domingo, dezembro 14

Caldos de mudança


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Este foi um ano estranho a nível global. Faz, de certo modo, de um modo muito particular, lembrar o que sucedeu à Física no fim início do século passado. Tinham-se por certas muitas verdades quando, de repente como que do nada, de uma experiência residual e à qual poucos davam importância, resultou a revolução do século cientifico e nunca mais nada foi igual. Talvez em todos os princípios de século tenha existido assim algo definitivo e profundamente importante que tenha dado origem a novos paradigmas. Em século parece estar virado para as questões económicas a pontos de se dizer à boca cheia que qualquer um pode dissertar sobre Economia porque nos tempos que correm, nem os economistas sabem o que raio se vai passar. Chegou-se ao ponto anárquico da lei única. Em anarquia só existe uma lei e é não haver lei nenhuma. Em Economia por estes tempos só se sabe que ela, ou melhor nós, não vai andar bem a pontos de Karl Marx ter dado tantas voltas no túmulo como os hambugers nas chapas capitalistas dos McDonalds.
Creio que tudo se resume a uma crise profunda de valores éticos e morais nos mais críticos decisores, a todos níveis sem excepção. Daí que se tenham vivido crises com uma base anual em diferentes pontos da Europa. É certo que a Europa é o local mais sangrento da história da existência humana, onde se travaram as mais longas, mais cruéis, mais ferozes guerras mas os últimos tempos esses conflitos, contidos é certo, têm se revelado nos sul do continente, um local geograficamente pouco dado a este tipo de erupções. Passou-se em França, tivemos algumas crises em Itália e agora é a Grécia. Lia-se recentemente no The Guardian que a crise grega tinha como principais factores a descrença na classe política e na falta de alternativa de oposição, nos sistemas saúde e judiciais e na insatisfação de diferentes agentes sociais como os professores ou os médicos. Paremos o tempo de um fôlego e pensemos: Onde é que eu já vi este filme? Será o sinal dos tempos?
Por cá, sendo nós, um povo pacato, sereno como ouvimos noutro tempo, onde as revoluções são de cravos sem montras partidas como no caso presente grego ou no estudantil Francês de há quarenta anos, esse tipo de situações e vontades diluíram-se geração após geração desde os tempos do pai da Portugalidade mas a insatisfação anda por aí. Professores, médicos, juízes, povo em geral anda descontente e pouco interessado em curas bancárias quando ainda há poucos meses não havia dinheiro para fazer cantar um ceguinho. Estou como Belmiro de Azevedo quando afirmou que se um, e aqui penso no BPP, ou dois bancos marginais falissem… poucas saudades deixavam e a moralização talvez atingisse todos os patamares sociais. O prejuízo destas situações permitiriam corrigir um sistema tão falível como outro qualquer que, no caso nacional, só apresenta vantagens porque a tal crise afecta-nos e a todos os países globalizados e iremos a reboque da cura doutrem.
Esta é a prova que apostar num cavalo nunca é boa opção daí que arriscar, como as parangonas propagandista socialista verborreiam à boca ligeira, apenas na pestilenta política do betão em vez de diversificar os investimentos, é má política, má gestão e principalmente, mau sentido histórico e de estado. Estou num ponto que estranho onde uma anarquia me parece mais compreensível, menos duradoira e consequente, mais produtiva e higiénica do que esta mísera e doentia democracia e isso é mau.

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