segunda-feira, agosto 13

Lembranças



Foi ao "tropeçar" numa imagem - uma imagem que ilustra o artigo - que relembrei como o meu Professor Lourenço (grande Homem) explicou a toda a minha turma, na escola primária, de onde vinham os números que usamos e abusamos diariamente. É um assunto trivial no entanto divago por ele pela lembrança do começo de tudo e pelo rasgo de génio que tem a concepção dos mesmos. Comecemos pelo início: O Homem sempre teve, principalmente após o abandono de uma existência baseada numa vida de cariz nómada, a necessidade de utilizar símbolos para representar e quantificar o conhecimento ou os recursos no dia-a-dia. Foi nessa perspectiva que em muitas culturas se adoptaram simbolismos para efectuar essas correspondências diárias. Se não acreditam façam um simples teste: encontrem um miúdo pequeno e perguntem-lhe a idade e verão que a sua reacção, empurrada pela vergonha, será a de esticar os dedos de uma mão.
Os números que utilizamos diariamente são designados de algarismos arábicos e foram criados por al-Khawarizmi, considerado o pai da Álgebra e com contribuições vastas em vários domínios científicos. Para criar os algarismos que conhecemos, al-Khawarizmi baseou-se no seu conhecimento de Matemática e fez uma associação teórica simples (como todas as belas teorias) entre o valor do algarismo e o número de ângulos que a representação que ele idealizara continha. O raciocínio é de fácil percepção nas imagens que ilustram o artigo.

Por outras palavras, os algarismos de al-Khawarizmi um, dois, três e quatro basearam-se em traços que formam ângulos, assim: o número um tem um ângulo, o número dois tem dois ângulos aditivos, o número três tem três ângulos aditivos e o número quatro tem quatro ângulos aditivos. A variação que se verifica no algarismo quatro resulta, provavelmente, de uma evolução na escrita. Os restantes números que perfazem a escala decimal terão sido definidos, em parte e também, através da contribuição dos conhecimentos adquiridos sobre as representações manuscritas do ábaco. O zero foi introduzido posteriormente com extrema importância completando dessa maneira a base decimal que utilizamos vezes sem conta.


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