sexta-feira, julho 27

Será, naturalmente, possível?



Numa época em que o desporto parece, e mal, se resumir ao futebol eis que nas últimas semanas surgiu o Tour e o início das tardes, possíveis, transformou-se num divertimento. Longe das repetidas conquistas de um americano extraordinário, o Tour voltou a reorganizar-se, renovou a força, a disputa típica, o espectáculo cativante que o consagrou como uma das provas desportivas reconhecidas mundialmente. Ora isto era há três dias atrás daí para a frente... desgraça. Mais uma vez o doping, confirmado e suspeito, voltou a bater à porta da prova e desta vez como uma maça vinda do inferno! Dois casos confirmados sendo que um deles foi, para mim, particularmente triste. O adepto não merecia mas provavelmente depois de tanto encontro e cabeçadas com o asfalto, não restou mais saída que uma "pica" - mal, este ano até tinha desculpa para a estranha posição classificativa. Quando se perde a honestidade, perde-se quase tudo.


Não refeitos da tristeza, zááásssssss o manto da suspeição cai sobre o homem de amarelo a pontos de que começam a chover assobios e apupos no lugar de palmas, tendo o mesmo sido forçado a desistir. Digo forçado porque ele passou 16 testes anti-doping durante a prova e nada acusou. Ora das duas uma: ou os testes (sendo falíveis) não detectaram nada e aí ele é bode expiatório e deveria permanecer na volta, ou os testes realmente são defeituosos - sendo que neste último caso todos os ciclistas podem estar a beneficiar dessa defeito, ou seja, são todos suspeitos! Algumas coisas são certas: o Tour talvez demore a voltar ao que era; Se existe doping a culpa é da organização que, ano após ano, aumenta a dificuldade da mesma e ao mesmo tempo brincando com o fogo; sobre os ciclístas desce um manto negro que apenas o tempo e a honestidade poderá apagar, para já não falar que até os resultados obtidos pelos Hindurains, Amstrongs, Lemons, Landis, Pantanis, etc poderão ser, por coerência, postos em causa.

1 comentário:

Great Houdini disse...

As pessoas são humanas, aquele esforço a tão elevado nível está demasiado próximo do sobre-humano.

O homem fez 16 testes, mas tinha iludido um previamente, nem tudo são rosas.

Sem dúvida que o ciclismo é um desporto romântico, vamos ver como corre a nossa. Pena é que os clubes se tenham resumido ao futebol, excpção ao Glorioso, pois tá claro!