quarta-feira, abril 2

Para (des)moralizar



A que sabe 1% no IVA quando a moralização é apenas num sentido? Contas são feitas, análises apresentadas nos jornais e a conclusão é geral: É acto político e não financeiro, isto é, campanha eleitoral; a migalha apenas vai servir para aumentar margens de lucro dos comerciantes; seria mais justo um abaixamento maior (evidente que não nesta altura, algo que explico mais adiante).
Apesar dos défices e das inflações, persistem grandes discrepâncias no seio da sociedade. As diferenças entre os escalões mais baixos e os mais altos agravam-se com perda para os primeiros e a classe média, suporte da economia portuguesa em variadíssimos casos, desvanecem-se com a rapidez de uma caixa Multibanco numa estação de serviço.
Os políticos ainda possuem apesar de toda (?) a mudança que foi propagandeada, a capacidade de seleccionarem de entre as suas muitas reformas, aquelas que mais lhes convêm ou, de outro modo, aquela combinação que mais lhes enche os bolsos. A banca contínua na senda dos lucros mesmo com crises e trapaças internas. E já nem existe pejo em que as notícias façam manchete, uma após outra, meses a fio. Considero inqualificável esta situação em virtude de uma conjuntura económica péssima como todos os indicadores fazem questão de, não confirmar mas sim, clamar. Considero inqualificável que essas mesmas entidades para não sofrerem como qualquer entidade privada, aumentem juros de modo a transferir o ónus de qualquer crise para a sociedade.
Anda muito mal um país que permite que as multinacionais mandem e desmandem, em conferências de imprensa, com parte da economia nacional como se de um parque de diversões Portugal se tratasse. A par disso cria-se a ilusão, na minha humilde opinião que, a crise das contas públicas está vencida. Reformas poucas. Moralização nenhuma. Poupança imensa! É justo e necessário que o estado seja regrado nos gastos, tal como as famílias deviam ser, mas há gastos baptizados por este executivo de supérfulos que não o são caindo posteriormente em situações ridículas como a do caso dos meninos casamenteiros.
Após a boda os recém-casados, com as malas feitas e repletas de sonhos, fantasias e… facturas irão passar uns belos dias nas… repartições de finanças a provar que a Tia Maria gastou precisamente 57,2 gramas de arroz (“one pound of flesh, no more, no less” – Mercador de Veneza) o que perfaz em impostos… “Carolino?” Rugirá o senhor fiscal do alto de uma cegueira tributária a raiar a extorsão.

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