segunda-feira, junho 25

Tratado europeu




Os políticos europeus andam com medo. Não querem fazer feio perto dos outros meninos fora UE mas mesmo assim não conseguem acertar de uma vez por todas o dito tratado. Passam algumas ideias preocupantes... Se é certo que o alargamento era inevitável, também é certo que o mesmo foi feito como o primeiro amor feitinho ou tentado, isto é, muito atabalhoadamente, sem saber o que se vai passar - "onde ponho esta mão" e tal - e com uma sensação final mais de desconforto do que de uma longa vontade saciada. Dizem que tinha que ser feito! Hmmmmm, isso é como a OTA tem que ser feita... agora noutro sítio de noutros moldes. O "tem que ser" tem sempre muito que se lhe diga. O alargamento podia ter passado por uma entrada a duas velocidades dos pretendentes mas optou-se, por ser assim, "à maluca". E depois ganha razão esta ideia com a posição da Polónia no final da semana com o argumento do extermínio de milhões de polacos durante a WWII. Se é certo que foi numa perspectiva de "antes ele que eu" mas houve muitos polacos que para tal desfecho contribuiram. Mas o meu conhecimento deste assunto é livresco e numa questão desta envergarura o melhor que faço é colocar a viola no saco, mas que o pretexto polaco é duvidoso e a destempo isso ninguém me tira. Por outro lado surge agora, que os meninos conseguiram dividir os "berlindes", a questão de se vai existir referendo ou não nos 27 estados membros. E nesta questão fico-me por Portugal apesar de ser uma jogada de pouco risco tantar adivinhar o que irão fazer a maior parte dos membros europeus. Em Portugal a questão é simples; logo a abrir houve promessas eleitorais! O que elas valem? NAAAAAada, mas que as houve, houve. Durante o dia de hoje ouvi o antigo Ministro dos N.E. Martins da Cruz dizer na TSF num tom que me soube, a mim e aos demais ouvintes pela sua posterior reacção, de atestado de ineptidão, que:

"Portugal tem a presidência da União Europeia e recebeu em Bruxelas um mandato muito claro para negociar um tratado simplificado. Portanto, Portugal tem responsabilidades acrescidas no plano externo, no plano europeu. Não pode estar amarrado desde já a uma posição referendária no início deste processo, porque isso seria limitar a sua margem de manobra e poderia ter repercussões negativas junto de alguns dos nossos 26 parceiros europeus" Resumindo: miúfa, o tal medinho do início.

Noutra leitura "vamos lá fazer boa figura com os outros meninos para nos deixarem brincar com eles! E os cromos lá da terrinha? É pá eles são feios!" Acresce a isto que se este fosse um país responsável, a discussão europeia estaria, não no topo da agenda, mas seria uma questão que estaria presente e promovida, e bem, pelo poder político. Mas como é normal, e mal, os políticos, os nossos ou os de alguém, porque eu já nem sei o que defendem ou de quem são ao certo, já sabemos o que gastam. Faça-se um debate sério porque "quem não deve não teme".
PS: Este ex-Ministro recordo foi o mesmo que tachou (e não taxou) a entrada da filha na Faculdade de Medicina durante o governo de Durão Barroso. Sempre negou mas a sua demissão na altura não tem outra leitura.

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