A notícia de hoje, desta semana, deste mês e talvez a do ano, foi a da morte (do corpo não se sabe, da única foto já se sabe que é montagem e antiga) do homem mais procurado pelos EUA - Bin Laden. Passados quase dez anos (pouco falta para essa infeliz efeméride) a procura cessou com uma declaração e com muitas interrogações e perguntas por responder. A alegria registada em muitos meios contrasta com a dor que as mesmas pessoas sentiram no dia do desmoronamento das torres gémeas. Nesse mesmo dia fez-se alegria nos locais onde hoje alguém terá chorado também. Não deixa de ser estranho esta desorientação de valores pelo mundo fora. Os americanos à data reagiram e levaram a guerra ao mundo. Que será que hoje estarão a pensar, no outro lado do mundo, aqueles que tinham em Bin Laden um símbolo? Pois é... hoje, e no futuro próximo, nascerão meninos que terão o seu nome e isso será o sinal de que, para além das pessoas, se manterão ideais, fracos, fanáticos, condenáveis mas que fazem o dia-a-dia de outras regiões do mundo a quem as sucessivas mortes, ataques, demonstrações de ódio já fazem parte duma espécie de sina ou de rotina. Ainda assim a história deve ser justa e um dia há-de ser feito o documentário, o filme ou escrito o livro que faça a justiça a todos os acontecimentos e se demonstre que Osama Bin Laden inicia-se nestas lides com o alto patrocínio dos mesmos que hoje o mergulharam no mar de Omã.
Como é óbvio tenho tanta simpatia por fanatismos e fanáticos, sejam europeus, africanos, muçulmanos, asiáticos ou marcianos, como tenho por lamber cactos fechado numa caixa com crocodilos a ouvir, sem fim, discursos políticos mas não vejo grande sentido na comemoração da morte de uma pessoa. Fazia mais sentido relembrar as pessoas que se perderam nestas infelizes demonstrações diárias e incompreensíveis do que as cenas que vi de alegria em olhos raiados de vingança. É o mundo que temos...
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