Hoje o dia acordou sob o efeito de umas discussões que fizeram deitar ontem muita gente, muito bem disposta. Discussões que também tinham dado insónias aos mesmos que ontem dormiram como bebés. Qual é o impacto do princípio de acordo dos vinte e sete membros que perfazem nesta altura a Europa? Pois não sei, nada se sabe de concreto nem mesmo pelos jornais e a sensação que tenho é que uns senhores de fatos se reuniram, andaram a tratar de negócios e tudo correu bem, pelo tamanho e numerosos sorrisos.
No entanto estas reuniões irão ter impacto nas nossas vidas e é aí que a pedra original retorna ao sapato. Recordemos que tudo corria bem até que em França e na Holanda se fizeram referendos a ratificar a outrora constituição europeia. À mercê das pobres políticas sociais que alastram por toda a Europa, os Holandeses mas principalmente os Franceses mandaram a constituição para canto já que a vida (nossa e a deles) necessita bem mais de politicas sociais ao nível nacional. Pouco interessa, não estando a vida de proximidade boa, o que uns senhores de fato andam a fazer em sucessivas viagens pela Europa, a dizerem isto e aquilo. E até parece haver uma proporcionalidade inversa entre o que a vida piora e o número de reuniões que eles têm.
Evidentemente que agora viria aqui um Europeista dizer que "eles reúnem-se para melhorar a nossa vida!". Pois... Não sou contra a Europa, nem tal se me passa pela cabeça mas esta ideia de Estados Unidos da Europa também não me agrada muito. Sim bem sei, que a Europa a doze é uma coisa e que a vinte e tal é outra. Existem ainda latentes, alguns atritos de outros tempos, alguns recentes, entre certos países. Aliás estes sucessivos alargamentos tiveram, no meu entender, duas perspectivas: A primeira foi trazer para nós países que poderiam cair de novo sobre a influência Russa devido a que ficariam em "no mens land", isto é, ficavam entalados entre a colorida Europa e uma Rússia ainda a preto e branco. Por outro lado a entrada dos mesmos permite de uma vez por todas abafar ou ir amainando quezílias históricas que condensam na Europa, algumas das zonas mundiais com menos tempo de paz desde que há memória. Estranho não é?
Porquê "Goodfellas"? Bem, quem já viu sabe que é um filme aclamadíssimo sobre a máfia. E não, não me enganei, nem me passou pela cabeça fazer algum tipo de comparação. Ficou-me gravado o grito do ipirang... de Lisboa dado por Sócrates "Porreiro, pá!". "Goodfellas" significa "bons rapazes" e talvez seja essa a ideia que poderá ficar ligada à negociação a par do desabafo entre presidentes, por sinal, portugueses. Foi preciso juntar dois "bons rapazes" para que tudo chegasse a bom porto. O que não deixo passar é uma nova lei de Murphy inventada por mim: "a trabalhar o Português não tem rival... fora de Portugal".
No entanto estas reuniões irão ter impacto nas nossas vidas e é aí que a pedra original retorna ao sapato. Recordemos que tudo corria bem até que em França e na Holanda se fizeram referendos a ratificar a outrora constituição europeia. À mercê das pobres políticas sociais que alastram por toda a Europa, os Holandeses mas principalmente os Franceses mandaram a constituição para canto já que a vida (nossa e a deles) necessita bem mais de politicas sociais ao nível nacional. Pouco interessa, não estando a vida de proximidade boa, o que uns senhores de fato andam a fazer em sucessivas viagens pela Europa, a dizerem isto e aquilo. E até parece haver uma proporcionalidade inversa entre o que a vida piora e o número de reuniões que eles têm.
Evidentemente que agora viria aqui um Europeista dizer que "eles reúnem-se para melhorar a nossa vida!". Pois... Não sou contra a Europa, nem tal se me passa pela cabeça mas esta ideia de Estados Unidos da Europa também não me agrada muito. Sim bem sei, que a Europa a doze é uma coisa e que a vinte e tal é outra. Existem ainda latentes, alguns atritos de outros tempos, alguns recentes, entre certos países. Aliás estes sucessivos alargamentos tiveram, no meu entender, duas perspectivas: A primeira foi trazer para nós países que poderiam cair de novo sobre a influência Russa devido a que ficariam em "no mens land", isto é, ficavam entalados entre a colorida Europa e uma Rússia ainda a preto e branco. Por outro lado a entrada dos mesmos permite de uma vez por todas abafar ou ir amainando quezílias históricas que condensam na Europa, algumas das zonas mundiais com menos tempo de paz desde que há memória. Estranho não é?
Porquê "Goodfellas"? Bem, quem já viu sabe que é um filme aclamadíssimo sobre a máfia. E não, não me enganei, nem me passou pela cabeça fazer algum tipo de comparação. Ficou-me gravado o grito do ipirang... de Lisboa dado por Sócrates "Porreiro, pá!". "Goodfellas" significa "bons rapazes" e talvez seja essa a ideia que poderá ficar ligada à negociação a par do desabafo entre presidentes, por sinal, portugueses. Foi preciso juntar dois "bons rapazes" para que tudo chegasse a bom porto. O que não deixo passar é uma nova lei de Murphy inventada por mim: "a trabalhar o Português não tem rival... fora de Portugal".
