terça-feira, maio 8

Quem vier que (des)espere

















O Sr. Murphy partilhou certo dia umas leis curiosas e engraçadas, por certo muitas delas por si vividas. A questão da manteiga no pão, a afirmação de que se alguma coisa pode correr mal, assim será ou que todo o corpo mergulhado numa banheira, faz tocar o telefone. São todas merecedoras de uma leitura no sossego e na companhia de uma ou outra risada. O problema chega, como com todas as leis, quando as mesmas se vivenciam. Pois bem, hoje vou fazer de Edward Murphy e partilhar com todos uma lei, não de Murphy, mas minha. Aqui vai: quando vais na estrada e encontras um carro da polícia, irás encontrá-lo na zona proibida a ultrapassagens e terás, tu e aqueles que impotentemente estiverem atrás de ti, que gramar uma seca eterna que te irá fazer perder anos de vida até que o pastelão saia da frente. Eu sei... é meio longa mas... eu ainda não tenho o traquejo do Sr. Murphy.
Coisas que eu tenho para mim: as meninas na escola são chamadas à parte dos meninos para lhes ensinarem as técnicas dos saldos; as mães são ensinadas a fazer pescada cozida quando não apetece (que é nunca!); os pais são chamados à parte para moer o juízo pelas coisas mais simples e os polícias são chamados para lhes dizerem que quando conduzirem devem andar a 30 km/h e que devem reduzir 2 km/h por cada carro que conseguirem acumular na sua traseira. Quem chegar a cem carros tem um dia de férias. Quem conseguir provocar, atenção com qualidade, dois derrames e um avc terá um cacetete novo de pele de acelera da ponte Vasco da Gama!
E depois no meio da fúria que se instala, das cócegas que começam no pé do acelerador até percorrer a espinal-medula, a par do esbugalhar raiado de sangue borbulhante das vistinhas, ao imaginar "à lá americana" de pregar o pé a fundo e empurrar aquela lata para o fim do mundo ou abrir a janela e disparar, tal qual o Al Capone, às múmias de serviço. Mas é aí que reparamos: no farol do stop do lado esquerdo, cheio de água até meio (como o país... será que dará um curto-circuito?); pisa-se e transpõe-se o traço contínuo à grande; Stop's (qué isso!? marca de coldres?) nem vê-los; condutor e resto da tripulação da "nave" sem cinto de segurança (não vi o da farda...). Mas verdade seja dita: ao fim de dez minutos de seca, aquele pisca para a esquerda e o consequente desamparar de loja foi feito com uma qualidade mas uma qualidade, com um nível digno dos projectos do arquitecto Souto de Moura! À fadista motorista! Salva de palmas com o engrenar a quarta!
Para finalizar. A cidade é empinada mas no vivenciar da tarde, este, estava invertido. Ainda assim a velocidade raiou, ao de leve, de brisa de mosquito indisposto, os 30km/h e nem um cheirinho de travão para amostra (ou curto-circuito). Meus amigos, isto está clarinho como a água que tem chovido, meus amigos. Com o preço da gasóleo, aquele charuto e sus originales foram o trajecto todo a travar com o motor, meus amigos!! Um claro e gritante sinal de despesismo em tempos tão austeros, onde cada litro de gasóleo de tão caro que está, já dá direito a que o mordomo Ambrósio abasteça a viatura em múltiplos de frasquinhos de combustível à lá channel n.º5. 
PS: o vídeo vale a pena mas só a partir do minuto e tal (coloquei a versão completa)
 
   

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