segunda-feira, maio 19

Fácil esquecer



Este último fim-de-semana, recebi um email que comentava que era necessário não fazer esquecer a história. Seria impensável, mesmo para mim, filho de nenhuma revolução, que certos acontecimentos não vividos mas históricos e quase inacreditáveis ao senso humano se repetissem ou se esquecessem. Ao ver os noticiários ou consultando a “janela para o mundo” verifiquei que talvez aquele email fizesse algum sentido. Basta ver duas notícias e locais pouco menos que emblemáticos pela sua repugnante história. Antes disso quero relembrar que aqui fiz questão de saudar a atitude que o Governo Alemão tomou sobre o Holocausto, deixo o link. Voltando às notícias…
Certas zonas da África do Sul encontram-se em alvoroço devido a acções racistas para com estrangeiros (Moçambicanos e Zimbabueanos). Os Sul-Africanos negros (os mais afectados pela chegada de estrangeiros ao país) decidiram, mesmo na sombra em vida de Nelson Mandela, partir para a violência, o racismo que anos a fio lhes condicionou a existência. A única coisa que me cruza o pensamento é “anda tudo louco”. Pessoas que viveram o apartheid são aquelas que vinte anos passados batem, massacram, matam outros pelo simples facto de quererem melhorar a sua vida. Qualquer coisa que se diga sabe a "chover no molhado". Não entendo. Poderíamos pensar que isto seria só em África, o berço de tudo mas o Homem tem uma capacidade incrível, de mau gosto para surpreender, para a estupidez.
Em Itália, depois da insensata escolha pelo Bush Europeu vulgo Berlusconi, o discurso xenófobo e racista começou. O Governo italiano fez saber que terão que ser revistas as políticas de acolhimento de imigrantes de modo “a gerir com ordem e rigor a imigração interna e externa da União Europeia para garantir a convivência pacífica, de hoje e de amanhã, de todos os povos". Estranhíssimo ouvir isto de um país com tanta história de imigração como Portugal e de um passado facista como poucos no seio da Europa. Lá para os lados de Bruxelas o discurso parece não ser muito diferente já que se preparam medidas com o mesmo espírito.

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