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quinta-feira, abril 3

Uma boa palestra



Já certa vez tinha "puxado" para aqui o resumo desta palestra na sua versão animada.
Parece muito tempo mas acaba por ser pouco para aquilo que se ouve. Eu acho.

quinta-feira, novembro 28

...acho que sou peixe...

Faz hoje notícia (revista Exame) que aparentemente, e digo-o assim porque é-me escasso, os milionários portugueses estão cada vez mais ricos. Dizem as notícias, salvo um estouvado professor catedrático português cujo apelido rima com enviesar e greves - não quis deixar de ser irónico - que os pobres andam também mais pobres.
Ensina a história que quando um rico se torna ainda mais rico o seu nome passa a tycon ou magnata. Na escala global não passarão de pelintras endinheirados sem pedigree. Já os pobres não se tornam miseráveis apenas porque, digo eu, não moram em África. Mas voltando. Segundo a imprensa and quote "as 25 maiores fortunas somam este ano 16,7 mil milhões de euros e valem 10% do Produto Interno Bruto português. Comprova-se ainda que os ricos estão cada vez ricos: em relação ao ano passado, regista-se um crescimento de 14,4 mil milhões" o que, fazendo fé nos valores, dá um crescimento assinalável.
É o ajustamento ao modo do terceiro mundo porque não tenho ideias de que na Islância tenham existido manchetes deste tipo. Para finalizar.
"Acrescente-se ainda que uma sensível acção de amortecimento é exercida pela lei e pelo sentido moral (...) de facto, considera-se tanto mais civilizado um país quanto mais sábias e eficientes são as leis que impedem ao miserável ser demasiado miserável, e ao poderoso ser demasiado poderoso."
Se isto é um homem, Primo Levi 

terça-feira, novembro 19

Contra dicções



...ao morno presente?

A Irlanda, em lamas duvidosas, afirmou de peito repleto e com os olhos vidrados na assistência que nem sequer a irá socorrer-se de um programa cautelar - aquela espécie de seguro, de rede por baixo do equilibrista.

Hmmm...na minha particular lista de entidades representativas do lado negro da força estão as seguradoras. Mas os seguros, na teoria, são bons. Ora porque será que a Irlanda não quer o programa cautelar? Até porque acto seguido afirmam que os anos seguintes não vão ser fáceis... Então? É cautela (à ingerência da Europa)? PS: a Irlanda também podia ter esperado pela "nova" alemanha mas já lá vai qualquer coisa como um mês e da Angela não há novas.


Por cá andou tudo... por entre as direcções das rosas dos ventos. Alguém, ou Marques Guedes, disse que se perdia a referência. A Irlanda era referência? Pediu muito menos trocos que Portugal, a índole do desvio era substancialmente diferente, a sua economia é diferente da nossa como o dia da noite e...referência? Do que queríamos ser? No futuro?
No resto da governação(?)... das finanças ouviu-se que não excluía que por cá fosse igual(!)  - excesso dos vapores do lodo do Tejo? ...o ainda primeiro-ministro afirma o óbvio, ou seja, quem não deseja tal coisa? Certo será que mais também não se esperava.

Afastando a surpresa... como fica o burgo neste contexto? Vendo o carinho com que a Irlanda se afasta das cautelas alheias não deixo de ter algum apreço em que Portugal tenha a mesma sorte mas...acho que isso nos fica fora de mão. Assim a escolha resume-se à escolha entre o péssimo e o horrível... 

E que dizer da Alemanha (e do Luxemburgo)? Excedente comercial! E de 7%!! O que é o mesmo de que dizer que também viola umas quantas coisas. Uma espécie de pastéis de belém do tamanho de um país! Mais houvesse mais alguém compraria. Nota histórica: pela segunda vez. O Durão Barroso (aka O Cherne) subiu a uma lista telefónica para dizer que ou eles "tal" ou nós "coisito"! Hmm... a história mostra que realmente a europa sabe como ninguém como endireitar a Alemanha. 

E de andar a usar o tempo também para passar os olhos por uns registos históricos do pré e pós WW II, encontro algumas semelhanças com estes últimos anos. Alto desemprego, crise económica, crescente dos extremos (mais propriamente da direita) Holanda, Austria, França, Grécia. O meio europeu está a pintar-se para qualquer dia "virusar" a partir do parlamento europeu.

Quem é o ministro dos negócios estrangeiros? É que o Portas foi a feiras, de novo, para o outro lado do Mundo.

Os Reitores cortam relações com o MEC. Mais vale tarde que nunca. Eu se fosse a eles retaliava ainda mais. Retaliava até não mais poder. No período salazarista foram as Universidades verdadeiros e imprescindíveis palcos de luta política. Eu não ficava por aqui...

A OCDE e a OIT vieram confirmar as suspeitas que ninguém suspeitava. Mais um pouco de tempo de antena para os malabaristas das palavras.

Um senhor professor catedrático do qual me escuso a escrever o nome deu uma entrevista ao Dn e... passou a ser o novo cromo na caderneta dos magníficos ignóbeis portugueses. Até gostava de o ouvir (e ouvi a entrevista via TSF) naquele estilo despachado e onde tudo é simples e claro. Excitou-se ao micro e largou o Jeckyll que estava dentro dele. 

A Espanha vai passar uma lei para controlar o modo livre como as pessoas se podem manifestar. É certo que por vezes existem abusos mas lendo na oblíqua a proposta parece-me que os políticos estão pró miufados. Parece que temem aquilo que eu digo que falta por cá. Excrutínio de rua.

Para finalizar... a Merckel vai receber o prémio Indira Ghandi. A senhora cuja política parece querer empurrar os povos uns contra os outros. É esperto ao nível do Nobel ao Obama.

PS1: e sim, não vou escrever sobre a prova do MEC e vou esperar para ver se me vejo obrigado pelas circunstâncias a fazê-la ou não. Certo é que deveria algo, já que esta democracia não o permite, que fizesse justiça por outros meios. Estes senhores (ministro e secretários de estado) mecerem que o terror lhe bata à porta na justa medida daquele que fomentam. Já passei para lá do ponto de não retorno com esta gente.

