ficaria profundamente indignado com este investimento. Na cidade de Lisboa existem 7 hospitais públicos, não entrando em conta com os que se encontram na periferia, e os privados florescem como cogumelos. É certo que Lisboa absorve uma parte considerável da população e como tal deve ter cuidados em harmonia com isso mas as populações perdidas "na paisagem" também necessitam desses mesmos cuidados em harmonia com a sua situação. Harmonia para a paisagem não é urgências a 30 quilómetros ou maternidades do lado de lá da Fronteira ou num qualquer quilómetro de uma estrada nacional.
O hospital de todos os santos será necessário, pelo menos assim espero (200 milhões de euros sem derrapagens), mas ao longo de todo o país a necessidade também existe e, o pior de tudo é que, nova necessidade talvez se esteja a criar. Algo vai mal quando o cobertor parece não conseguir tapar pés e cabeça e se escolhe por importância. O normal é que uma pessoa se encolha durante uns tempos porque, sem pés, a vida também é muito difícil.


PS: Aproveito o tema para aconselhar e muito o filme SICKO. É imperdível.

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