sábado, agosto 4

Dignidades



Chegado a casa dei uma volta pelas publicações procurando "as novas do país" durante o tempo que passei na rua na procura de uma brisa fresquinha. Entrei no semanário Expresso e deparei-me com um excerto de uma entrevista a Paulo Macedo que, penso eu, irá para as bancas daqui a uma meia dúzia de horas. Foi convidado para Director-geral dos Impostos por Manuela Ferreira Leite e por lá se manteve mesmo após a dança dos figurantes de sempre. Não sabia quem era e por então apenas conhecia a rectidão de Manuela Ferreira Leite e devo ter pensado: "Bem se o escolheu é porque será competente". Não mantendo cor partidária alguma reconheço e gosto de ouvir as intervenções da Ex-Ministra deixando apenas uma pinga de curiosidade pelo que seria se algum dia fosse 1.ª Ministra. Não quer, sossego-me na divagação e curiosidade. Com o tempo fui ganhando respeito (não é que não tivesse...) pelo novo Director-geral se bem que aqui e ali mostra-se "tiques" de omnipotente o que não me agrada particularmente. As pessoas, sendo profissionais e competentes, devem ter os pés assentes, não no chão que pisam do escritório, mas sim na carpete que pisamos todos nós.
Com as mudanças introduzidas no que se refere às remunerações de cargos públicos, a sua situação à frente da DGCI alterou-se sendo que a prossecução dos objectivos cessou na semana que termina devido a que os dinheirinhos privadas soam mais ao bater na conta do que os públicos. Não são diferentes são é mais. Justamente o Dr. Paulo Macedo fez pela vida, pela dos seus sendo que pode ostentar no cv e com orgulho que vestiu a camisola nacional. Mas e então qual a razão do artigo.
Bem, o referido semanário, muito acertadamente, disponibilizou uma parte da entrevista em vídeo sendo possível ouvir no início da intervenção do ex-Director-geral "que as remunerações das mais altas figuras do estado..." - leia-se pelo menos o PM e o PR - "deviam ser maiores já que as mesmas não são compatíveis com a dignidade dos cargos". Ora foi aqui que eu fiz "STTOOoopp!" e parafraseando um sketch do Ricardo Araújo Pereira pensei: Maaaauuuuu tu queres ver!?" Se eu fosse jornalista (hei-de inaugurar assim uma temática aqui no blogue) teria perguntado logo ao dr. Macedo se achava digna a vida, derivada do salário, que as pessoas levam e auferem, respectivamente? Ora desculpe mas o problema não está com quem mais ganha, está sim com os que ganham pouco. E dignidade temos todos, pelo menos os que se dão à mesma, e nisso a maior parte dos políticos (para não dizer todos) não ensinam nada a ninguém. É justo que os cargos referidos são os mais altos, responsáveis, quiçá exigentes do país mas também seria de esperar que para os mesmos fossem pessoas responsáveis, exigentes, honestas e capazes mas o caso não é esse. E não me digam nem pensem que a culpa é de quem neles vota! Nesta caso a economia, não sendo a minha área, não engana - Quando a procura (de melhor vida através da escolha nas urnas) é muita e a oferta é medíocre o que acontece é que ganha a necessidade e quem melhor chilrear a "canção do bandido" - tipo um melro disfarçado de abutre...
Meu caro as suas últimas palavras foram uma desilusão e se bem que se diz que é a primeira impressão que fica, esta última não a irei esquecer. Dignidade? Isso até um japonês conhece...

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