É usual dizer-se, principalmente numa época de excesso numas ocupações e défice noutras, que “nem toda a gente pode ser doutor”. É-me familiar esta ideia que, certo dia estando eu presente, foi resumida de um modo extremamente simples para o meu Pai. “Caro amigo se eu necessitar de um advogado arranjo os que quero por 500 euros. Já se eu precisar de alguém electricista que consiga arranjar este Mercedes nem com 1000 euros o arranjo” Falava um representante da Mercedes-Benz conhecido do meu Pai no seguimento das dificuldades sentidas pelos petizes de ambos na altura de conseguir um trabalho. Já lá vai uma série de anos e a dificuldade vai persistindo… É evidente que nem toda a gente poderá almejar a doutor nem isso é necessário ao país, mas o que o país precisa é de responsabilidade nas tarefas que cada um tem (privado ou público) são entregues por difíceis ou exigentes que sejam.
Discorro nisto porque esta semana ao subir a Serra da Estrela dei com uns trabalhadores da JAE (Junta Autónoma das Estradas) em plena empreitada. A operação, pelo que percebi, consistia em limpar as valetas adjacentes à estrada. O dia até estava agradável se bem que nenhum dia está agradável de pá na mão quando se podia estar a corar ao Sol numa esplanadinha com a companhia a preceito. Isso é justo e coerente quer para doutores quer para as outras profissões. O que eu não entendi foi o seguinte:
Os senhores com uma pá moviam a caruma caída das árvores a qual tinha-se acumulado nas valetas mas porquê? Bom, porque para além de estarem repletas, faziam com que a água das chuvas fosse para a estrada desvirtuando o intuito das mesmas e colocando em perigo os condutores como eu. E para onde ia a caruma? Para algum receptáculo de modo a ser utilizada como biomassa? Nada disso, era de novo enviada, no mesmo movimento de vaivém da pá, para a mata. Sou eu ou pareceu-me ridículo? (a palavra até era outra…) Será que era necessário estar ali um doutor ou um engenheiro para dizer que talvez aquele não fosse o melhor fim da lida? Será que um mero trabalhador não devia ter capacidade para perceber isso mesmo? Será que a escola aqui teria feito a diferença? Podia despejar aqui inúmeros “será” mas o certo é que a caruma repousa a estar hora um metro acima de onde atrapalhava.
Discorro nisto porque esta semana ao subir a Serra da Estrela dei com uns trabalhadores da JAE (Junta Autónoma das Estradas) em plena empreitada. A operação, pelo que percebi, consistia em limpar as valetas adjacentes à estrada. O dia até estava agradável se bem que nenhum dia está agradável de pá na mão quando se podia estar a corar ao Sol numa esplanadinha com a companhia a preceito. Isso é justo e coerente quer para doutores quer para as outras profissões. O que eu não entendi foi o seguinte:
Os senhores com uma pá moviam a caruma caída das árvores a qual tinha-se acumulado nas valetas mas porquê? Bom, porque para além de estarem repletas, faziam com que a água das chuvas fosse para a estrada desvirtuando o intuito das mesmas e colocando em perigo os condutores como eu. E para onde ia a caruma? Para algum receptáculo de modo a ser utilizada como biomassa? Nada disso, era de novo enviada, no mesmo movimento de vaivém da pá, para a mata. Sou eu ou pareceu-me ridículo? (a palavra até era outra…) Será que era necessário estar ali um doutor ou um engenheiro para dizer que talvez aquele não fosse o melhor fim da lida? Será que um mero trabalhador não devia ter capacidade para perceber isso mesmo? Será que a escola aqui teria feito a diferença? Podia despejar aqui inúmeros “será” mas o certo é que a caruma repousa a estar hora um metro acima de onde atrapalhava.
A ideia da recolha não era má e por isso deixo-a aqui, bem como outra dica, quiçá mais urgente: É indispensável limpar as matas e a Serra da Estrela (1.º local do país a sofrer com o flagelo dos fogos, nunca se esqueçam disso!) que vai renascendo dos fogos está a atalhar o caminho a quem não precisa que lho atalhem e atrapalha a funções dos que remedeiam as coisas. Meus senhores juntem o útil ao agradável, limpem as valetas e as matas por exemplo com recurso a reclusos e utilizem o recolhido para a produção de energia ou para outras aplicações como fertilizante para os solos (aqui, porventura, já estarei a divagar).
Sem comentários:
Enviar um comentário