Decorreu por estes dias a XVII Cimeira Ibero-Americana a qual tinha poucos temas de interesse. Não existiam, à partida, grandes pontos de interesse e creio que a dita Cimeira aconteceu apenas porque o calendário assim o ditava. Quando isso acontece é porque mais vale enveredar por outro caminho. O único ponto de interesse centrava-se na ida ou não do Presidente Hugo Chavez. A dúvida foi desfeita às primeiríssimas horas do dia um da Cimeira com o avião do Presidente venezuelano a aterrar em solo chileno.
Restavam algumas dúvidas já que o Presidente venezuelano é conhecido pelas suas posturas muito pouco ortodoxas, dirão uns, algo alteradas, dirão outros, sobre certas questões. Não foge da retina que Hugo Chavez está, na sombra de umas reservas interessantes de petróleo, a tomar certas atitudes que fazem trazem, pelo menos a mim, a memória de Fidel Castro. Se por um lado a sua subida ao poder foi benéfica já que serviu de "stop" às economicistas pretenções Norte-Americanas relativamente à facilidade com que se prestavam a deitar a mão ao ouro negro venezuelano, por outro lado, a embriaguez de poder está a tornar-se o seu pior aliado. O cúmulo interno foi a aprovação de uma lei que permite que o mesmo se candidate ad eternum à presidência venezuelana (o homem já se terá esquecido, e fê-lo facilmente, do que é estar do lado da luta). Isso levou os estudantes à rua em protesto o que levou a que, como já se sabe que os facistas fazem, que a policia fosse para a rua de cacetete em riste a distribuir a "doutrina" por aqueles "mal educados".
Internacionalmente o cúmulo foi atingido ontem quando, a pretesto de não-sei-o-quê, o senhor Chavez se lembrou da palavra facista. A poder ou coberto de uma certa intolarável incontinência verbal, jorrou vezes sem conta o termo associado ao nome ex-Presidente espanhol. Pouco habituado a ambientes diferentes daqueles que o seu novo, intimidatório e abusador, para o povo venezuelano, status o Presidente Chavez esperaria que a Cimeira fosse conivente com a situação. Pois bem, o caso foi diferente e teve duas reacções. Uma educada e conciliatória mas intransigente por parte do Presidente espanhol e outra contundente e quiça, com raizes tugas, do Rei Juan Carlos que não teve pápas na língua e vai daí disparou: "¿por qué no te callas?". Só pecou, no meu entender, por duas coisas: Primeiro: Faltou ao Rei levantar-se de dar dois tabefes no estafermo. Em segundo, a reprimenda já foi tarde já que as verborreias do senhor há muito que ultrapassam o admissível.
A Cimeira não se resume a isso mas será isso que irá ficar para os livros de história.
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