Foi hoje libertado após cinco dias de cativeiro, reclusão, opressão e demais sinónimos de detenção, António Dias, Sargento da Marinha que participou no chamado “Passeio do descontentamento” em meados de Novembro passado. António Dias é o 12º militar a ser punido por pacificamente ter mostrado o seu descontentamento relativo às mudanças que se pretendem efectuar no sistema de saúde ao nível militar. António Dias à boa maneira de americana permaneceu cinco dias em reclusão e isolamento. Este país mostra nestes últimos tempos uma certa prepotência de quem por cima olha e que se convenceu ser senhor feudal. Nestas situações vem-me à memória uma ideia de não sei quem, não sei onde e que versa assim: “Agradece ao 25 de Abril a possibilidade de poderes dizer tantas asneiras justas!” Transpondo para estes últimos tempos, concedem-se de uma forma muito discutível poder e direitos a muita gente incapaz e incompetente. Mas adiante…
Não questiono se o protesto é pertinente ou não, essa discussão levava-me a outra: Para que raio, necessitamos (tantos) militares quando a nossa única preocupação devia ser a vasta costa que temos o dever de acautelar, já que por terra estamos claramente…lixados; ou então se todos estamos a ser afectados pelas alterações aos sistemas de saúde, profissional etc. de que modo é que os militares se consideram diferentes de todos nós? Havia aqui muito para divagar…
Certo é que a lei me parece desajustada, desactualizada, como aliás muitas outras, mas melhor saberá da sua “arte” os que a praticam. A lei que proíbe a participação em protestos de elementos de forças de segurança, sejam eles pertencentes as forças militares ou paramilitares, vem de outro tempo em que protestos destes eram encarados como possíveis geradores de algo mais que um singela contestação. Apesar desta ainda tenra democracia, o poder político já devia ter posto, por esta altura, velhas e poeirentas ameaças fora do armário e ao mesmo tempo devia ter criado condições para, de uma forma mais justa e socialmente equitativa, outorgar integridade às legítimas reivindicações das forças de segurança.
Irónico parece-me é que o mesmo militar tenha participado nas comemorações do 10 de Junho e que posteriormente tenha sido conduzido à base naval do Alfeite onde cumpriu a detenção. Será que recebeu alguma condecoração do PR? Isso seria sim, não algo de espantar, mas sarcástico.
Relativamente à lei ou à sua interpretação considero ser uma situação infeliz que os juízes, a quem lhes cabe saber interpretar a lei, apenas a saibam ler. Ao não demonstrarem perceberem esta aparente nuance, alguns juízes deste país podiam aproveitar o programa novas oportunidades…
Para o fim guardo dois factos: Os demais militares não tiveram a camaradagem de permanecer em reclusão com António Dias durante os cinco dias. E as palavras do mesmo à saída: “Mais vale morrer em pé, que viver a vida de joelhos”.
Não questiono se o protesto é pertinente ou não, essa discussão levava-me a outra: Para que raio, necessitamos (tantos) militares quando a nossa única preocupação devia ser a vasta costa que temos o dever de acautelar, já que por terra estamos claramente…lixados; ou então se todos estamos a ser afectados pelas alterações aos sistemas de saúde, profissional etc. de que modo é que os militares se consideram diferentes de todos nós? Havia aqui muito para divagar…
Certo é que a lei me parece desajustada, desactualizada, como aliás muitas outras, mas melhor saberá da sua “arte” os que a praticam. A lei que proíbe a participação em protestos de elementos de forças de segurança, sejam eles pertencentes as forças militares ou paramilitares, vem de outro tempo em que protestos destes eram encarados como possíveis geradores de algo mais que um singela contestação. Apesar desta ainda tenra democracia, o poder político já devia ter posto, por esta altura, velhas e poeirentas ameaças fora do armário e ao mesmo tempo devia ter criado condições para, de uma forma mais justa e socialmente equitativa, outorgar integridade às legítimas reivindicações das forças de segurança.
Irónico parece-me é que o mesmo militar tenha participado nas comemorações do 10 de Junho e que posteriormente tenha sido conduzido à base naval do Alfeite onde cumpriu a detenção. Será que recebeu alguma condecoração do PR? Isso seria sim, não algo de espantar, mas sarcástico.
Relativamente à lei ou à sua interpretação considero ser uma situação infeliz que os juízes, a quem lhes cabe saber interpretar a lei, apenas a saibam ler. Ao não demonstrarem perceberem esta aparente nuance, alguns juízes deste país podiam aproveitar o programa novas oportunidades…
Para o fim guardo dois factos: Os demais militares não tiveram a camaradagem de permanecer em reclusão com António Dias durante os cinco dias. E as palavras do mesmo à saída: “Mais vale morrer em pé, que viver a vida de joelhos”.
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