Fica assim para história todo um extenso jogo negocial e o envolvimento deste pequeno país no processo, neste que será o primeiro dia (não oficial, esse apenas será dia 13 de Desembro) dos Estados Unidos da Europa. Ficará para outros livros de história se este tratado (constituição em pele de camaleão) trará realmente aos Portugueses, Europeus e ao Mundo algo com a mesma dimensão ou peso da publicidade, da propaganda, das vaidades e dos decibéis das sirenes que, por estes dias, invadiram a capital deste, de novo, novel estado e mais ocidental, da Europa.
2 comentários:
Caro Adamastor desde já os meus parabéns pelos teus artigos de opinião, é bom saber que a nossa geração se dá ao trabalho de pensar.
Por vezes acho que por excesso de alcool na noite anterior, despeito ou mera provocação gosto de discordar de ti. Em grande medida na esperança que a troca de idéias leve a um conhecimento mais completo.
Primeiro foram as gravuras, que por sinal até são património mundial, o que continuo a pensar ser mais importante que uma barragem.
E aqui volto ligeiramente a divergir contigo, talvez pela nossa noção pessoal de nacionalidade.
Eu não acredito num mundo de nações mas sim no mundo de pessoas. A Europa realmente tirou autonomia, mas impôs melhorias claras a nível de exigências em diversos processos. Não falo dos subsiduos, mas em principios que os estados têm de agregar à sua essência que dignificam a vida humana.
As novas politicas, penso que vão puxar os novos países para cima, a livre circulação está a permitir vários cidadão a viajarem, procurarem melhor vida e a longo prazo exportarão a Europa colorida para o seu país. Só então será possível abdicar de outras influências menos coloridas.
Resumo para quem não gosta muito de ler ao domingo, não acredito que a Europa piore a nossa vida, nisso os portugueses não precisam de ajuda. Atenção que os tugas não são só bons lá fora, tanto que Portugal está em 25º lugar na lista dos países mais competitivos a nível tecnológico, com tendência a escalar posições.
Temos muito boas pessoas, capazes de grandes feitos, mas temos também o umbiguismo e compadrio maior da Europa. O que acontece cá fora, é que os tugas trabalham como aí, mas não lhes oferecem recibos verdes e subjugação, mas sim reconhecimento.
Qual o preço do tratado, também não sei ... mas ve o que era a Europa e no que se transformou. Espero que mais do que prosperidade às nações e suas companhias, traga bem estar aos cidadãos. Pois alargar a Europa significa alargar o conceito do que é nosso e havendo mais gente para partilhar, menos há para comer, mas onde todos partilham não há fome. PArtilhar com mais países, com mais pessoas a mesma constituição, desde que ela seja justa e se preocupe com as pessoas e com o ambiente, porque não.
Penso que não há necessidade de ser céptico, há que tentar, acreditar deixar a precaução descansar um pouco, se falharmos neste sonho, tão semelhante com a Távola redonda, ao menos tentamos.
É no discordar que a sociedade continua o seu processo de aperfeiçoamento, tal como as esféricas pedrinhas dum rio. :)
Não sou pessimista sou apenas cauteloso. A propósito de outro famoso tratado (Maastricht) existe uma frase famosa dita em off por um ministro, creio que Holandês, sobre a pertinência ou não de se colocar a questão aos cidadãos. Disse algo com este espírito: isso seria loucura, as pessoas não têm que decidir nada, já nos escolheram e deram-nos poderes para resolver a questão por eles. Está mal.
É evidente que a Europa nos trouxe muitas coisas boas e só não estamos melhores pelo simples facto de que, por cá, muitos "empresários de ocasião" surgiram apenas para poderem orientar a vivenda, o mercedes e as contas a coberto dos fundos perdidos. A Europa também trouxe estradas boas que nos permitem ir mais longe, mais rápido. No entanto colocou penalizações (e é isto que eu não engulo) porque as vacas dos açores dão mais leite do que aquele que deviam(?) dar, ou porque não podemos pescar quando até temos uma frota pequenissíma (equivalente à Galiza) e que mesmo essa está a diminuir, ou que devido aos entraves a agricultura esta a desaparecer e os campos estão ao abandono.
Não sou pessimista, aqui fui realista e são estas realidades que eu não aceito. Acredito na evolução sustentada e não numa feita ao contra-relógio.
Sou optmista em relação ao tratado mas acho que há algo que os políticos não entenderam. Existem particularidades em cada estado que um tratado só por si não pode contornar. As pessoas, mesmo as da nossa geração, vão ter mais preocupações regionais do que preocupações europeias. Aliás eu acredito que tudo irá caminhar para uma redistribuição por regiões com os estados a perderem algum poder para as mesmas.
Só um exemplo em que as preocupações de um estado não se compadecem com as da Europa. Não sei bem onde é, sou sincero, (albânia ou um dos estados dos balcãs) mas os estados unidos preparam-se para reconhecer um novo estado por auto-proclamação de independência, que é pertença de um país. Ora quando os estados unidos fazem isso o mundo depressa assume essa independência. Que fará a Europa? Irá atrás (falta de foça internacional apesar de representar dezenas de estads, milhões de pessoas). Mas agora pergunto em que pé isso deixa por exemplo a Inglaterra com a questão Irlandesa? Ou a Espanha com a questão basca?
A Europa é excelente mas creio que tem limitações próprias em certos pontos que, tendo resolução, a mesma deve obter-se de modo sustentado e não a poder do "tem que ser porque assim diz Bruxelas".
E enquanto os políticos não assumirem as preocupações das pessoas (porque a Europa são os Europeus), todas as mudanças que tentarem implementar irão cair em saco roto. Não podem fugir a isso nem que o façam como diz um ditado Jugoslavo: "Diz a verdade e, depois, corre!"
Abraço Forte
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