PS2: Aconselho a última Visão. Para além do RAP está lá um artigo sobre a ascensão da escumalha política que tem dado uns artigos extensos aqui nuns blogues do pseudo intelectualísmo nacional. Aconselho vivamente.

segunda-feira, março 4

A bola passou para o lado de lá. Há lado de lá? Há quem jogue?

Todas as acções ou actividades concorrem para um ou vários objectivos. Todas elas procuram alcançar algo novo ou, em certos casos, uma melhoria do que existe. A manifestação ou manifestações de sábado não eram ou foram uma demonstração diferente nos seus propósitos. A dinâmica política ou mais concretamente a falta dela não consegue fazer sair o país de uma série escolhos: desemprego crescente e insustentável, uma carga fiscal das maiores da europa sem os proveitos devidos, uma quebra sucessiva de contratos sociais que ambas as partes firmaram mas que uma delas (o estado), pela inépcia dos sucessivos eleitos, não tem a capacidade de cumprir, uma dívida também ela em crescendo a par do défice que se mantém em valores indesejados ainda que os cortes tenham sido demolidores, uma economia em perfeita apoplexia ainda que a revista Forbes indique que os mais ricos do país continuem alive and well. Numa época de frenesin avaliador, questiono-me sobre a avaliação a dar a Gaspar, o técnico "creme de la creme". Um creme azedo, no mínimo, ao sol lusitano...
Voltando à manifestação. Segunda-feira, e começam todos a dar a sua achega ao acontecimento, tal como eu. Não vou pegar nas palavras e letras de outros ditas ou escritas noutros sítios, que foram muitas, variadas e mais ou menos activadas pelos testemunhos de pessoas que realmente passam mal. 
Coisas que ficam: 
- não me interessa saber o número ou sequer uma estimativa, vendo as imagens era muita gente em muitos sítios e isso não se pode negar; 
- também é certo que mais uma vez que chega à conclusão que existe um grupo considerável de pessoas que dança mais ao som deste tipo de demonstrações do que daquelas convocadas pelas forças habituais; 
- fica uma sensação de vazio sobre "o dia seguinte", isto é, feita a demonstração de vontade, como será possível cavalgar esta onda que se gerou - é aqui que reside a força e o calcanhar d'aquiles deste tipo de mobilizações, ou seja, como canalizar agora este discurso, estas intenções, como lhes dar resposta num ente se representatividade, sem cara e com voz disforme e sem timoneiro(s);
- que mensagens recolheram os que, em direito reconhecido em eleições, gerem o país mas de um modo desaprovado por uma faixa da população que já não é passível de passar desapercebida e nem deve;
- que ideia fica de um povo onde a abstenção em actos eleitorais é tão elevada mas que se conseguem mobilizar deste modo? O que está mal? Os partidos obviamente porque a população, bem ou mal, coerentemente ou não, parece ter ideias, tem vontade de as exprimir e deixou deconfiar que o seu voto ou o dos outros (no seu modo eleitoral lambão ou despreocupado) no seu lugar, nos dias assinalados, nos locais próprios seria um modo de estar suficiente para fazer com que o burgo fosse "reinado" de um modo aceitável; 
- e já agora para quem diz que não somos capazes ou inventivos, basta dar uma volta pelos cartazes onde cada qual expressava de um modo bem singelo e muitas mas muitas vezes de um modo inteligente os seus sentimentos sem recorrer ao vernáculo puro que seria certamente o que apetecia. Parem de dizer que os melhores estão a sair porque parece que quem opta por ficar é mentecapto ou não tem valor.
E agora, tal como eu pensava quando nas semanas anteriores ouvia a Grândola? Continua-se a cantar, desta vez os "vampiros"? Uma nota interessante que havia já sobejado do 15 de Setembro foi o desgosto, para não dizer ódio ou asco, que as pessoas guardam ou identificam na pessoa do Presidente da República. O "e agora" de há pouco relaciona-se mais do que seria desejável com a sua pessoa. E agora deveria existir, pelo menos e há falta de outro sentido no interior do governo, de uma voz que tivesse o "poder" de canalizar sentimentos, revoltas em acções democráticas. E como isso não deverá ser feito, e não quero saber da magistratura de influência que disso anda tudo farto, quer ver-se é acções palavras, actos, compromissos claros, que se seguirá? E não se lembrem do PS, pelo amor de Deus... Eu gostava, e gostar aqui é um modo quiçá estúpido de dizer, de ver o país literalmente parado, quieto, estático durante uma semana, em suspenso há espera de que o governo se dignasse a começar a governar. Sou, em alguns aspectos, fã do modo de protestar de Gandhi. 

terça-feira, fevereiro 19

o "Extra" d'hoje, até agora...


...ontem acabava o artigo dizendo: o momento de apanharem na cara tresanda no ar...
Pois bem acabei de ouvir que... palavras para quê: uma imagem chega. Se e quando houver video hei-de colocá-lo "para mais tarde recordar". Como isto anda a tornar-se um fado aconselho, para além de outras coisas, a Miguel Relvas a ficar no quente e a pedir o takeaway do restaurante Di Casa da avenida infante santo. No sossego, na sombra... género gollum :)

