domingo, julho 24

Another one bits the dust


Se optarem por pesquisar na rede em imagens, textos ou outro qualquer formato, verão que a miúda passou por aqui de modo rápido ainda que intenso. Poderia dizer, e digo, que cada um fará da sua vida o que bem entende, não afectando a dos outros, como é óbvio. Ela afectou e foi o mais recente paradigma dos ídolos de alcofas. Que quero eu dizer com isto? Se derem uma vista de olhos às vidas de Kurt Kobain, Jeff Buckley, Janis Joplin, The Lizard men - Morrison ou de Brian Jones, para retratar os mais conhecidos, encontram sempre o mesmo "móbil" - desde muito jovens demonstraram dotes únicos para a música. Formaram bandas, entraram no circo e por ele acabaram por ser consumidos. Consumo acaba por ser uma palavra de destaque nas suas vidas e é com base nisso que a sua mesma vida se acaba por consumir sempre aos vinte e sete anos. Será só circunstância ou quererá dizer mais qualquer? Eu não acredito muito em coincidências e por isso creio que este será o limite de quem vive para além dos limites do corpo, da cabeça e será aqui que, na procura de mais algo, apenas encontra o ponto sem retorno. Compreendo todos estes casos menos o último isto porque a sociedade da informação frequentemente mostrou que o caminho era este e pouco se fez para travar este sentido com destino certo. Uma morte lenta, quase com aviso de recepção, quase uma morte pública. Não era muito adepto do seu modo de estar e por isso, apesar de gostar da sua invulgar voz, do retorno a um estilo soul que andava longe do mainstream, não procurava pelo seu som. Ouvia-o apenas quando vinha ter comigo e pouco mais.
Agora dir-se-á que se perderam vinte, trinta anos de música, dez ou quinze hits para o álcool e as drogas e que a música jamais será a mesma. A música não será igual porque nunca se sabe por debaixo de que pedra sairá o novo hit, o novo estilo, o novo cabeça de cartaz. Não se sabe nem vale a pena teorizar sobre isso. Temos a infeliz ideia que controlamos tudo e não controlamos nada. Por isso hoje é hoje, o céu continua azul, a Terra há-de rodar vertiginosamente para nos mostrar o sol e a lua e tudo o resto seguirá como se tudo resultasse de um jogo de dados. Einstein disse que deus não joga aos dados. Talvez não mas nós jogamos e isso faz de nós e do que nos rodeia do que somos, para onde vamos e qual a marca que deixamos. O resto é conversa. É verdade, falava da morte de Amy Winehouse.

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