quarta-feira, novembro 14

Governo de perna curta e nariz grande



Diz a sabedoria popular que "a mentira tem perna curta" ou que "é mais fácil apanhar um mentiroso do que um coxo". Pois bem ou sou eu que detesto mesmo aquela gentinha ou então para o Governo só entram mesmo "coxos". "Coxos" de espírito, de inteligência, de formação, consciência, de sabedoria (podia ficar aqui horas e horas…). Confirmou-se agora que também são mentirosos. Provou-se que as afirmações do Primeiro-Ministro no debate do Orçamento, sobre o contracto estabelecido para as estradas de Portugal, e que foi rectificado pelo Presidente da República (não se esqueçam), são mentira. Disse que não se tinha ainda estudado por quanto tempo ia ser a concessão mas afinal, e ainda bem que existe papel, isso já estava estabelecido e serão 92 anos. Eu nem vou tecer considerações relativamente ao tempo de concessão só vou deixar uma nota: Muitas cidades foram nos últimos anos abençoadas com auto-estradas mas as alternativas foram destruídas para a construção das segundas. A minha pergunta é: Não deveria, no sentido de concessionar livremente as auto-estradas, o governo disponibilizar percursos alternativos? Faço questão de notar que eu posso ir, de onde quer que eu esteja, a Lisboa por Faro mas isso não creio que entre na categoria “percursos alternativos”. Ou seja com esta concessão muita gente vai ter que abrir os bolsos porque neste país, quando se privatiza, abrem-se as portas do inferno.
Num segundo episódio, que referi ontem num artigo, o Ministério da Justiça adjudicou por acerto directo (sem o normal e exigível concurso público!) a compra de cinco carros de alta cilindrada. Já nem falo no exemplo pouco ambiental que o governo passa, concentro-me antes no furar da política de contenção orçamental. No dia de hoje vem o bombeiro do governo (Ministro das Finanças) dizer que afinal “deu ordem”. Óbvia mentira que vai ter perna curta como teve a das estradas de Portugal e sabem porquê? Porque, e lembrando por onde comecei, os Ministros são pessoas “coxas” e a inveja e a lei de “quando há para um, há para todos” pode, e vai vir, ao de cima! Só falta contar o tempo para que isso aconteça. Que se seguirá? Baixa de impostos? Aumento real dos salários? Certinho é que o Inferno irá receber um bom molho de “lenha”.
Guardo para o final a genial afirmação do Primeiro-Ministro. Agradeço a risada que me deu no dia de ontem. Piadas daquelas só têm mesmo paralelo no circo. Passo a citar: este galardão não foi criado para “agradar ou massajar uma corporação”. “Não é uma operação de Relações Públicas, matéria em que não sou especialista” – mais uma mentira. Já agora. Sou de opinião que aos premiados não lhes teria ficado mal se não tivessem sequer comparecido quanto mais terem aceite esta afago “para inglês ver”.

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