quinta-feira, novembro 1

Tinta a desbotar

No outro dia discutia-se que a comunicação social como está, e aqui falava-se em jornais mas já vi esta preocupação espalhar-se a rádios, à televisão com a propalada privatização da rtp, que esta não teria muito tempo de vida. Ora nem é importante ou digno discutir a relevância que a comunicação social tem, ou deveria ter. É um poder não comparável com outros mas é-o e como tal é um recurso necessário à saciedade às sociedades. Em Portugal, mas sejamos realmente honestos, em todos os países desenvolvidos, os meios tradicionais, dependentes de patrocínios e publicidades, acabam por ter que dormir com deus e o diabo, entenda-se, por necessidades de subsistência, tão depressa precisam dos favores de beltrano ou de cicrano e quando surge a oportunidade de um wattergate ou pura e simplesmente chega a hora de fazer o trabalho e relatar as notícias, os favores que se devem são tantos, os rabos estão tão presos que a margem para fazer o verdadeiro jornalismo mirra ou morre... não sei, não me decidi, é apenas uma questão de vogal, escolham. 
Ora, e pegando apenas no caso Português, não digo que não existem meios em excesso. Só no meu link de publicações que consulto diariamente para ver as capas existem...vou contar... 25 jornais (nem todos diários é certo), 16 revistas das mesas das sala de espera (cabeleireiros, dentistas, salões de estética...), 14 revistas de outro teor, mais sério, e ainda... uma miríade tal de papel colorido que não me apetece contar. O link fica aqui, enjoy. A questão é, tal como noutros casos, a quantidade parece atropelar a qualidade. Muitas destas publicações, seria giro estudar isto, pertencem a apenas 5 ou 6 grandes grupos, alvitro eu. Não serão muitos mais se não é que sejam menos. Assim perdem-se pontos de vista, necessidade de investigar porque é essa a faceta que eu reconheço no jornalismo. Aquele modo de estar homnipresente que ao mínimo descuido, zás larga tudo às claras. Género aquele abutre que diz: "deixa-os poisar..." Ora se tudo se encontra concentrado... a concentração afecta a qualidade, "os sabores" e começa tudo a saber igual. A grelha do jornal do almoço da rtp era (e digo era porque graças ao negócio corrupto da TDT me encontro sem tv desde Abril de 2012) cópia sem tirar nem pôr do Correio da Manhã desse dia. Ora, convenhamos...
Dizem que o advento da internet veio dar cabo de tudo. Claro que sim. Foi bom? Obviamente, agora foi mau para o jornalismo. Recordo-me que, em catraio por vezes, o meu pai me interrompia a meio, a jogatana de final de tarde de futebol, para ir comprar-lhe a Capital - jornal que hoje só existe no recondito álbum daqueles que o viram e que chegava à Covilhã para lá das 7 da tarde. Era assim antigamente, sem os notíciários permanentes a verborrearem as mesmas nóticias a cada bloco de vinte ou trinta minutos, com cada cidadão a ser um repórter on scene. Tudo isso não pode ser mau. Basta ver que, e ouvi esta o outro dia, antes de que os EUA tenham anunciado a morte de Bin Laden, já andava na net o relato de que militares americanos estavam a atacar tal sítio, de tal modo etc etc...
Foi uma mudança abissal mas existe a necessidade de ver uma coisa e é aqui que creio que seja o furo para que parte, e não todos, dos meios se mantenham e não redundem como a Newsweek ou o El País ou o nosso Público que ou vão fazer despedimentos massivos ou vão dedicar-se em exclusivo a versões online. Com a net ao máximo de minha utilização, nunca comprei tantos livros como hoje. Cada oferta tem o seu valor intrínseco. A net não substitui, pelo menos na totalidade, tudo o restp. O jornalismo tem é que se virar para o seu core business (esta aprendi num curso de empreendedorismo). Ou seja, hoje qualquer pessoa pode ser repórter? Verdade mas ninguém, ou pelo menos isso não é plausível, vai deixar o seu trabalho para andar a investigar, mas à séria, casos de corrupção que realmente vendem jornais. Essas história depois passam para a net, óbivo, mas se o furo vier sempre no diário de amanhã, se a fonte fresca vier a cheirar a tinta recém impresa... eles voltam a vender, cria-se o hábito e o monge está feito. E basta ver que nunca existiu época em que a corrupção fosse aquela que é hoje. Ela anda aí, é preciso é afiar-lhe os dentes e deitar isso cá para fora com seriedade, profissionalismo e imparcialidade os quais creio serem os valores desta venerável, como outras, profissões. Parece-me que parte da resolução, está por aí. 
Para avivar memórias recomendo filmes como "All the president's men" ou o mais recente "State of play". Por aqui, irei continuar a querer ler alguns artigos de opinião, a querer passar os olhos por publicações especializadas e tenho a esperança que existirá uma época em que eu volte realmente a ganhar algum dinheiro para me dar ao luxo de voltar a assinar a National Geographic, a Courrier e a comprar dia sim, dia não um "Público" ou um "Dn". Espero que qualquer dia Gutenberg será recordado apenas por... ser uma marca de cerveja fajuta. 

quarta-feira, setembro 19

Qual o mais idiota?


...e ainda ontem chamava atenção à "pataria brava" nacional... Vou ao assunto, curto e grosso. Hoje António Mexia veio declarar que a mexi(d)a na TSU não é má mas sim inclusive boa! Isto porquê? Ora porque segundo o que afirma - será aqui boa altura para relembrar o seu passado inglório como ministro num governo laranja? Será de bom tom? - a baixa da TSU iria permitir, no caso da chinesa EDP, aumentar o ganhos (como se estes fossem poucos) e isso permitiria baixar as tarifas eléctricas! É que eles estiveram mesmo à espera disto para que o ideário samaritano os invadisse sem apelo ou agravo.
Parece suculenta a ideia que teve este malandreco, este homem insuspeito! Não fosse isso a cartilha de um Governo que está em múltipla falência, da sua cor partidária (após a cor do dinheiro entenda-se) e que por estes dias necessita de apoios como de água para o bico (ou para a laranja... não é que eu perceba muito de agricultura.). Pois eu estou contra e tenho um argumento demolidor! 
Se as tarifas não baixarem, estas continuam altas (raciocino à La Palice). Ora com isto as pessoas andam às escuras, com as testas negras de baterem nas portas e armários o que é mau mas para além disso, deitam-se cedo. E já dizia o meu pai: deitar cedo e cedo erguer dá saúde e faz crescer. Eu pensava que erguer, era a minha pessoa no dia seguinte e que seria essa que, ao beneficiar do sono retemperador, cresceria como uma sequóia! Afinal... Deitar cedo pode ser um bom catalisador, e barato, para o aumento da natalidade de que tanto este país carece. Vale a pena pensar nisto, mas não na cama, que aí os afazeres são de outra natureza.
O que será que a minha mãe queria dizer com "come a cenoura que faz os olhos lindos"? Também deve ter duplo significado...

