terça-feira, novembro 20

SPECTRE do séc XXI



E tudo começa com a palavra fascista. Tudo começa com a imposição e recalcar da palavra fascista. Já neste blogue falei de fascismo – doutrina totalitarista orientada por Mussolini que se baseava no poder e autoritarismo sobre o seu povo. Ora bem terá sido Aznar fascista? Foi eleito democraticamente pelo povo espanhol durante oito anos, o que sugere que pelo meio ouve uma reeleição. E Hugo Chávez? Bom, é ou foi militar o que não diz muito do mesmo. Ao contrário de Aznar, não foi eleito, atacou o poder (não vou discutir sobre a pertinência ou não do acto) e no chamado golpe de estado, enviou para canto em 1992 o então Presidente Venezuelano. Como foi a Presidência de Aznar? Em tempo de “vacas gordas” fez o que deste lado da fronteira ninguém soube fazer, reformas e reformulações do estado, criou condições para que neste momento Espanha seja um dos mercados mais fortes e saudáveis da Europa. E Chávez? Nada se lhe é atribuído nos primeiros anos o que me deixa duas ideias: deve ter andado, à boa maneira siciliana, a abafar adversários (que isto de subir ao poder à força deixa muita gente incomodada) e não acredito que não se tenha chegado aos EUA para ver se pingava algo. E é aqui que tudo torce à “esquerda”, isto é, com Clinton os EUA eram um país forte em tudo – economicamente, politicamente, com uma atitude de politica externa de conciliação e para provar tal basta ver que foi dos poucos mandatos dum Presidente dos EUA sem umas chatices internacionais (guardo o momento de uma valente risada com Yeltsin). Já com o cowboy e mentecapto Bush as contas foram, certamente, outras e foi mais ou menos nessa altura que Chavéz descobriu que sabia dar…. patacoadas.
Agora, revestido de uma amizade meramente de intenções, junta-se a um gang de fazer corar os inimigos viscerais de James Bond - SPECTRE (SPecial Executive for Counter-intelligence, Terrorism, Revenge and Extortion). Não se confundam, não morro de amores pelos EUA. Aliás, e como é evidente, não tenho nada contra os Americanos mas reconheço que algumas coisas que sofrem são merecidas (não me esqueço que reelegeram o - censurado! - do Bush) pela imensa ignorância em certas posições. Tenho para mim, por conversas com pessoas que por lá passaram e por documentários que tenho visto, que não sabem, muitas vezes, metade do que se passa ou das consequências das suas acções ou apoios irreflectidos. Os cowboys estão mortos e o seu tempo já passou, no entanto, acho que muitos deles ainda não perceberam isso e tenho pena por tal.
Já Chavéz denota tiques fascizantes como a passagem de uma lei que permite que se perpetue no poder ou como a repressão daqueles que estão contra estas e outras medidas como, por exemplo, os estudantes. São patéticas também as suas aparições na TV, principalmente as que protagoniza na TV estatal venezuelana onde, num registo, muito Marcelista, se dedica a fazer-se ouvir já que, de outro modo, se não fosse pela imposição ou pela educação dos assistentes, já há muito falava para as paredes. Aprende, sem dúvida, não muito rápido e com os piores. Julga-se a coberto e superior devido às reservas tão queridas, pelo ocidente, de petróleo e por isso ou devido a isso ou também por isso deve a Europa investir concretamente naquilo que permita uma maior independência desta ditadura que é a necessidade energética de modo a fugir, na medida do possível, de fascista como é este senhor e todo o seu gang.
Guardo uma palavra para Fidel Castro. Não gosto nem deixo de gostar. Acho que faz passar o seu povo por um paradigma ideal que só a ele lhe enche… as medidas, a barriga e os bolsos. Tenho imensa consideração pela sua posição sobre os cuidados de saúde a que o povo cubano está atido mas só isso não chega e, o poder da idade não ofereceu, a este velho guerrilheiro, discernimento e juízo. Principalmente juízo já que não entendo que o leva a dizer que o Ocidente tremeu quando Chávez estava a ser… estúpido. Mais valia estar calado. Para finalizar, Chávez disse que se tivesse ouvido as palavras do Rei, teria tido outra reacção. Parece-me que esta postura configura aquela situação de que cão rafeiro, que só ladra quando já vai longe.

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