Antes de... faço votos de que tenham sido ou estejam ainda a ser uns dias de merecido descanso.
Hoje deparei-me com uma notícia que me fez voltar, ordeiramente, ao teclado. O estado decidiu chamar, como as marcas fazem com os carros defeituosos, todos os beneficiários de subsídios vários (são alguns, não me vou perder neles) para que seja feita uma actualização dos dados muito à luz das alterações previstas numa recente letra de lei. Segundo esta, um subsidiário deste tipo de benefícios terá que: fazer prova de que o património mobiliário do seu agregado familiar não pode exceder os 100 mil euros; provar que, em comum com este, não vivam incluindo parentes e afins maiores “em linha recta e em linha colateral até ao terceiro grau, só para citar estes dois... Com isto querem dizer duas coisas: 1.º não podem viver muitos na mesma casa porque se isso acontecer, e se todos estiverem empregados, não há nada para niguém ou, em alternativa, não se pode ter o avô ou a avó em casa - há que matá-los...
Por outro lado, não se pode ter casa. Quem tiver um reles T1 comprado em Lisboa (qualquer caixa de palitos vale mais do que 100 mil euros), se tiver feito uma pequena carreira contributiva de 5 ou 7 anitos e se se vir desempregado, já não tem direito a nada... Curiosa esta.. como um T1 em Telheiras vale mais do que uma vivenda de 10 assoalhadas em Grândola, o proprietário da vivenda terá direito aos benefícios e o lisboeta não. Que "telha"... Mas nem tudo é miserável senão pensem, esta é a primeira medida de repovoamento do reino português desde os tempos de... D. Sancho I!? Avé Sócrates e a sua corja.
Não quero com este texto dizer que tudo está bem na atribuição dos benefícios, mas também não me parece que isto seja a opção, sequer perto do correcto. Agora será bonito é conseguir encontrar um indivíduo, com casa própria, beneficiário de, por exemplo, subsídio de desemprego em Lisboa, Porto, Gaia, Braga, Oeiras, Coimbra, Aveiro, Faro, Almada, Évora... and so on and so on.
Sem comentários:
Enviar um comentário