domingo, agosto 26

Deficiente sintonia

Corre imensa tinta, saliva e ainda vai fazer correr mais. As palavras de António Borges, o iluminado ministro sombra, vieram dar mais uma volta ao intrincado novelo que são as medidas do governo no sentido de repor a soberania económica e financeira nacional - como se isso fosse possível...
Bem, e então quais são as ideias desta obscura personalidade, na foto governamental entenda-se. A ideia passa por fechar o único canal de verdadeiro serviço público, a rtp2, e concessionar por décadas a exploração da rtp1. Se a minha opinião contasse, fechava-se a rtp1 e deixava-se estar a rtp2 quase como está - mudava para lá a bola que também é serviço público, o cinco para a meia noite e, em virtude do envelhecimento da população e na perspectiva de evitar uma revolução, o preço certo.
A rtp como é óbvio faz nota dessa pretensão diariamente sob um ponto de vista curioso, explico: dizem que dão lucro uma vez que o passivo foi reduzido substancialmente, o que é verdade mas tudo a poder de cheques do pagode, sendo que o lucro se explica porque o seu custo é de 180 milhões de euros mas os seus lucros são de 200 milhões. Mas deste lucro há algo que eu... digamos, estou contra, fundamentalmente contra. Recebem 50 milhões de publicidade, até aqui... e 150 milhões da taxa de audiovisual. Pois é nesta parcela que a porca torce o rabo, ainda mais, para mim. É que esses 150 milhões são puramente extorquidos na factura da electricidade. Até os contadores da rega num cemitério pagam taxa, para conforto e bem estar dos seus utentes. Assim sendo, para mim, o grupo rtp não dá lucro mas continua sim a ser deficitário em 150 milhões de euros, o que é muito.
É também agradável saber, e vão-se sabendo, quais os vencimentos pagos a certas personalidades do grupo que detêm inclusive outras fontes de rendimento, das benesses dos seus quadros dirigentes e daquela bela, recente e limpinha sede que o grupo detém na capital.
Dito isto convém escrever sobre se existe necessidade de manter um canal público. Parece-me que sim. Somos latinos e a única forma de conseguir, ainda que isso não aconteça na plenitude, de manter a concorrência e a pluralidade, a liberdade de expressão, um jornalismo livre, responsável e socialmente interventivo e de controlo das instituições públicas e privadas é através da manutenção de uma rede de meios de comunicação de base pública. É que o privado não tem tendência para cumprir uma linha socialmente responsável. Mais cedo ou mais tarde, descambam. Deve manter-se a rtp2, as antenas e isto tudo sem a taxa audiovisual que o pagode já paga impostos que chegue. E revejam o negócio da televisão digital, já que andam com a mão no meio. Que apenas mantém um adjectivo transversal ao negócio, ao sinal e à universalidade: péssimo! 

sábado, junho 30

Ouçam nem que seja só Luís Pedro Nunes



Os outros também merecem ser ouvidos e muito mas GRANDE, ENORME, IMENSO LUÍS PEDRO NUNES!

terça-feira, junho 19

Enxames de exames

Ser ministro não será tarefa fácil, tenho-o por certo nem que seja apenas pela responsabilidade que se assume carregar. Creio que seja um serviço muito gratificante nomeadamente quando os resultados são alcançados e estes sobrevivem ao passar do tempo de mão dada com o reconhecimento dos parceiros e das pessoas, principais interessadas no urdir sem falhas da máquina. Mas repito, não é fácil.
Nunca será fácil quando vamos para a posição por sermos bem falantes ou por sermos escolhidos sem reunir o que é necessário para o ser. Isto passa-se com o ministro da educação. Era bem falante mas pouco mais (espero ainda assim que saiba da área dele). A das tarefas de um primeiro-ministro é a da escolha criteriosa das pessoas a quem ele confia o olhar clínico para uma determinada pasta e Passos Coelho começa a cheirar a Sócrates, já acertou em algo? Voltando...
O iluminado ministro da educação sempre carregou com ele o estigma avaliativo, algum recalcamento, e mal pôde desatou a inaugurar exames (não havendo verba inaugura-se o que se pode). E agora vêm aí mais uns quantos. Mas existe alguma base sólida que indique que a proficuidade de exames mudará algo? Aqui vou-me armar em ministeriável e vou dar uma nota sobre o interior de uma sala de aula. No final do ano, e poderão vir aqui todos os meus alunos para me desmentir, acabo sempre o mesmo com algumas perguntas. Mostro a avaliação a que se chegou, resultante do seu trabalho e eles dizem de sua justiça. Posteriormente, e tal como no final de cada período, peço que me digam qual ou quais as coisas que eles acham que poderiam mudar em mim, já que eu raramente fico satisfeito com as notas e assumo para mim esse pecado. E todos mas todos mesmo indicam que eles podiam fazer mais e que às vezes somos bons, procuramos a excelência mas não chegamos lá. A excelência não se encontra apenas naquele aluno que vai com a barriga cheia de vinte's para a universidade. A excelência pode ser atingida por um aluno com dificuldades e que se transcende e atinge catorze ou quinze. Comigo na sua frente tentarei que chegado ali prossiga o esforço para o dezasseis mas reconheço-lhes grandeza. 
Todo esse esforço poderá num exame não ser patente, lembro-me de uns alunos com quem tenho/tive o prazer de trabalhar que nos dias de prova a pressão pode com eles. Não sabem se ácido-base ou se electromagnetismo? Sim sabem, eu vi nas aulas que sim. Colocaram dúvidas, formaram o raciocínio lógico sobre os temas e aplicaram os mesmos de um modo consistente. 
Este ano andei pouco motivado com as suas avaliações e então numa das turmas perguntei a quem se devem a responsabilidade das avaliações? E todos naquela sala disseram alunos, professores, pais e da escola. "Ponham por ordem". Então os alunos são os principais responsáveis e, segundo eles, com mais de metade da responsabilidade. Tinha para mim como aluno e confirmei esta teoria a partir da posição de estrado que do aluno depende quase tudo. E pego só nos casos extremos: se um mau aluno tiver a sorte de ter um bom professor o resultado vai ser igual a nada. Quando uma cabeça não quer nada lá dentro, não reconhece vantagens em estar ali, nunca irá esta dar nada. Já se o aluno for bom e se o professor for mau, o aluno apenas precisa de pegar no livro e terá por certo uma boa avaliação. Um mau professor não sabe para avaliar de modo difícil e o miúdo estudando alcançará os resultados que procura. É óbvio que não se pretende que existam maus professores, que os há, mas ao sistema interessa mais alterar este activo de mau para bom, na medida em que este queira. Não querendo, rua.
O problema na escola centra-se mais na questão do porquê? Os alunos muitas vezes andam ali por andar, não vêem lógica naquele "sobe e desce a escada, entra aqui e sai dali". A escola portuguesa não tem a capacidade de lhes oferecer um percurso que lhes crie sentido para o futuro. E não será a introdução de exames que irá mudar o estado das coisas, fala quem o pode dizer com propriedade: as minhas turmas tiveram melhores notas que a média nacional nos testes intermédios. Ainda assim eles sabem o que aquelas notas me dizem: é preciso trabalhar mais.
Querem melhor notas ou melhor escola? Esta é a pergunta que têm que se responder. Podem ter a primeira não nunca terão a segunda. Já se conseguirem a segunda, terão na certa a primeira. Mudem o ministro mas matem tudo o que está dentro desse ministério porque já se percebeu que os ministros mudam mas as fraldas aparecem sempre sujas. O bebé não aprende a ir ao penico. Deixo também uma nota para uma iniciativa de um grupo de alunos que se manifesta de um modo muito inteligente durante esta época de exames. Apreciei a iniciativa e é esse o caminho. Pena que o povo português só se mova pela selecção ou pelas cândidas palavras quando alguém morre, nem que tenha sido uma besta. No que interessa...

segunda-feira, maio 7

Europa crua mas não nua


E chegaram as eleições à Europa. Não tinha já acontecido? Sim em Portugal e Espanha mas as Francesas e as Gregas pode oferecer a gota que vai fazer transbordar o copo europeu. Portugal e Espanha também poderiam atingir esse ponto de não retorno mas eles são "meninos bem comportados" do caminho para o fim da linha. Por motivos diferentes estas eleições que ontem ocorreram podem ser determinantes para o futuro do jogo. 
No caso da França, o seu enorme peso a todos os níveis na plataforma europeia faz uma espécie de sondagem maciça do estado de espírito de um considerável eleitorado europeu e... ganhou Hollande. Que quererá dizer isto? Bem ao nível dos votantes a ideia é clara: chega de austeridades, mude-se o rumo das decisões e quebre-se, delicadamente que não se chega a vias de facto com as senhoras e nem a massa europeia quer voltar aos tempos prévios ao 7 de Maio de 1945 (curiosamente faz hoje 67 anos), a aliança entre a França e a Alemanha que indicava, pior que um cego, que o caminho para a saída da crise era directamente pelo meio do marasmo económico e social. 
Subsistirá, mais do lado de fora do país do que no íntimo dos votantes gauleses, a dúvida até prova de contrário de se o Sr. Hollande e a sua palavra são fidedignos e cumpridores ou se por outro lado este é um outro "aparelho revolucionário de fitness" que promete, como os outros, aos que carecem de magreza e vontade a panaceia para alcançar o desiderato do corpinho danone no puro refastelamento do mais fofo sofá. Para já não falar que o Homem que ganhou as eleições e tem nome de país, obteve a vitória com uma margem quase digna de fotofinish... E Sarkozy, advogado de formação, que irá estudar? Filosofia na Católica ou Antropologia em Coimbra? 
Para mim o pior estará na Grécia. Assim, de um modo muito singelo, ganharam os extremos o que prova de modo irrefutável que os extremos podem tocar-se, mas sem carícias... Algo me diz que desse perigo, e só desse, estamos a salvo porque duvido que haja algum ponto de consenso entre a extrema direita e a extrema esquerda susceptível de criar uma base de governo sólida que dure... 30 segundos antes da sala arrepiar caminho numa batalha ao mais finíssimo gosto asiático, os mestres da tareia política. Um caldo de tamanha confusão em que não consigo encontrar paralelo histórico ou literário que não seja a antiquíssima tragédia grega. Os gregos podem falhar em muita coisa mas não falham nos iogurtes e nas tragédias. São sempre de arrasar. Já há quem diga que a próxima novela da TVI vai ter direcção grega... 
Se os Gregos rasgarem o acordo com a troika os tempos prometem ser: muito duros para os gregos, duros para a europa, muito duros para Portugal (ficamos nós no olho do furaquinho...) que já não lhe bastava aguentar o fado nacional ao mesmo tempo que controla, pelo canto do olho, o jeito desequilibrado do flamenco espanhol ao que agora parece irá juntar-se o drama grego. A europa como um todo terá que, pela primeira vez, tomar as rédeas do seu destino desde o início da crise ou então caminhará sem margem para dúvidas para uma comoção económica (só?...) que não terá precedentes a não ser aqueles que a história relata do pós-guerra. E já nem nos prazeres mais queridos se pode confiar tal é o desgoverno que graça por essas terras. Até a playboy nacional se está a agovernar, isto é, promete e não cumpre. A belíssima publicação de elevado teor gráfico-oratório-novidoso-jornalistico estava afastada das bancas e heis que o mês de Maio trouxe a perspectiva de uma lavagem ocular à moda antiga que prometida ruborizar os corações mais empedernidos para a maior graça da Terra: as nuances dos corpos femininos. Mas heis que, tal qual um político, a publicação que promete nudez daquela nudez desnudada e rói a corda, não a lingerie, e dá às gentes um balde de água fria ao sabor do catálogo da Triumph. Não se brinca assim com as pessoas fragilizadas e convém lembrar que se ergueram revoluções por menos! Já nem na nudez há transparência.

sábado, dezembro 3

Momento de honestidade



Sempre que penso em políticos portugueses, europeus, agências de rating, "mercados", bancos, seguradoras... Já mencionei políticos!?

sexta-feira, novembro 25

Está claro!? :)


http://portuguesclaro.pt/

terça-feira, novembro 1

Reformas "Ctrl+Alt+Del"


Procurei mas ainda não li. Procurei com vontade? Pouca. Também o condenado à morte não vai aos pinotes para o cadafalso. Terrível esta comparação...
Bom, queria ter lido a entrevista do Ministro da Educação e Ensino Superior mas a mesma escapou-se-me por entre os pedidos dos outros professores que queriam saber do futuro. Não li mas a informação ininterrupta fez o obséquio de me prendar com os pontos essenciais. Sobre as Ciências não ouvi nada. Ou não houve referência ou para os meios informativos isso são peanuts (quero acreditar mais na primeira). De interessante tudo. O que me prendeu a mente foi a questão das TIC. Ora bem antes de mais o acrónimo TIC representa Tecnologias da Informação e Comunicação, ou seja vulgarmente designado por "computadores".
Vão acabar com a disciplina no nono ano com o pretexto, fundado ou não, de que a juventude já sabe daquilo, disto onde escrevo a rodos. Sim e não. Sabe do coloquial para a idade que é: sacar filmes e músicas, andar nas redes sociais mais com menos do que mais jeito, consultar o mail, participar em sites de chats e arranham algo de word. Os que têm essa vontade já dominam o A-B-C de um blogue. E pronto.
Quem sabe o que eu acabei de descrever sabe de informática? Se assim é venha de lá esse atestado de competências com classificação superior a "conhecimentos de utilizador". A verdade é que os alunos, tal como ainda alguns muitos profissionais liberais ou do estado encontram dificuldades nesta ferramenta (até nos programas mais básicos da edição de texto ou de cálculo). E é normal que assim seja porque a escola não foi estruturada para que essa lacuna fosse colmatada e desengane-se quem julga que o que os alunos andam a aprender em TIC os ajuda a dar a volta estas temáticas. Nunca vi o programa de TIC e posso estar a laborar em erro mas não será normal que alunos com o nono ano completo não tenham visto como se faz um gráfico em Excel ou como se formata um documento em word.
Senhor Ministro, antes de mexer, coloque as acções onde antes colocava as palavras - estude. Veja o que é necessário e de que modo podem os bambinos aprender para o futuro serem letrados neste mester. Que não lhes aconteça como ao comum dos estudantes da minha e de outras gerações que apenas aprendeu em função das necessidades do momento (realizar um trabalho, um relatório, uma apresentação qualquer).
E isto é só das TIC's... que virá aí...

sábado, setembro 10

In rage


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Estou farto. Estou farto da merda dos buracos nas estradas e da imensidão de tampas de esgoto, água e demais que me lixam a suspensão e pneus do carro. Estou farto das pessoas que não sabem falar ou que escrevem com mais erros do que crateras há na Lua. Estou farto dos palermas que não facilitam na estrada e que só pensam no puto do seu umbigo - se estou a entrar na auto-estrada, se estou a sair da gasolineira porque raio não chegam o carro para o raio da outra faixa!? Estou farto dos incompetentes no trabalho e que encontro sempre ao virar do corredor e das caras idiotas de que deviam fazer o trabalho mas que passam o puto do dia a encher chouriço ou a arranjar uma desculpa para chegar tarde, sair cedo e pelo meio inventam uma dor de cabeça para irem dar uma volta. Estou farto do meu ordenado que quase já nem me serve de desculpa para trabalhar. Estou farto dos avaliadores e das avaliações que disso só têm nome, nada mais. Estou farto das cunhas e dos xicos espertos aos quais só apetece arrancar-lhes a cabeça à dentada. Estou farto de que os bons programas passem a horas impróprias. Estou farto de novelas! Estou farto do palerma do anúncio do continente, do José Rodrigues dos Santos e da puta da mania com que falam, deviam ser cactos com um ataque de urticária no corpo todo, a começar pelo cu. Estou farto dos azeiteiros que aceleram no meio da cidade e que nunca dão defronte com os cornos numa árvore e me dão paz. Estou farto dos camelos das zundap's, famel's e outras motos quitadas à moda dos chunings que só sabem fazer barulho com aquelas merdas e me ferem tímpanos e vista. Estou farto dos ministros, dos políticos e das suas bocas cheias de verborreia às quais só me apetece encher de porrada e de outros sugadouros do meu sangue como melgas e mosquitos. Estou farto da crise, da economia e do contínuo verter de notícias desanimantes. Estou farto desta treta de internet que tem a rapidez de uma preguiça prenha. Estou farto de sindicatos e dos camelos dos seus dirigentes. Estou farto dos roubos que me fazem no gasóleo, na água e em quase todos os bens de consumo. Estou farto do euro que fez com que qualquer badameco de comerciante aumentasse os preços para o dobro e do estado que nunca fez nada. Estou farto do acordo ortográfico, uma espécie de novas oportunidades para os anormais que o defendem e que nunca conseguiram aprender a nossa língua. Estou farto de escrever e só não estou farto de mim porque não tenho aqui uma merda dum espelho. Estimo bem que todos se... e morram lá longe para não ter que ficar aqui a levar com o vosso fedor.

quinta-feira, julho 21

Mexican standoff


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Já começa a ser um constrangimento a falta de força e de poder de decisão da classe política europeia para resolver o problema financeiro de um modo rápido e definitivo. A crise é geral e se se esperava que existissem políticos de fibra, como antigamente (e não falo nos nacionais como Soares ou Cavaco a quem devemos muita desta desordem), a esperança desfalece a cada cimeira ou reunião ou outro qualquer sinónimo que ilustre a ocasião. E as medidas tomadas são, no mínimo um assalto descarado, e desse assalto poderá surgir um tamanho buraco que engolirá assaltados, assaltantes e "mirones" de turno. Um verdadeiro mexican standoff num qualquer spaghetti western de mau gosto. Para países que indicam que a ineficiência do sul é a causa principal do modo de estar das contas públicas, não consigo vislumbrar onde é que eles colocaram a sua alta eficiência. Farão os do sul ao norte o mesmo que os argentinos fizeram certa vez ao Brasil? Água com “adoçante”? Não se percebe mas volto ao mesmo. Os alargamentos realizados sem perspectiva a médio prazo, a concorrência desleal do outro lado do mundo e outros erros explicam o beco em que está tudo.

quarta-feira, novembro 24

Quarta-feira, 24 de Novembro

Não era para escrever nada mas... parto isto em três partes. A imagem, muito apropriada, genuína, portuguesa; o texto que me saiu "à capella"; e o vídeo não pela música, não pela letra, só pelo refrão. Neste dia era o que diria na Assembleia da República, as assembleias municipais, nas reuniões de partidos e grémios de ajuntamento dessa gente reles, mas em bom português porque aquelas bestas devem ter todos inglês técnico e este é mais de... pátio de liceu.


Com estas minhas palavras não quero condenar as pessoas que não fizeram greve, isso não me passa ou passou pela cabeça. Graças ao 25 de Abril temos liberdade para fazermos as nossas opções, criar divergências e com elas tentar ou procurar avançar para algo melhor. Disso também é feita a democracia para mim.
Não fiz greve porque sim. Não fiz greve pelo porreirismo ou de não ser apontado como tal. Não o fiz para me gabarolar disso. Fiz porque estou cansado. Fiz porque olho para cima e vejo pessoas reles, mesquinhas, mentirosas, falsas, que me dão asco profundo. Fiz greve porque estou farto de que a nossa democracia, de que eu tanto gosto, tenha um solavancozinho apenas no momento de votar. Isso só não chega, dizer o que nos vai na alma com sentido, educação, coerência é necessário e para tal, chamar a atenção é necessário. É só zombies.
Fiz greve porque o estado das coisas é grave, não foi pelos valores que defendo que se chegou aqui e já passei do ponto de não retorno relativamente ao status quo, ao bem-estar físico dos nossos pseudo-governantes. Se pudesse, e aqui peço desculpa aos meus pais que me educaram melhor que isto, gostava de os ver mortos. Todos. Não tenho a mínima compaixão nem respeito pelos que nos governam desde os tempos em que eu aprendia a ler. Não se aproveita nada. Não temos elites, não defendemos ou procuramos a excelência porque simplesmente estamos a ser geridos desde o respirar fundo democrático, por ralé. São uns merdas. A greve é a solução? Nunca será mas o que este estado de coisas carecia era de uma revolução por ideais novos mas com a força daqueles que fizeram a do 25 de abril. Não é possível que ao fim de trinta e cinco anos de democracia se vejam as assimetrias, as injustiças que se veêm. É ignóbil, é indigno de um povo com quase mil anos de história. E o nosso país não é assim tão grande de modo a não se conseguir fazer algo de bom, verdadeiro e de futuro para as suas gentes.
Porque fiz greve? Porque foi a segunda greve geral de sempre, porque este é o tipo de "arma" que não pode não ter consequências apesar de sabermos que este dia só foi diferente. O manhã será igual. Mas felizmente sou novo e não posso, mesmo querendo, pegar numa arma e criar um novo solavanco histórico que tentasse mudar o curso da nossa maneira de ver e fazer as coisas. Se este fosse um país decente não teríamos as bestas que temos eleitas, não seriam as nossas elites as que são. Infelizmente é o que temos.
Porque fiz greve? Porque posso, porque o estado, besta acéfala soube que eu fiz greve mas não me faz represálias nem tenta atropelar como um patrão hoje do privado. Rouba-me no vencimento porque isso é a única coisa que sabe fazer. Por essa atitude se mede o estado das coisas: tudo tem um preço, até mesmo a liberdade. E hoje este um dia tão bonito. Acabo com Che: "pátria o muerte".

terça-feira, novembro 16

Desvario.. nos problemas dos outros


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Eu conheço um bebé. Bom, na realidade não conheço só um talvez por isso me estique neste tema com alguma propriedade. Mas este fez-me ressaltar no interior da cabeça o paradoxo das creches. Creches são muitas coisas, dependem do prisma do observador. São miraculosas para os pais trabalhores e ocupados que apenas tiveram descanso há doze meses atrás quando aquela garrafa de vinho se esgotou materializando-se... pronto, a maior parte deles são desejados, espero. São uma abominação para os avós ávidos de bába, ranhocas e demais funções ainda em histeria e anarquia. Há quem diga que "tudo é santinho". Um beijo, titi. Depois há os donos das creches..."$", next e no final, no fundinho está o bébe. Que pensará ele da creche? Bom depende de creche para creche obviamente, tal como não se pode julgar o andar de carroça como sendo ridículo só porque hoje o é. Outrora foi o melhor meio de transporte! Bom... ver caso a caso e, no caso o bebé, pouco haverá para perceber nesta fase. Então haverá creches estupendas, medianas e más. Mas o ponto não é este.
Dizem os pais, e já são alguns à minha volta que, pode ser uma caristia encontrar dois metros quadrados para "arrumar" o pequeno - o mais caro "parquemento nacional", penso... deixo à consideração. E então assaltou-me à cabeça: imaginem que faziam entrevistas semelhantes a entrevistas de emprego. Olham de uma ponta à outra...medem-nos pelo que podemos trazer, afinam o olhar para tentar perceber se somos a personificação do seu lugar em perigo...lêem o nosso currículo e, do nada, perguntam: Inglês...Francês e cantonês, não!? Não sabe.. hummm isso é muito grave...e passam a pente fino as capacidades técnicas que temos, não temos e ninguém tem :)
Imaginem um bebé... apresenta-se e coloca o CV na mesa, onde não chega. A avaliadora, de traços bem vincados numa face em "v", de baton rouge vivo, cabelo apanhado em forma de rolinho de carne com pauzinhos chineses ali sequestrados, de olhar negríssimo e voz estridente, pergunta: então é isto que tem para oferecer? Uma folha quase em branco? "Só 12 meses" por cá não é desculpa? Especializou-se em comer, dormir e... sujar fardas!?!? Isso não é para meter na boca! Domina línguas? "Gugu dada"...? Isso é Swahili?... Tem investido muito pouco na sua formação meu caro, não sei se tem o perfil adequado para esta empre...infantário. Que cheiro é esse!?!?
E depois como é em Portugal, lá aparece o empurrão democrático!

quarta-feira, junho 10

Dia da Nacionalidade



Parece algo contraditório que um país que tenha uma fraca auto-estima, o único país bipolar do mundo, tenha um dia em que comemore os seus melhores, os seus valores, os seus princípios. Um país que, sejamos honestos, onde os seus cidadãos se abstiveram recentemente de participar numa eleições. Sim, é justo, não houve discussão europeia, ou será que houve? Temos um défice de políticos capazes de mostrarem os valores que todos defendemos, principalmente quando o nosso dinheiro não depende disso, ou será que nós também não temos uma atitude cívica exigente? As discussões hoje não são europeias ou nacionais, são globais e se os políticos são maus, façamos algo por isso, candidatemo-nos, deixemos de estar ancorados à nossa confortável cadeira, tenhamos uma atitude cívica, nem que seja a de votar uma vez em cada… quatro ou cinco anos.
Somos o país europeu com as fronteiras definidas à mais tempo, que teve períodos de grande expansão territorial e de riqueza, outros de grande contracção na condição humana, alguns sujeitos a um emudecer contrafeito não silenciado e único na situação que nos encontramos. As mulheres, relembravam-me ainda esta semana, não votavam todas antes de Abril de ’74, não estudava quem queria, trabalhavam até os que não queriam, que na sexta acabavam a escola e no sábado já carregavam peças de fazenda num qualquer portão classificado como “fábrica”, ou no campo com o corpo de Sol a Sol, não como hoje onde se privilegia o contributo intelectual.Todo o percurso é composto de mudança, insólita nuns casos, imposta noutros, desejada em todos. Hoje é dia de pensar Portugal seja na praia, seja na esplanada, seja em casa, no campo ou na cidade, é dia de pensarmos como melhor fazer, assim exigir mas nunca desmobilizar. Tudo começa com ao exercício da democracia. Antes da democracia só os abastados tinham educação, alimentação, saúde e cuidados na velhice. A democracia permite que ao pobre ter o voto. Parece pouco mas com ele é possível mudar o poder da “economia da carteira” para a “cabine de voto” como tão bem foi ilustrado domingo último nuns ares circunspectos mas muito bem merecidos. O poder da cabine individual, solitária, exígua de voto permite que todos estejamos nivelados e com isso o poder da massa distribua igualdade pelo país adentro. Tudo parte da participação activa e coerente da tal nacionalidade que hoje seria de esperar que todos celebrássemos. Era preferível utilizar o dia em prol de uma discussão aberta, em fóruns universais das problemáticas da população, e são muitas, do que utilizá-lo como um mero feriado. A democracia não é uma certeza, não é uma caridade, é algo que devemos pagar diariamente com o nosso contributo cívico para aliviar o dia de amanhã de sobressaltos na economia, na educação, na saúde, na justiça, na comunicação social… enfim nas fundações da própria democracia. Se isto não serve de estimulo, mesmo em tempos de crise como este… o que servirá? Outra maioria acéfala? “Vale a pena pensar nisto”.

terça-feira, maio 26

Diferentes níveis de perda.



Foi notícia ontem a questão da menina Russa ou Portuguesa, acabei por não perceber bem até porque pouco li sobre o assunto e, perspectivo, que não o irei fazer – ando algo preguiçoso ou, como passo a baptizar, terrivelmente selectivo.
Neste caso existem duas situações, uma digna de notícia, a outra digna de, não sendo demasiado duro, relativa atenção. Atiro-me à que julgo importante. A menina, de nome Alexandra, foi entregue por um juiz à mãe biológica (nunca o termo “biológica” esteve tanto em voga, fora das salas de Biologia) ao fim, salvo erro, de seis anos ao cuidado de uma família Portuguesa. Seis anos são seis anos (touché), mas estes assumem um carácter mais… como hei-de dizer, relevante quando a menina foi entregue a esta família com três meses de idade. Ou é a lei que está péssima, ou a decisão do juiz foi extemporânea (o que custa a crer, nem que seja pelo tempo da sentença) ou é de tudo um pouco. Uma decisão desta relevância tem que ser irrepreensível a todos os níveis e não é esse o sentimento que a mesma oferece – parece-me uma violência como toda esta situação, desde os timings ao modo como a mesma, pesadona, “cai do céu” ao cabo de seis anos.
A segunda questão tem a ver com as imagens sobre a educação ao estilo Cossaco. As imagens foram classificadas em diferentes níveis mas todas tinham, em comum, o tom condenatório – que a menina tinha levado umas palmadas. Levou, é justo e toda a gente veio recriminar. Na passada semana foi feita a notícia de uma outra rapariga de origem Russa, de nome Alena, que faz e acontece – toca piano e ganha prémios, tem muito boas notas, pinta e, diz quem viu, que não pinta mal. Ou seja a verdadeira moça dos sete ofícios e todos feitos a um alto nível. Excelente! Todos aplaudem mas pensemos… imaginem que a educação de Alena teria sido igual à educação que Alexandra se prepara para… lucrar. Seriam críticos? Educar é complicado, culturalmente difere, varia de povos para povos mas uma coisa é certa. Ter alunas como Alena é o que se precisa e se é preciso ser mais rígido quando a birra se instala, assim seja. As coisas não são incompatíveis, educar e disciplinar, não podem ser.